O ex-secretário de Governo de Cuiabá, Lincoln Tadeu Sardinha Costa, confirmou que conhece o dono da Norge Pharma Norge Pharma Comércio de Medicamentos, Materiais Soluções em Saúde Ltda., Dirceu Luís Pedroso Júnior, há muitos anos. A Norge é a empresa responsável pela gestão e logística do Centro de Distribuição de Medicamentos e Insumos de Cuiabá (CDMIC), local onde há algumas semanas foram encontrados centenas de medicamentos vencidos.
Lincoln foi a segunda testemunha ouvida na tarde desta sexta-feira (28) pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Medicamentos, em trâmite na Câmara de Vereadores. Antes dele, foi ouvido o próprio Dirceu.
Antes de a empresa ser contratada pela Prefeitura de Cuiabá, Lincoln e um servidor da área da tecnologia da informação da Prefeitura de Cuiabá fizeram uma visita à Santa Casa de Campo Grande-MS para conhecer o modelo de gestão hospitalar. Lincoln contou que foi representando o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), e a convite do diretor da unidade.
Lá, o ex-secretário disse ter se surpreendido ao encontrar Dirceu e descobrir que ele era quem gerenciava a logística da Santa Casa. Indagado se viajaram juntos, ele negou.
“Não foi junto. Foi até uma surpresa, porque eu conheço ele daqui de Cuiabá há muito tempo e eu cheguei lá, não sabia que era ele que fazia essa gestão lá de logística. Foi até uma surpresa. Aí na hora que cheguei para falar com o presidente, ele chamou o dono da empresa para que eles nos acompanhasse junto e fomos nós quatro ou cinco, tinha mais uma diretora lá também”.
O ex-secretário negou ter influenciado na contração da empresa e confirmou que tem um sobrinho próximo que é funcionário da Norge. Ele disse que não indicou o parente.
Linconl contou que havia necessidade de aperfeiçoar o sistema de gestão dos medicamentos e hospitalar da Capital, mas que o município nunca foi convidado ou visitou por conta alguma unidade para conhecer seu modelo de gestão. “A necessidade existe, seja com a Norge ou qualquer outra empresa, o município não dá conta de fazer isso. Tem que ter uma empresa específica, com expertise. Então, necessidade havia, sim”.
Segundo o ex-secretário municipal de Saúde Luiz Antônio Possas de Carvalho, que foi ouvido na quarta (26), a secretaria de Gestão era a responsável pela parte processual das licitações e contratações. Lincoln, por sua vez, esclareceu que nunca foi secretário de Gestão, mas sim de Governo, e cuidava da relação entre a prefeitura e a Câmara, bem como outros órgãos.
Na época da visita à Santa Casa, a secretária de Gestão era Ozenira Félix, atual secretária de Saúde. Da visita, Lincoln disse que não foi feito nenhum relatório.
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