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Notícias / Entrevista da Semana

26/12/2021 às 08:00

Governador fala em despolitizar a Educação, investimentos, ações sociais e eleições

Mauro Mendes conversou com o Leiagora e aproveitou para falar sobre o que esperar para o último ano de mandato

Alline Marques

Governador fala em despolitizar a Educação, investimentos, ações sociais e eleições

Foto: Assessoria

Já são três anos de mandato e agora o governador Mauro Mendes (DEM) caminha para o último ano. Ao longo desse tempo, o chefe do Executivo encarou uma situação financeira caótica, de atrasos e dívidas, tomou decisões nada populares no início, acabou comprando briga com empresários, produtores rurais e até mesmo os servidores. No entanto, nesta reta final, o democrata ameniza a imagem negativa com um pacote de obras e investimentos sem precedentes.

O Leiagora esteve com o governador e aproveitou para falar sobre esses investimentos em algumas áreas mais sensíveis e, de maneira bem objetiva, Mauro fala sobre a Educação, diz ter despolitizado a pasta, destaca a construção de hospitais na área da saúde, reclama da falta de vontade do governo Federal em estadualizar a BR-174 e ainda destaca que pretende encerrar o mandato com 2.500 km de asfalto prontos.

E, claro, também falou de política, comentou sobre a possibilidade de ter o presidente Jair Bolsonaro (PL) no palanque, mas evitou falar em formação e chapa.

Confira a íntegra da entrevista:

Leiagora - Com relação à educação, o senhor apresentou um valor alto de investimento na infraestrutura principalmente, mas o que esperar para o último ano de mandato nessa área?

Mauro Mendes - Nós estamos fazendo forte investimento na Educação. Até o final de 2022, serão quase 1 bilhão de reais investidos em infraestrutura, modernização das escolas e, agora recentemente, assinamos contrato com a FGV, para trazer um novo sistema estruturado de ensino. Contrato de impacto social de cinco anos, cuja remuneração está diretamente ligada ao desempenho dos alunos. A melhoria da qualidade do ensino é que irá determinar o quanto eles irão receber ao longo dos próximos anos. 

A Secretaria de Educação contratou a mais renomada instituição que existe no país para realizar este tipo de prova, que já presta serviço para mais de 20 estados, fazendo uma avaliação independente do desempenho dos alunos. Não vamos mais ficar aguardando, de dois em dois anos, para ver a prova do Ideb [Índice de Desenvolvimento da Educação Básica] para ver o quanto nós evoluímos. Teremos várias provas durante o ano e uma dessas provas será baliza para evolução do sistema estrutural de ensino. 

Seguramente, nesse lapso de tempo, é um recorde absoluto, não só na educação, mas em todas as áreas, se olharmos para segurança, infraestrutura, para própria área social, estamos fazendo robustos investimentos com recursos próprios dentro do programa Mais MT. 

Leiagora - Quando se fala em educação, tem a questão humana. Durante a pandemia, acompanhamos críticas à condução das aulas. O que está sendo feito para melhorar a qualidade com relação aos professores?

Mauro Mendes - Esse contrato de impacto social com a FGV inclui, inclusive, treinamento, qualificação e, além disso, o governo está fazendo importantes investimentos nessa área. Importante compreender que, para que tenhamos resultados na educação, é muito importante, uma boa estratégia, investimentos para suportar todas as ações desse planejamento e um pouco de tempo, porque o resultado na educação não vem em um espaço curto de tempo. Então, estamos colocando a educação nos trilhos, despolitizando muito as decisões que existiam dentro da Secretaria. 

Leiagora - Acredito que é por isso que tem tantas críticas por parte do sindicato, então? 

Mauro Mendes - É claro, porque o sindicato sempre controlou a educação, vamos ter uma grande economia com a reorganização da rede. Vamos deixar de ter 20 mil professores contratados para ter pouco mais de 14 mil. Só aí é uma economia de quase R$ 300 milhões por ano. Essa economia está se revertendo em melhoria, infraestrutura, em qualidade, dentro da sala de aula, para alunos e professores.

Leiagora - Outra área que tem recebido significativos investimentos são as estradas. O último é um ano atípico por conta da eleição. Então, o que vai ser possível fazer neste período? 

