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16/04/2021 às 08:10 | Atualizada: 16/04/2021 às 08:23

Mauro diz que volta às salas após vacinação de alunos ‘é uma piada’ e rechaça posição do Sintep

Camilla Zeni

O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (DEM), rechaçou a posição do presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público de Mato Grosso (Sintep), de que as aulas nas escolas apenas poderiam acontecer após a vacinação dos alunos. 

“É uma piada isso que o presidente do Sintep falou. Esse cara está de gozação. Sei lá o que que ele comeu, bebeu no dia, mas é uma piada. Quer dizer que ele quer que todo mundo esteja vacinado? Isso vai ser lá pro final do ano. É cativa essa opinião dele, mas não é a opinião da maioria da população”, avaliou o governador, em entrevista à rádio Jovem Pan na manhã desta sexta-feira (16).

Na entrevista, Mauro se referia à posição do presidente do Sintep, Valdeir Pereira, que afirmou que os estudantes acima de 18 anos, que correm risco com a covid-19, também devem ser vacinados antes do retorno às salas.

O governador destacou que já pediu a inclusão dos profissionais da educação na relação de prioritários para vacinação contra a covid-19 e o processo está sob análise da Comissão Intergestores Bipartite (CIB). Lembrou também que a Assembleia Legislativa aprovou projeto de lei para tornar a educação uma atividade essencial durante da pandemia, o que significa que as escolas não precisam ficar fechadas. Segundo ele, quando a nova lei chegar ao Paiaguás ele irá sancioná-la. 

“Como que eu vou vetar uma lei falando que a educação é essencial? Eu vou aprovar. Agora, à Assembleia cabe o seguinte, vai ser responsabilidade deles de exigir que todos os professores voltem para a sala de aula, porque os deputados têm que aprender que lei tem consequência. Agora, como que eu vou dizer que não é essencial?”, completou. 

Mauro ponderou concordar que a educação seja essencial, mas questionou a forma como a lei foi escrita. Ele levantou dúvidas sobre se as escolas têm estrutura para esse retorno às aulas e se todos os professores vão aderir ao movimento e reafirmou ser inviável aguardar até que o último aluno seja vacinado para, então, retornarem às escolas. 

Cabe destacar que as aulas híbridas já foram experimentadas em diversos municípios mato-grossenses, incluindo Cuiabá, neste 2021. Na Capital, as escolas foram autorizadas ao funcionamento no dia 1º de março. Contudo, evolução da pandemia e retorno da classificação de risco fez com que as escolas fechassem as portas no fim do mês. Atualmente, as escolas já estão autorizadas a funcionar. 

Opiniões diversas

Se depender do Sintep, a resposta ao governador sobre o retorno dos professores é um sonoro “não”. Nessa quinta-feira (15), Valdeir Pereira reforçou que vai orientar a todos os professores que não cumpram com a nova lei quando ela for sancionada. Para o representante, os deputados da Assembleia Legislativa cederam à pressão de alguns pais, principalmente de escolas privadas, e prefeitos, sem considerar que isso coloca em risco 120 mil profissionais da educação.

“Reprovamos a aprovação do PL 21/21, isso porque irá restringir a atuação até mesmo daqueles gestores públicos que têm tratado a pandemia com responsabilidade e feito esforço para preservar vidas das pessoas e condições para manutenção da interação dos estudantes com as escolas”, disse. 

Na quarta-feira (14), um dia antes desse posicionamento de Valdeir, mas após o Sintep já ter se posicionado contrário à proposta, a deputada estadual Janaina Riva (MDB) criticou a posição na Assembleia

“A saúde mental das crianças também está em risco e a defasagem de aprendizado também tem que ser levado em consideração. [...] Concordo, os profissionais da educação de Mato Grosso têm que voltar para as salas de aula vacinados, mas eles já estarão respaldados. Deixem a preocupação das crianças para nós, que somos pais, que vamos escolher se queremos ou não mandar as nossas crianças para a escola”, disse, na ocasião.
 
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