O governador Mauro Mendes (União) passa por uma situação delicada neste momento. Mesmo sem anunciar qual é o estado de saúde da primeira-dama, Virginia Mendes, ele confirmou que virão dias difíceis e, em eventos nessa segunda-feira (30), disse que em breve deve se manifestar sobre o assunto. Mauro demonstrou estar muito abalado, inclusive, com a voz bastante embargada ao comentar sobre a situação.
O problema de saúde da primeira-dama pode impactar no processo eleitoral. Isto porque Mendes pode acabar recuando da reeleição, como ocorreu em 2016, quando não disputou a eleição municipal em respeito à Virginia. O fato zeraria o jogo político, ainda mais que até o momento não se confirmou nenhum nome como adversário do chefe do Executivo.
Por enquanto, Mendes ainda não admitiu ir à reeleição. Ele chegou a falar que assumiu o compromisso de construir uma candidatura e que uma definição deverá ocorrer somente na convenção, em agosto. Por enquanto, o governador deve manter a agenda, mas com algumas mudanças, principalmente em meados de junho.
Atualmente, lideranças brigam pelo o apoio de Mendes, como é o caso dos postulantes à senatoria Wellington Fagundes (PL) e Neri Geller (PP). Ambos tentam garantir espaço na chapa do governador para fortalecer seus projetos eleitorais e conquistar a cadeira no Congresso Nacional.
Com a possibilidade de saída de Mendes do processo eleitoral, pode ser que haja uma articulação no sentido de garantir a união do grupo, onde um dos postulantes à senatoria desista para representar o grupo governista na corrida pelo comando do Palácio Paiaguás.
Vale lembrar quero a algum tempo atrás, Fagundes foi cotado para encabeçar uma chapa para a disputa ao governo do Estado. O próprio presidente Jair Bolsonaro (PL) pediu para que ele encarasse a disputa, mas ele não aceitou e manteve a pré-candidatura ao Senado.
Outro aliado do governo que teve o nome ventilado para a disputa majoritária ao Executivo Estadual foi o senador Carlos Fávaro (PSD). Na época, o parlamentar foi cotado para encarar Mendes, porém, agora ele poderia encabeçar a chapa.
O ex-secretário da Casa Civil, Mauro Carvalho, também poderia ser dos nomes. Uma vez que deixou o cargo dentro da prazo para a disputa eleitoral e tem plena confiança da Mendes. Amigos de longa data, é um dos nomes mais próximos do chefe do Executivo para disputar eleição.
Porém, caso a desistência se concretize, além de o grupo ligado a Mendes correr contra o tempo para viabilizar um nome, abriria espaço também para oposição, que até então não oficializou qualquer pré-candidato. Ao menos dois grupos devem lançar nome, um deles ligados à esquerda, que trabalha para dar palanque a Lula, e outro, a direita conservadora ligada também a Bolsonaro, liderado por Antonio Galvan.
Pela esquerda, o PT chegou a oficializar como pré-candidato o nome de Domingos Sávio, que será levado para a federação Brasil da Esperança, composta pelo PV e PC do B. Porém, o nome do deputado Lúdio Cabral (PT) poderia crescer neste cenário, apesar de ele insistir em disputar a reeleição. Além disso, o PC do B trabalha com o nome da ex-reitora da UFMT, Maria Lúcia Cavalli Neder.
Já no grupo da direita mais radical, Galli seria um dos principais nomes ao lado de Galvan. Eles já vêm ensaiando lançar um nome por entender que apesar de uma possível aliança entre Mendes e Bolsonaro, o governador não representa as pautas mais conservadoras.
O fato é que sem Mendes a disputa para o governo ficaria totalmente aberta.
