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07/12/2021 às 16:27

Cota zero acirra ânimos e leva à troca de acusações entre deputados tucanos na AL

A briga ganhou novo capítulo após Avallone alegar ter sido agredido verbalmente pela 'esposa' de Wilson, Nilma Silva, que é presidente da Associação dos Pescadores

Da Redação - Alline Marques / Reportagem Local - Paulo Henrique Fanaia

Cota zero acirra ânimos e leva à troca de acusações entre deputados tucanos na AL

Foto: Reprodução

A discussão sobre a cota zero nos rios do Manso e Cuiabazinho tem causado discussões acaloradas na Assembleia Legislativa e acirrou ainda mais os ânimos entre os dois deputados tucanos: Carlos Avallone e Wilson Santos. A situação envolve ainda a presidente da Associação do Segmento da Pesca de Mato Grosso, Nilma Silva, que por sinal é esposa de Wilson. 

Avallone acusa a líder do movimento dos pescadores de tê-lo agredido verbalmente com palavras pesadas, optando por não repetir, na semana passada durante reunião da Comissão do Meio Ambiente, da qual é presidente. Já Nilma alega que o parlamentar prometeu visitar as comunidades pesqueiras e já se passaram quatro meses sem nenhum retorno.

O que ocorre é que um projeto de autoria do presidente da Casa, deputado Max Russi (PSB), foi aprovado pela casa proibindo a pesca numa área de aproximadamente 80 km que abrange Rio Manso e outros 190 km do Rio Cuiabazinho, criando uma reserva pesqueira. O que prejudicaria o sustento de cerca de 1000 famílias. 

Avallone conseguiu postergar a vigência da lei para início da piracema, que se encerra em janeiro de 2022. Com isso, em 1º de fevereiro os pescadores já estariam proibidos de pescar na área. Como a Assembleia entra em recesso, o projeto que revoga a lei não seria apreciado a tempo. 

O presidente da Comissão de Meio Ambiente diz que as visitas estão programadas para janeiro e que para ele o assunto já havia sido discutido e houve consenso para a postergação da vigência da lei. No entanto, agora os pescadores voltaram a fazer manifestações na Assembleia, e Avallone acusa Nilma de inflar o movimento contra ele. Ele contou que áudios dela tem circulado nos grupos de pescadores falando para receber o deputado a pedrada quando for visitar as comunidades ribeirinhas. 

“Vamos fazer as visitas no começo de janeiro e de repente os pescadores voltaram, liderados pela Nilma, esposa do Wilson, voltaram a tratar do assunto, mas de maneira extremamente agressiva, não os pescadores, mas ela, me agrediu verbalmente, palavras muito forte e me retirei da reunião, porque não tem como argumentar com uma mulher, uma senhora, uma companheira de um colega deputado. Me retirei para não cometer nenhum desrespeito nem com ela e nem com Wilson. Estou extremamente chateado com isso”, afirmou em entrevista na manhã desta terça-feira (7). 

Nilma esteve na AL nesta manhã e aproveitou para rebater Avallone, mas de maneira mais ponderada, também pediu desculpa, “caso tenha sido agressiva nas palavras”.  “Isso é uma discussão acalorada, pessoas que trabalham para sobreviver”, afirmou. Ela alegou que Avallone havia prometido fazer as visitas nas comunidades, mas já se passaram quatro meses e até o momento não houve retorno. “A fome tem pressa”.

A presidente da Associação também falou sobre a reunião da semana passada e alegou que o Avallone falou por mais de 50 minutos, mas hora de ouvir, ele não agiu como parlamentar. “Ele me desrespeitou, primeiro como mulher, segundo como representante dos pescadores e terceiro com o povo”. 

Nesta quarta, o deputado Wilson ainda tentou aprovar o requerimento que pede urgência/urgentíssima para tramitação do projeto que revoga a lei que cria a reserva pesqueira, no entanto, o parlamentar não conseguiu aprovar o pedido, que ficou para a próxima semana. O parlamentar demonstrou insatisfação com a condução da proposta na Casa e ainda alegou que a Comissão de Meio Ambiente, comandada pelo Avallone, “sentou no projeto”, não cumprindo os prazos regimentais e também teria sumido com documentos. 

Avallone disse que abriu sindicância para apurar a denúncia feita por Wilson, mas garantiu que não acredita nesta possibilidade e defendeu a equipe de técnicos da comissão. Questionado sobre um possível pedido de desculpa do colega de partido, Avallone disse que esta já seria a terceira vez e “tudo tem limite”.
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