Ouça e leia conversa entre cacique e coordenador da Funai envolvidos em esquema
Denise Soares
Interceptações telefônicas mostram a conversa e negociação entre o cacique Damião Paridzané, líder da comunidade xavante, e o coordenador regional da Fundação Nacional do Índio (Funai), Jussielson Gonçalves Silva. Eles foram alvos da operação Res Capta, da Polícia Federal, por arrendarem a Terra Indígena Marãiwatsédé para pecuaristas.
Jussielson é suboficial aposentado da Marinha e recebia R$ 16,4 mil por mês do serviço militar e do cargo na Funai. Alvos da operação
O cacique Damião Paridzané, líder da comunidade xavante, lucrava até R$ 900 mil por mês com o arrendamento ilegal da Terra Indígena Marãiwatsédé.
Todo o esquema tinha aval do coordenador da Funai da região, Jussielson Gonçalves Silva, que foi preso na operação.
A PF apreendeu o veículo do cacique: uma caminhonete SW4, ano 2021 e que custa R$ 382 mil. O automóvel foi um presente de um dos fazendeiros que arrendava a terra indígena com autorização da liderança xavante.
O esquema foi descoberto no final de 2021 com uma denúncia anônima de que servidores da Funai estariam cobrando propina de grandes fazendeiros para permitir arrendamento na terra indígena.
O dinheiro dos pecuaristas ia para as mãos do cacique, do coordenador e outros servidores.
O gado está avaliado em R$ 210 milhões. Caso os fazendeiros não cumpram a determinação judicial, a Justiça poderá decretar a prisão deles, além de apreender os animais que estão na Terra Indígena.
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