Apesar de o governador Mauro Mendes (União) ter garantido aos aliados que vai decidir até o fim de abril se vai ou não participar do processo eleitoral deste ano, a falta de uma definição, a menos de cinco meses do prazo final das convenções partidárias, cria ambiente para todo o tipo de especulação.
Nos bastidores da política, a indefinição tem suscitado o “fantasma de 2016”. Naquele ano, Mauro Mendes terminava o mandato de prefeito de Cuiabá com ampla aprovação popular, apoio do então governador Pedro Taques, maioria na Câmara de Vereadores, e um dia antes da convenção anunciou que não seria candidato à reeleição.
A comparação tem sido inevitável porque Mauro tem utilizado os mesmos argumentos do passado: a separação do momento eleitoral com o de trabalho, a avaliação da aprovação da gestão junto à população e o apoio da família.
Em 2016, ele alegou que o recuo da disputa pela reeleição se deu por questões familiares e empresariais, pois o grupo Bipar se encontrava em recuperação judicial com dívidas de cerca de R$ 100 milhões.
Na ocasião, o grupo apoiou institucionalmente a candidatura do deputado estadual Wilson Santos (PSDB), de quem Mauro era desafeto em decorrência dos ataques pessoais sofridos na campanha eleitoral de 2008, quando disputou a Prefeitura de Cuiabá pela primeira vez.
Com Mauro fora do páreo e a dificuldade do grupo "maurista" em apoiar "de corpo e alma" a Wilson Santos - a esposa de Mauro, Virginia Mendes, declarou apoio ao rival -, Emanuel Pinheiro venceu o pleito de 2016 pela prefeitura e hoje é o principal articulador da oposição e tenta viabilizar candidatura própria ao governo do Estado.
Assim como ocorreu em 2016, o grupo político de Mauro Mendes tem apostado na reeleição, mas a indecisão tem levantado novas possibilidades, como a de o senador Carlos Fávaro (PSD) encabeçar disputa rumo ao comando do Palácio Paiaguás.