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26/03/2020 às 15:34 | Atualizada: 26/03/2020 às 17:20

Após flexibilizar medidas, Mauro diz que manter isolamento é ser egoísta

Camilla Zeni

Sem colocar "mais lenha na fogueira" nos impasses entre governadores e o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), o governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (DEM), acredita que o caminho certo é o equilíbrio.

Com realidades locais distintas, diante da pandemia do novo coronavírus, Mauro afirmou que não segue nem as ideias do presidente e nem dos colegas que classificou como extremistas. No entanto, destacou que, nesse momento, não há espaço para egoísmo.

"Não vou adotar nem a linha do presidente Bolsonaro e nem a linha extremista que algumas pessoas estão adotando. A virtude está no equilíbrio de cuidar da vida e para que os empregos e a economia sejam preservados", disse, na manhã desta quinta-feira (260, ao anunciar a flexibilização das medidas de prevenção ao vírus. 

Mauro criticou, veladamente, a atuação de outros governadores, como do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), que adotou medidas duras de isolamento para conter o vírus. Para o chefe do Executivo de Mato Grosso, o extremismo não é uma saída. Ao menos não para a realidade local, que tem ainda nove casos confirmados de infecção, frente aos 370 casos e oito mortes por Covid-19 (doença causada pelo vírus) no Rio de Janeiro.

"Nós precisamos manter o rigor do distanciamento social, das medidas de higiene e assepsia, mas precisamos trabalhar", disse o governador.

Nesta semana, em reunião virtual com o presidente Bolsonaro, Mauro já tinha demonstrado preocupação com a economia mato-grossense, que arrecada 70% de seus recursos do ICMS. O governador chegou a dizer, inclusive, que não conseguia garantir o pagamento da folha salarial de abril em dia.

Para o governador, defender o isolamento total da população é egoísmo, já que desconsidera a desigualdade social existente e a necessidade de profissionais que atuam de forma autônoma.

"Vejo algumas pessoas defendendo radicalmente o isolamento social, que tem que parar tudo. Mas é porque está com a prateleira cheia, a geladeira cheia, o dinheiro na conta. Essas pessoas não estão olhando para milhões de mato-grossenses que não têm a mesma realidade", observou.

Em seu novo decreto, que também alinha diretrizes municipais e federais, Mauro liberou novos setores da economia para o trabalho, e ponderou que o isolamento econômico não é uma medida necessária para conter o vírus neste momento. No entanto, garantiu que restrições sociais permanecem.

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Isolamento social x econômico
 
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