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Notícias / Cultura Popular

02/02/2023 às 09:34

Rua do Rasqueado: quase 30 anos de celebração da cultura mato-grossense

Nesta quinta e sexta-feira, tem apresentações no Museu do Rio, com entrada franca

Paulo Henrique Fanaia

Rua do Rasqueado: quase 30 anos de celebração da cultura mato-grossense

Foto: Arquivo pessoal Guapo

Nesta quinta e sexta-feira (2 e 3), ocorre a segunda semana de apresentações do projeto “Rua do Rasqueado”, que, especialmente nesta edição, esta sendo realizado no Museu do Rio Cuiabá – Hid Alfredo Scaff, no bairro do Porto. O evento é dentro do museu, protegido da chuva. A entrada é gratuita.

Esta é a segunda semana de três desta edição. Nesta quinta e sexta, estão previstos shows com
Guapo, Os Originais e banda Signus.Na semana que vem, dias 9 e 10, há também apresentações, que encerram a iniciativa neste período pré-carnaval.

As noites de festa abrem as comemorações dos 30 anos da Rua do Rasqueado, em abril de 1993. Em abril, haverá nova edição, marcando o aniversário da iniciativa.

A edição da "Rua do Rasqueado" em janeiro/fevereiro é uma realização da Associação Mato-grossense de Cultura (AMC), com apoio da Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer (Secel/MT), Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) e Secretaria Municipal de Turismo de Cuiabá (SMT Cuiabá).

Como tudo começou

Para conhecer um pouco mais da origem do festival, o Entretê conversou com o idealizador da Rua do Rasqueado, Milton Pereira de Pinho, o popular Guapo. Figura lendária na cultura de Mato Grosso, Guapo é músico, compositor, estudioso da música regional, tendo sido reconhecido pelo Ministério da Cultura como Mestre da Cultura Popular de Mato Grosso em 2017. Ele conta que o projeto surgiu em meados de 1992, quando Dante Martins de Oliveira disputava a prefeitura de Cuiabá.

De acordo com Guapo, à época, a noite cuiabana era tomada por festas onde predominavam o samba, o pagode e o axé. O rasqueado tocava somente em casa de shows frequentados pela elite da cidade, tal como a Panaceia, localizada próxima ao restaurante Choppão.

“Quando Dante se tornou prefeito, ele colocou o poeta Moisés Martins como secretário de Cultura do município. Aí o Moisés me chamou para viabilizar o projeto”, conta Guapo.

E foi assim que, no dia 5 de abril de 1993, no calçadão da Cândido Mariano, esquina com a rua Ricardo Franco, começou a Rua do Rasqueado, com o principal objetivo de resgatar a cultura popular de Mato Grosso levando shows regionais de forma gratuita para a população.

O evento começava às 16h e terminava às 21h, horário estratégico em que os cuiabanos saiam do trabalho e poderiam curtir o evento que acontecia toda quinta-feira.

“Nesse tempo que começa surgir o lambadão, que até então não existia. As bandas antigas Scort Som, Signus, Bem Brasil, Os Maninhos, todas tocavam rasqueado, só depois começaram a tocar lambadão. No segundo ano do projeto, as bandas de samba e de pagode também começaram a tocar rasqueado. Aí o resgate já tinha acontecido. Hoje não é mais resgate, hoje é celebração”, conta o apaixonado Guapo.

Além de ser o terreno fértil do lambadão, a Rua do Rasqueado ajudou a colocar em evidência artistas consagrados que, à época, eram famosos apenas em um certo nicho de admiradores do ritmo. A dupla Henrique e Claudinho e o compositor Pescuma fizeram sucesso em todo o Estado a partir do projeto que acontecia toda quinta-feira durante um período de 90 dias, começando nas comemorações do aniversário de Cuiabá.

Em 2003, a Rua dos Rasqueado se muda para a Praça Caetano Albuquerque, no calçadão da Galdino Pimentel. Aliás, o evento que começou no final de janeiro deste ano e termina semana que vem, era para acontecer na praça, porém, devido à época de chuva, os organizadores resolveram realizar a festa no Museu do Rio, afinal, “quem dança na chuva é sapo”, brinca Guapo.

Semente

Para se ter uma noção da importância do evento, vários outros projetos que celebram o rasqueado foram criados depois, como o Rasquearte. Em 2005, uma comitiva de artistas de Mato Grosso, incluindo Guapo, foi convidada pelo setor cultural do Itamaraty para uma exposição em homenagem a Mato Grosso que aconteceu em Boston, nos Estados Unidos. O rasqueado cruzou fronteiras e conquistou o público estrangeiro.

Devido a pandemia da covid-19, o festival ficou parado por dois anos, momento em que Guapo aproveitou para escrever livros e focar nas composições. Neste ano, a Rua do rasqueado volta com toda a energia que marcou a sua estreia em 1993. E o slogan que, naquela época, já era “Esperança musical de chapa e cruz” continua vivo e pulsando nos corações dos mato-grossenses.

Serviço
Rua do Rasqueado – 29 anos de história
Data
: Quinta (2) e sexta-feira (3), a partir das 18h30
Local: dentro do Museu do Rio, bairro do Porto, Cuiabá
Shows:Guapo, Os Originais e Banda Signus
Entrada gratuita


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1 comentário

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  • Orlando Barbosa Rispoli 27/07/2023 às 00:00

    Boa tarde ao povo mato-grossense, estou maravilhado com o rasqueado de vocês, e parabenizar ao meu Amigo Guapo por ter dado uma nova vida ao rasqueado e, colocando como cultura musical ?? para ser respeitada e respirada pelo seu povo. Há mais de 30 anos na rua do Rasqueado! Parabéns! Amei!

 
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