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Notícias / Entrevista da Semana

17/04/2022 às 08:00

Pré-candidato a federal, Coronel Assis se diz extremamente a direita e foca em infraestrutura e legislação penal

O militar, que deixou o Comando Geral para se articular na disputa para federal, comenta ainda sobre as câmeras nas fardas e ameniza disputa entre militares para uma vaga na Câmara

Da Redação - Angélica Callejas / Reportagem local - Jardel P. Arruda

Pré-candidato a federal, Coronel Assis se diz extremamente a direita e foca em infraestrutura e legislação penal

Foto: Christiano Antonucci / Arte Leiagora

O coronel da Polícia Militar, Jonildo Assis (União), bateu o martelo quanto à pré-candidatura a deputado federal e já deixa bem claro que é um candidato extremamente a direita. Convidado para se filiar ao União Brasil pelo governador Mauro Mendes e por Fábio Garcia, o ex-comandante-geral da PMMT afirma que, além de questões de segurança pública, também se voltará para pautas de infraestrutura e legislação penal, caso seja eleito.

Simpático ao presidente Jair Bolsonaro (PL), Assis aproveita para fazer elogios ao comandante do país e também se mostra confiante ao afirmar que deseja contribuir com o Estado, sendo uma das opções para compor a ala militar no Congresso, juntamente com a coronel Fernanda (PL) e o vereador sargento Joelson (Solidariedade). 

Para o coronel Assis, é positivo que haja tantos candidatos da mesma base e, de acordo com ele, caberá ao eleitor decidir quem melhor se enquadra entre as opções. 

Leia abaixo a entrevista na íntegra: 

Leiagora - Você esteve à frente do Comando Geral da Polícia Militar, fez uma gestão considerada por muitos de controle do tráfico, combate implacável ao crime organizado e agora entra na vida política como pré-candidato a deputado federal. Qual vai ser sua marca como político? 

Coronel Assis -
Olha, eu acredito que para nós é muito importante tomar essa decisão, dar esse passo. Isso vem ao encontro de um convite do próprio governador do Estado. O governador Mauro Mendes que nos fez esse convite, nos lançou esse desafio, e como um bom soldado que sou, eu gosto muito de trabalhar em missões.

A nossa missão, até agora, foram 28 anos de trabalho em prol da sociedade mato-grossense, defendendo a sociedade, controlando os índices criminais. No final da carreira até agora foram mais de 3 anos à frente do comando da Polícia Militar, a atividade mais nobre capitaneada por um oficial da nossa instituição. E eu fico muito contente, feliz, de poder ter passado essa fase. E agora aí entrando nessa nessa nova caminhada.

Como eu gosto sempre de dizer que não é uma decisão fácil, é uma decisão que envolve, primeiramente, a própria pessoa. O seu íntimo de ser, de tentar e entrar dentro dessa nova seara de trabalho. O outro é a questão familiar também que conta muito.  

Por mais que nós estejamos servindo no estado, trabalhando na Polícia Militar, a gente se abnega muito do convívio da família, nos quase 30 anos de efetivo serviço. Ainda mais no meu caso que sempre fui afeito à área operacional da nossa instituição.

Trabalhei no Gefron, na fronteira, trabalhei no Bope. Eu sempre busquei traçar meu comando, não atrás de uma mesa, dando despacho, no ar condicionado, mas, sim, junto com a tropa, lá no fronte, entendendo que a tropa necessita. Eu sou um cara de tropa. E claro que isso traz prejuízos à família também, mas eu entendo que é uma proposta nova. Uma proposta de alguém que já está trabalhando para a sociedade há muito tempo. E estou muito jovem ainda, completando aqui meus 46 anos, a partir do mês de novembro eu já estou pronto para ir para a reserva remunerada a pedido. E eu acredito que ainda posso contribuir muito para o estado do Mato Grosso, que é um grande celeiro do Brasil, do mundo, e também contribuir muito também para o Brasil. 

Leiagora - O senhor falou em ausência familiar e vai entrar para o mundo da política. O que mais tem de reclamação de mulher de político é que ele é ausente o tempo todo. Já preparou a família?  

