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24/06/2022 às 17:00

Possibilidade de dividir palanque de Mendes fortalece Pivetta e é pedra no sapato para Fagundes e Neri

Vice-governador ganha influência e pode ser fiel da balança na montagem da chapa

Jardel P. Arruda

Possibilidade de dividir palanque de Mendes fortalece Pivetta e é pedra no sapato para Fagundes e Neri

Foto: Mayke Toscano/Secom-MT

A decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de manter permissão a mais de um candidato ao Senado apoiar e ser apoiado por um único candidato ao governo não é interessante para nenhum dos dois pré-candidatos à senatória que protagonizam a disputa pelo apoio do governador Mauro Mendes (União), senador Wellington Fagundes (PL) e deputado federal Neri Geller (PP).

Mas, se falta de interesse em dividir o palanque acontece por vários motivos diferentes para cada um desses dois dos pré-candidatos, a simples autorização do TSE para isso acontecer e a forma como a Corte regulamentou essa possibilidade aumentou o poder de ação de outro personagem da eleição de 2022: o vice-governador Otaviano Pivetta (Republicanos).

Mas, para chegar à forma como o Republicano ganhou poder com essa decisão, é preciso passar pelos motivos pelos quais os outros dois não têm interesse em dividir palanque.

Neri Geller

De acordo com a decisão do TSE, para os partidos poderem lançar várias candidaturas ao Senado e apoiar o mesmo candidato a governador, a chapa de senatória precisa ser “pura”. Ou seja, Neri Geller precisaria compor com dois suplentes do próprio Progressistas e isso tiraria dele importantes armas eleitorais.

O deputado federal costurou alianças e tem acordos políticos consolidados com PSD e MDB, siglas com capilaridade eleitoral em todo Mato Grosso, além de tempo de propaganda eleitoral na Rádio e na TV interessantes para qualquer candidato ao Senado. 

E, com chapa pura, os acordo políticos de apoio com esses dois partidos ficam fragilizados, pois os filiados de MDB e PSD podem alegar não serem obrigados, por fidelidade partidária, a apoiar Neri.

Wellington Fagundes

O senador Wellington tem a trunfo de ser presidente do Partido Liberal em Mato Grosso, a sigla do presidente Jair Bolsonaro (PL), presidenciável que as pesquisas apontavam ter grande popularidade em Mato Grosso. 

Ao aproximar Bolsonaro de Mauro Mendes, Wellington “mata” a possibilidade de surgir uma candidatura ao governo bolsonarista, o que poderia dificultar a reeleição do governador. Em troca, tem interesse no apoio irrestrito de Mauro, para “sufocar” a candidatura de Neri.

A força de Pivetta

Contudo, Otaviano Pivetta não teria problema algum em dividir o palanque de Mauro Mendes com Wellington e Neri. E, além disso, é credor político do governador quando o assunto é candidatura ao Senado. Em 2020, na eleição suplementar, Pivetta chegou a anunciar candidatura, mas recuou e facilitou para Mauro Mendes, que pode apoiar Carlos Fávaro (PSD). 

Por isso, em tese, há um peso grande se o vice-governador comunicar a Mauro que decidiu ser candidato ao Senado e isso poderia forçar o governador a optar por um palanque compartilhado. 

Entretanto, Pivetta poderia ser convencido a, novamente, disputar como vice do Mauro em troca de indicar um suplente para o escolhido de Mauro. Nesse caso, o suplente seria Adilton Sachetti (Republicanos), amigo pessoal de Pivetta, e o senador escolhido seria Wellington Fagundes.

Um velho desafeto

Esse arranjo teria um “sabor” de vitória também por conta de uma antiga rixa política de Pivetta com Neri Geller e Carlos Fávaro. Os três têm origens políticas no município de Lucas do Rio Verde, de onde Pivetta já foi prefeito por três ocasiões. 

Além de ter sofrido oposição constante do grupo de Fávaro e Neri, quando Pivetta tentou a quarta eleição, perdeu a disputa para o candidato apoiado pelo senador e pelo deputado federal.
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