Mauro Mendes - Vamos fechar o ano de 2021 com mais de 1200 km de rodovias pavimentadas. Chão que virou asfalto. E - até o início da próxima etapa de obras, porque elas param agora em dezembro e voltam em março, quando as chuvas cessam - vamos ter mais de 2 mil km de ordem de serviço nas mãos das empreiteiras. E nosso objetivo é chegar até 2.500 km de asfalto realizado até dezembro de 2022. Olha, pra Sinfra, no ano que vem, temos investimentos programados para ordem de 2 bilhões [de reais].

Leiagora - Agora sobre a estadualização da BR-174, como está este processo? O que falta para isso ocorrer?

Mauro Mendes - O governo solicitou no dia 11 de agosto para o governo Federal e até a semana passada não tínhamos recebido uma resposta. A sinalização é positiva e não poderia ser diferente, o governo Federal tem lá uma BR de quase 300 km, um investimento de quase 900 milhões de reais e o governo do Estado está pedindo: ‘olha me dá esse problema seu para revolver?'. Só louco que não iria devolver para o estado. O problema é que está nessa burocracia. 

Leiagora - mas é muito burocrático este processo…

Mauro Mendes - Olha, se fosse comigo aqui, alguém pedisse um problema meu para resolver, eu daria essa autorização em uma semana ou 15 dias no máximo.

Leiagora - Então falta vontade do governo Federal? 

Mauro Mendes - Não posso responder por eles. 


Leiagora - Ano que vem, com a eleição, alguns secretários devem sair para  a disputa. Como está sendo trabalhada essa troca? Já tem alguns nomes em vista? 

Mauro Mendes - Todos que forem candidatos terão que se afastar dentro do prazo limite, pode até ser que seja antes, mas trocas dentro do governo são naturais, desde que não tenham desempenho satisfatório ou tenham algum objetivo pessoal, profissional ou ajuste da máquina. Eu já mostrei que tenho um perfil muito estável com meu secretariado, e, principalmente, porque o desempenho do governo, na sua grande maioria das áreas, é no mínimo satisfatório, em alguns casos muito bom, em outros casos excelentes. 

Leiagora - Então, as trocas serão apenas pontuais para quem for sair para a eleição? Não irá mexer no staff?

Mauro Mendes - A princípio, não. 

Leiagora - Agora vamos falar de saúde. Estes últimos dois anos foram atípicos com a pandemia e precisaram de muito investimento. Quanto tempo seria necessário para reverter o que foi investido e o que vai ficar de legado? E os hospitais, acredita que conseguirá entregar algum deles ainda no seu mandato ou ficará para o próximo?

Mauro Mendes - Infelizmente tivemos grandes transtornos na saúde pública e em todas as áreas, por conta da pandemia. Nesse um ano e meio de forte pressão por conta da pandemia sobre o ritmo de trabalho, muitos servidores se ausentando, muitas paralisações em função da contaminação que havia em setores, prejudicaram o andamento da máquina, que já não é muito rápido. Então, tivemos que redobrar nossos esforços para manter determinado ritmo e, mesmo assim, temos dois hospitais em construção, um em licitação, e deve ser publicado ainda em dezembro o quarto. E, em janeiro, publicar mais um, que é Alta Floresta. Em Tangará da Serra, até agora, a prefeitura não entregou o terreno, então, estamos impossibilitados de continuar com o projeto. 

Mas, independentemente dos hospitais que estão sendo construídos, o governo tem um programa muito forte de melhoria na infraestrutura. Os regionais todos estão passando por ampliações e modernizações. Aqui em Cuiabá, em todas as nossas especialidades, desde Adauto Botelho, Lacen... temos aí diversas obras, construindo o Centro Integrado de Armazenamento para distribuição de medicamentos para nossas unidades. Tem muito investimento em infraestrutura, para melhorar a qualidade da infraestrutura e junto com ela, qualidade de atendimento. 

Leiagora - A gente vive um dos momentos mais críticos com a questão da fome, aumento da população na zona da miserabilidade, a gente teve o episódio dos ossinhos. O que pode ser feito de maneira mais efetiva para combater esse problema?

