As desavenças e a forma que o Supremo Tribunal Federal (STF) está lidando com o deputado Daniel Silveira (PTB-RJ) está apequenando a Corte e tornando-a do tamanho do parlamentar preso por 11 meses e condenado a oito anos e nove meses de prisão em regime fechado por estímulo a atos antidemocráticos e ataques a ministros do tribunal e instituições como o próprio STF.
Conforme o deputado de Mato Grosso, José Medeiros (PL) se o STF deixasse para a Câmara dos Deputados ter resolvido no início dos ataques a Suprema Corte, o parlamentar já estaria cassado, pois a fala dele causou repúdio na maioria dos deputados federais.
“O Daniel falou aqueles negócios lá, a grande maioria não concordou, a maioria esmagadora não concordou com aquilo lá e resolveu dar um voto quando o STF fez a prisão ali. O pessoal achou exagero ter sido no meio da noite, acharam que que torceram a legislação para encontrar um flagrante, mas o raciocínio foi de uma lição pedagógica. O entendimento da Câmara era o seguinte: a gente a gente prestigia o STF e vamos votar pela manutenção da decisão do STF. Na semana que vem, provavelmente o STF solta o deputado e aí e a gente toma conta dele”.
Entretanto, Medeiros disse que o erro foi do ministro Alexandre de Moraes que estendeu a prisão por 11 meses, gerando indignação no parlamento.
“Se o Alexandre de Moraes tivesse juízo, teria feito isso e o Daniel hoje estaria cassado, pois a Câmara teria cassado. Mas o que que ele fez? Ele deixou o cara preso por 11 meses e aquilo começou criar uma inquietação. Como se não bastasse, quando ele saiu, começou a perseguição. Todo mundo começou a entender que estava passando recado. E agora virou pessoal”.
Para Medeiros, com a insistência do STF em continuar penalizando o deputado federal mesmo com o indulto concedido pelo presidente Bolsonaro, era para o problema ter sido encerrado.
“Quem está desgastado acaba sendo o supremo. O Alexandre está puxando o Supremo para uma vala, está apequenando o Supremo, está levando o Supremo para discutir com Daniel. Não desmerecendo, mas ele (Daniel) não existia antes dessa coisa. Está deixando o Supremo do tamanho do Daniel e ainda por cima, está levando mais dois para vala, que é o Arthur Lira e o Rodrigo Pacheco, que não tem nada a ver com a discussão”.
Para Medeiros, quando os chefes das Casas Legislativas não tomaram nenhuma atitude em defesa do parlamentar, o caso virou repercussão geral, ou seja, os parlamentares temem ser o próximo “Daniel” no futuro.