Os empresários Zenilda Muniz de Oliveira e Heitor Antonio de Oliveira Junior, ambos de 69 anos, morreram em um intervalo de menos de 24 horas de Covid-19 em São Paulo. Eles estavam juntos há 50 anos, sendo 42 casados, e foram sepultados juntos em Itanhaém, no litoral paulista.
“Eram muito unidos e apaixonados. Um não partiria sem o outro”, disse, ao portal G1, o técnico em telecomunicações Heitor Antonio de Oliveira Neto, de 39 anos, filho do casal.
Ele contou que o irmão foi o primeiro a ter os sintomas do novo coronavírus, seguido da mãe. O pai, inicialmente, testou negativo para Covid-19, mas, uma semana depois da família, o empresário também passou a ter os sintomas da doença e foi positivado.
Devido ao coronavírus, Zenilda precisou ser internada no dia 10/4, e foi intubada dois dias depois. O marido foi internado em 23/4 e intubado três dias depois, ficando sedado durante todo o tempo de internação.
A empresária chegou a apresentar melhora considerável no estado de saúde e foi até extubada, enquanto o marido não resistiu e morreu na última terça-feira (11/5). Porém, menos de 24 horas depois que o marido morreu, ela teve uma parada cardíaca e também não resistiu.
Amor verdadeiro
“O médico relatou que a parada cardíaca da minha mãe foi uma surpresa, porque ela estava melhorando, e pela manhã daquele dia, estava bem. Mas, depois, teve um momento febril e uma parada cardíaca, e morreu. Eu acho que ela partiu porque realmente não viveria sem ele, e sentiu que ele havia partido. Fazendo uma alusão ao amor verdadeiro, nenhum abandonou o outro, nem na doença”, afirma Heitor Neto.
Segundo ele, em todos os 50 anos juntos, os pais foram muito apaixonados. “Até hoje só saíam de casa com beijinhos, viviam abraçados e se amavam muito. Era uma história de conto de fadas, um exemplo do que é um amor verdadeiro. Acredito que um não deixaria o outro partir sozinho”, relata.
Neto ainda afirma que os pais tinham muito amor pelo que faziam em seus trabalhos, e eram bastante conhecidos na região. A mãe trabalhava com fantasias para eventos, e o pai era proprietário da ótica mais antiga da cidade. “Muitas pessoas nos mandaram mensagens lamentando o que aconteceu e nos desejaram forças”, conta.
Além do técnico em telecomunicações, o casal tinha outro filho e três netos. Eles foram sepultados juntos na tarde de quarta-feira (12/5), no Cemitério do Coronel, em Itanhaém, cidade onde viviam e construíram sua história.