Coronel Assis -
É, estamos conversando bastante. Como eu disse, não é uma decisão fácil, mas se o passo tem que ser dado, acredito que a pessoa que está com você é uma pessoa companheira, uma pessoa que já está há muito tempo e com certeza essa decisão se firmando aí de maneira positiva, nós estaremos juntos também nessa caminhada.  

Leiagora - Coronel, você está em uma fase agora que a gente chama de pré-candidatura, participando da pré-campanha. O que você considera importante agora pra viabilizar a sua candidatura? O que você precisa pra viabilizar isso, para sentir que vai chegar com competitividade nas eleições? 

Coronel Assis -
Eu acredito que, como você disse, em termos de carreira, nós estamos trabalhando há muito tempo. Em termos de trabalho a gente tem muito trabalho prestado para sociedade mato-grossense, mas eu tenho certeza que é um dos fatores preponderantes essa composição do grupo político. Eu acho que isso é muito bom, muito importante.

Nós temos dentro desse grupo político, o governador do estado, Fábio Garcia, senador Jayme Campos, enfim, temos grandes personalidades que, com certeza, vão dar esse norte político a essa nova caminhada que agora se inicia.  

Leiagora - Tem vários militares já na carreira política. O senhor sente que a categoria não se sente representada e o que o senhor vai fazer para se diferenciar dos que já estão aí?  

Coronel Assis -
Eu acho que a categoria está representada, são bons nomes, são bons militares de gestão na carreira política. Eu acredito que meu intuito é vir para somar, eu acredito que a gente traz muita experiência. Como eu disse para vocês, a gente trabalhou na parte operacional, na parte tática, na parte de gestão, na parte de direção. Então temos uma boa experiência, eu acho que essa experiência, muito bem empregada dentro desse campo, a gente consegue trazer bons resultados através de propostas sérias. Trabalhar a questão de melhoramento das legislações. Eu acho que é importante trabalhar isso, a gente tá trabalhando essas revisões que estão acontecendo.

E às vezes a gente é pego aí meio que de calça curta, meio à revés, porque lá faltam representantes da parte dos militares estaduais, da segurança pública. A questão também aí de infraestrutura, o apoio às escolas militares, que é fantástica, um projeto muito bom do governo do Estado aqui, que eu acho que a gente dá pra avançar.  

Como eu andei muito o estado todo, a gente sabe que infraestrutura não é só para escoamento de produção. É para desenvolvimento, é para segurança pública. Uma ponte faz muita diferença para segurança pública. Nós tivemos uma última ocorrência em Nova Bandeirantes e lá só se vai de balsa. Se nós tivéssemos uma ponte, nós conseguiríamos chegar rápido, nós conseguiríamos fazer uma interdição um pouco mais precisa. Então, assim, eu acredito que temos muito a contribuir também nesses sentidos todos.  

Leiagora - Coronel, o senhor está na linha bolsonarista? 

Coronel Assis -
Eu me considero extremamente à direita. Eu apoio, sim, o presidente Bolsonaro, eu acredito que, como militar, não tem como me desassociar da figura do presidente. É um grande líder político, uma pessoa com o qual eu me identifico também. Eu acredito que nós, homens de bem e homens que trabalham, têm que ter o seu direito assistido, sim.  

Leiagora - O senhor, na disputa federal, vai concorrer com um colega de tropa, que é o sargento Joelson, que também vai ser candidato a deputado federal. Como você encara essa disputa com ele? 

Coronel Assis -
Muito salutar. Joelson é um grande policial militar. Coronel Fernanda também, fomos colegas, contemporâneos de academia. São bons nomes. Eu acredito que isso só vem a somar ainda mais para que o nosso eleitor, ele tem que fazer a leitura de qual a pessoa se enquadra melhor aí dentro do seu padrão de candidato e pré-candidato ou de candidato lá no futuro, quem for candidato a partir daí fazer a melhor escolha.  

Leiagora - Mas não divide um pouco a base eleitoral? Essa base que procura um candidato da segurança pública? 

Coronel Assis -
Não. Acredito que não. Acredito que isso traz mais opções. Não estamos falando em divisão. Estamos falando de opções. Ter opção é bacana. É bom.  

