Cáceres é culturalmente pulsante e tem apresentado muitos trabalhos. Um dos mais recentes foi o clipe ‘Negro’, do grupo Bugre Soul, uma canção autoral no estilo R&B Contemporâneo, que trata sobre o racismo no Brasil. A música e o vídeo estão disponíveis no canal do Bugre Soul no Youtube.
Segundo o trio, a música “contribui para desmontar essa artimanha cínica que constrói sistematicamente estratégias de cunho político, social e cultural que forjam formas que amenizam e contemporizam os conflitos raciais”.
Os três jovens músicos cacerenses são de origem afro-brasileira e desejam que haja “mais músicas em que possamos nos orgulhar da nossa descendência negra, e refletir sobre as práticas racistas”.
João Gabriel Alvares Gil (mais conhecido como Biel), 20 anos, é músico, compositor e instrumentista da Banda Wenceslau. Gabriel Ferreira, 26 anos, também é músico e compositor, além de ator, desenhista, sonoplasta e produtor cultural. E a terceira integrante é Caroline Siqueira Lopes, 17 anos, cantora e compositora. Os três se juntaram especialmente para esse projeto.
A música, que transcorre por versos como “minha cor não define meu caráter, então, não vem me rotular”, foi composta por um dos integrantes, o Gabriel Ferreira, ao lado de Pedro Assis dos Santos Garcia.
No clipe, além da atuação do trio protagonista, há participação do Coletivo de Mulheres Negras de Cáceres, do Teatro Plenilúnio e do Teatro Cena do Drama da Unemat.
Ainda está previsto um vídeo depoimento, em que o trio falará sobre o processo criativo, desenvolvimento do projeto, influências artísticas, dificuldades encontradas para atuar nesse campo da arte, além de apresentar outra música composta e interpretada por Caroline Lopes.
A gravação do clipe foi contemplada pelo edital Movimentar - Cultura, da Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer (Secel/MT).
Bugre Soul
O trio escolheu o nome ‘Bugre Soul’ para o projeto, fazendo referência a como os povos indígenas eram chamados pelos europeus, em relação à “heresia”, por não serem cristãos. A palavra vem do francês “bougre”, que significa “herético”.
Diante do sentido pejorativo, o grupo resolveu ressignificar a palavra, valorizando os povos originários e acrescentando a referência negra - por meio da palavra ‘soul’, que tanto faz referência ao gênero musical que surgiu entre os negros dos Estados Unidos, quanto pela tradução ‘alma’. Ainda há o sentido sonoro, de “bugre sou”.
Ficha Técnica
Composição: Gabriel Ferreira Santana e Pedro Assis dos Santos Garcia
Elenco: Caroline Lopes, Gabriel Ferreira Santana e João Gabriel Alvares, Coletivo Mulheres Negras de Cáceres-MT, Teatro Plenilúnio e Teatro Cena do Drama da Unemat.
Designer Gráfico: João Alexandre
Gravação/Masterização/Mixagem/Edição Música: Fermatta Produção Musical
Direção Artística: Gabriel Ferreira e Silmar Nunes
Transcrição e legendagem: Diego Baraldi
Produção Executiva: Suzana Guimarães
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