Mauro Mendes - Essa história do ossinho retrata como vive a Comunicação e uma parte da população nos últimos anos. Esse açougue distribui esses ossinhos há quase 10 anos, ossinho que ele distribui gratuitamente, como forma de fazer ação social, em muitos açougues isso é vendido. Então, ele faz uma ação social, entrega um produto que é comercializado em dezenas ou até centenas de açougues pelo Brasil e [a mídia] transforma como um símbolo de miséria. Aquilo deveria ser um símbolo de gratidão, de amor ao próximo, de alguém que pega um produto que poderia vender e doa para as pessoas. 

O governo tem hoje um programa de assistência social como nunca houve em Mato Grosso. A quantidade de cesta básica que nós distribuímos, vai chegar a 1 milhão de cesta básica nestes dois anos, desde que iniciou a pandemia em 2020. Além disso, temos o Ser Família Emergencial com mais de 100 mil famílias sendo atendidas. Isso nunca aconteceu em Mato Grosso e o ano que vem vamos entrar com quase 10 mil qualificações contratadas com o Senai e com o Sesc para o público de baixa renda contar com essas qualificações e fazermos um programa de inclusão no mercado de trabalho. 

Leiagora - Como avalia a relação com o governo Federal? O senhor já disse em outras entrevistas que ajudou pouco, teve momentos conturbados. Mas como o senhor avalia não só questão de recursos, a relação institucional?

Mauro Mendes - Olha, a pandemia nos afastou muito de Brasília. Neste um ano e meio, eu fui poucas vezes a Brasília, até porque sempre acreditei que a solução dos nossos problemas estava em fazer uma boa gestão dentro de casa, cortando despesa, cortando desperdício, combatendo a sonegação. Construindo no dia a dia todos os pilares do chamado equilíbrio fiscal e fizemos isso e deu certo. Hoje, Mato Grosso é um estado autossuficiente, toda ajuda é bem-vinda, porém boa parte dos nossos investimentos estão sendo feitos com recursos gerados dentro do estado. 

Leiagora - Se o União BR, que apesar de caminhar para uma terceira via, viesse a apoiar o presidente, o senhor teria problema em ter Bolsonaro no palanque? 

Mauro Mendes - Não tenho problema nenhum. Não tenho nada contra o presidente Bolsonaro, ele tem seu estilo, sua forma de tocar o dia a dia, que é um pouco diferente do meu. Eu trabalho muito, estou focado em entregar resultado, tento evitar barulho, brigas, conflito, porque isso drena nossa energia para produzir resultado tão importante para a população. Mas eu respeito, como respeitaria qualquer um que estivesse lá no cargo de presidente, porque afinal de contas, ele foi eleito pela maioria dos votos. 

Leiagora - E o Wellington, já chamou o senhor para conversar?

Já conversei muito com Wellington, como tenho conversado com quase todos da bancada federal. 

Leiagora - Estou falando de política, governador…

Mauro Mendes - Até mesmo de política, mas tenho evitado falar de 2022... 

Leiagora - Poderia ter ele no palanque?

Mauro Mendes - Não tenho nada contra.

Leiagora - E uma mensagem para a população sobre o que esperar de Mauro Mendes em 2022? 

Mauro Mendes - Primeiramente, de que, até o último dia do meu mandato, vou trabalhar com muita determinação, com fé em Deus, cumprindo e honrando os votos dos que confiaram em mim. Eu disse que entregaria um estado muito maior do que eu recebi e esse estado está aí, a olhos vistos, para quem quer ver e enxergar a quantidade de obras. Um governo que, há pouco tempo, mal dava conta de pagar salário e tinha uma cadeia de fornecedores totalmente corrompida por atrasos. Um governo que era inadimplente em todas as suas áreas para, três anos depois, ser o estado brasileiro que mais faz investimento, estamos com as contas em dias, investindo muito em todas as áreas. Não existe uma área no governo que não possamos mostrar importantes investimentos e resultados perceptíveis por grande parte da população.
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1 comentário

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  • José Leite De Oliveira 28/12/2021 às 00:00

    O Governador de mato Grosso, transfariu a divida do Estado para o Banco Mundial. Ele esqueceu que fez um grande emprestimo para trinta anos Mato GROSSO tem dívida para pagar por trinta anos Cara de pau Esta investindo so dívida para pagar por trinta anos. O povo não é bobo

 
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