Parlamentares do Partido dos Trabalhadores (PT) estranham o posicionamento da agremiação, que na última semana, anunciou a anulação da filiação da atriz de vídeos eróticos, Ester Perralto, conhecida como “Tigresa Vip”.
A deputada federal Rosa Neide, o deputado estadual Lúdio Cabral e a vereadora por Cuiabá Edna Sampaio saíram em defesa da influenciadora digital, e defendem a permanência dela na sigla.
A pré-candidatura de Tigresa a deputada estadual foi lançada pela própria legenda em meados deste mês. No entanto, a repercussão em decorrência da atividade profissional de Ester não agradou a ala conservadora do partido, que anulou a sua filiação. Caso seja concretizada a anulação, ela acabaria ficando de fora da disputa eleitoral deste ano.
Para Lúdio, o posicionamento da agremiação petista foi preconceituoso. “Eu não consigo entender o tamanho dessa repercussão em torno de um pedido de filiação. Acho que isso fica para a reflexão de todos. Minha percepção é que nós vivemos em uma sociedade que é conservadora que tem preconceito, e a própria repercussão reflete isso”, disparou sobre o caso na última quarta-feira (20).
A vereadora Edna Sampaio (PT), pré-candidata a deputada estadual, também criticou a decisão da sigla de desfiliar a pré-candidata Esther Caroline. Ela afirmou que ficou triste e aborrecida com a situação e defendeu a permanência da jovem na legenda.
Além disso, afirma que o posicionamento do partido causou estranheza, uma vez que o sigla é reconhecida pela sociedade como um partido inclusivo, de defesa das mulheres e da classe trabalhadora. “Não somos moralistas e sabemos que cada um inventa e reinventa os modos de sobreviver em uma sociedade tão desigual. Deixemos o moralismo e a exclusão para quem sempre nos tratou assim. O PT é um espaço democrático. Estamos no partido para lutar para que ele siga sendo a representação da classe trabalhadora, sem discriminação e preconceito. O PT é o partido que defende as mulheres e vai continuar sendo, se depender de nós”, disse ela.
Rosa Neide, por sua vez, evitou tecer críticas ao partido, mas defendeu a filiação da atriz. Para ela, o que houve foi apenas problemas burocráticos com o processo de filiação. A congressista não acredita que o ingresso de Esther no partido tenha sido por conta da atividade profissional que ela exerce. “No PT, as pessoas entram, fazem militância, formação e depois se apresentam como candidatos. Eu não vejo que é pelo que ela faz que é o problema. Foi a forma, a metodologia, e isso pode ser corrigido tranquilamente”, finalizou.
A assessoria jurídica da atriz também avalia as medidas cabíveis para reverter a situação e permitir que Ester que possa concorrer a uma vaga na Assembleia Legislativa. Tigresa já tem usado seu canal no Youtube para levantar temas políticos, dentre elas, o armamento.