Leiagora - Coronel, agora há pouco conversamos aqui e o senhor foi abordado por uma pessoa que disse que alguém precisa mudar lá no Congresso a questão de leis invertidas. Por exemplo, os policiais que acabaram sendo acusados de um monte de coisa. Tem como fazer isso? De que forma fazer isso lá no Congresso?  

Coronel Assis -
Olha, eu acredito que nós temos, sim, que estar trabalhando essas pautas. Existem muitas pautas desse tipo andando lá no Congresso Brasileiro. Nós temos que tentar identificá-las ali, verificar qual a melhor, que mais atende os anseios aí da segurança pública, não só da Polícia Militar, mas também de toda a segurança e também do cidadão.

A gente tem que se preocupar justamente com os cumprimentos de pena. Existem pessoas que cometem crimes hediondos, tem milhões de passagens e estão nas ruas. Isso por culpa do Judiciário? Não. Por culpa de alguma brecha ali nas nossas leis que às vezes precisam ser revisadas.  

Leiagora - Qual sua opinião sobre um projeto para que tramita na Assembleia, que é discutido Brasil afora, sobre o uso de câmeras em fardas? E o que o senhor tem a dizer sobre os que criticam a letalidade da Polícia Militar de Mato Grosso?  

Coronel Assis -
Eu entendo que a Polícia Militar de Mato Grosso é uma polícia que tem baixo poder de letalidade. Nós, de 2018 até agora, tivemos 3.165 homicídios. E se a gente for pegar as intervenções, os homicídios resultantes de intervenções policiais, quer seja, da Polícia Militar, quer seja de outras instituições de segurança, isso não vai representar 10%. Então, eu entendo que nós estamos dentro da média.

Eu gosto e falo sempre que o criminoso tem que ter, sim, temor por parte dos órgãos de segurança, por parte do Estado. E a nossa sociedade tem que respeitar, tem que estar junto, tem que amar a nossa as nossas instituições de segurança. Prova disso tão aí, crianças que querem seus temas de aniversário com policiais da Rotam, policiais do Bope, Força Tática, Polícia Militar, Polícia Penal. Pessoal da Polícia Civil, Polícia Rodoviária.  

Esses dias atrás eu recebi uma mensagem no meu Instagram de uma moça que trabalha com PSF, uma enfermeira, no entorno da cidade de Primavera do Leste, que falava que tinha uma menininha muito humilde, que ia fazer 9 anos e que o sonho dela era que a Polícia Militar estivesse no aniversário dela. E aí, eu liguei para o coronel Bastos, que é o comandante lá de Primavera, e ele se prontificou de imediato. Foram lá, conseguiram bolo, uma camiseta da polícia, foi muito lindo. Estar aqueles policiais ali, naquela naquela casa bem humilde, realizando o desejo de uma criança. E você vê o sorriso no olhar de uma criança dessa, é impossível pensar que não se numa instituição como a nossa militar.  

Leiagora - E sobre as câmeras nas fardas? 

Coronel Assis -
Eu acredito que é um assunto que necessita um pouco mais de discussão, nós precisamos analisar o que é que se pede, para que fim vai ser usado essa câmara.

Não concordo com determinados entendimentos acontecendo no Brasil, mas eu acho que a gente tem que identificar primeiro, porque a gente precisa saber quais as tecnologias. Porque se a gente for pensar bem, vamos falar aqui da parte operacional propriamente dita. Se você entra numa região de mata, por exemplo, você nessa plataforma aqui em pé, você tem uma visão, se você abaixa a meio corpo, você tem outra visão, se você abaixa você vai ter outra visão.

Aí eu pergunto pra você, esse equipamento vai me dar tudo isso? Não sei, tem que analisar. Por exemplo, estou aqui, a minha visão periférica é 180 graus, será que esse equipamento vai me dar isso? No escuro, como vai ser? Eu não consigo enxergar no escuro, não tenho equipamento de visão noturna para todos os policiais militares do Estado. Essa câmera vai funcionar no escuro? Então, carece de discussão, amadurecer essa ideia.
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