Ao que parece o governador Mauro Mendes (União) não só está próximo de fechar uma aliança com o PL, como já estaria interferindo até mesmo na composição de chapa do partido que tem como líder o senador Wellington Fagundes (PL). Isso, porque os quatro deputados estaduais barrados no PL - Ulysses Moraes (União), Faissal Calil (PV), Xuxu Dal Molin (PSC) e Sebastião Rezende (PSC) - não teriam sido, necessariamente, pelo grupo de parlamentares da legenda liberal, mas sim uma interferência clara do chefe do Executivo.
É claro e notório que Ulysses e Faissal são oposição a Mendes, que além de ter vetado os opositores, também poderia estar “reservando vagas” no PL para aliados. Há quem diga, inclusive, que a aliança Mendes e PL estaria fechada em 102%. Há rumores, ainda, de que o próprio governador teria combinado com a nacional da sigla liberal, sob o comando de Valdemar Costa Neto, a possibilidade de ir para o partido, do qual já foi filiado quando disputou a eleição em 2008 para prefeito de Cuiabá.
Para entender melhor tudo isso, é bom lembrar que Ulysses é um crítico ferrenho do governador nas redes sociais e também na Assembleia Legislativa. Já tentou barrar vários projetos do Executivo e chegou até insinuar que disputaria eleição para o governo só para enfrentar Mauro num debate direto.
Já Faissal foi o responsável por colocar a marca da “taxador” no chefe do Executivo, principalmente, com relação à tarifa cobrada na conta de quem possui placa de energia solar. Mauro já chegou a chamar o parlamentar de mentiroso por mais de uma vez.
Com relação aos dois filiados do PSC, Xuxu e Sebastião, apesar de serem da base, não seriam 100% alinhados com Mendes. O pastor, inclusive, chegou a causar polêmica com a proposta de criação do Conselho Estadual LGBT. Já Xuxu sempre se manteve mais próximo do governo, mas já teve embates com assuntos como a cobrança de ICMS.
O que chamou atenção é que Fagundes, presidente da legenda, tem um perfil conciliador e apesar de ver o PL ficar inchado, o parlamentar deixou o partido aberto para os apoiadores do presidente Jair Bolsonaro. Portanto, nos bastidores o que se fala é que esta interferência teria do dedo do governador.
Não apenas pela questão da oposição, mas também como uma possível “reserva de vaga” para aliados como um dos secretários que devem deixar a pasta nesta sexta-feira (31) para disputar eleição, dentre eles, Gilberto Figueiredo (Saúde) e Alberto Machado (Cultura e Esporte). Ocorre que seria complicado acomodar todos no União Brasil, que já tem os deputados Eduardo Botelho e Dilmar Dal Bosco, que buscam a reeleição, além do ex-deputado federal Júlio Campos, que também pretende buscar uma cadeira na Assembleia Legislativa.
Com um quociente eleitoral de mais de 65 mil votos para garantir uma vaga no Parlamento estadual, não teria como eleger todos os cinco. Com isso, poderia ocorrer uma pulverização dos candidatos. Beto já estaria com o pé no PSB, mas ainda assim, seria complicado para o União Brasil fazer quatro deputados, por isso, fala-se sobre a possibilidade de que Gilberto acabe deixando a legenda.
E diante da proximidade de uma aliança de Mendes com o PL, o secretário de Saúde pode acabar na sigla liberal. Toda esta movimentação, inclusive, até a possível ida de Mauro no PL, só deve ocorrer nos 45 minutos do segundo tempo, ou seja, no final do dia 2, o que seria uma surpresa para todos e bagunçaria o tabuleiro político.
