A aproximação do deputado federal Neri Geller (PP) com a federação de esquerda composta pelo PT, PC do B e PV, não tem apoio também do grupo do deputado estadual Lúdio Cabral (PT) por não considerar ser um palanque legítimo. Para ele, os candidatos do bloco devem defender a mesma bandeira do ex-presidente Lula e em oposição ao atual governo Mauro Mendes (União).
Mesmo brigando pelo protagonismo do PT de Mato Grosso, o parlamentar respalda a candidatura da ex-reitora da UFMT, Mária Lúcia Neder (PC do B) como candidata ao Governo do Estado.
“Ela não é filiada ao PT, mas do PC do B, um aliado histórico, e tem condições da disputa. O que precisa é de um programa de oposição ao atual governo e propostas de mudanças da forma que Mato Grosso é governado hoje”, disse durante entrevista ao programa Agora na Conti, na noite desta quarta-feira (29).
O deputado respondeu a um ouvinte de que não será candidato a governador, pois já cumpriu essa missão pelo partido em 2014. Ele havia feito planejamento de se eleger como deputado estadual e avaliar o mandato por meio da candidatura de reeleição. Apenas após cumprir mais quatro anos na Assembleia Legislativa, ele deve buscar outros caminhos políticos.
Com relação à aproximação do PP de Neri Geller e do ex-governador Blairo Maggi, e, possivelmente a chegada do PSD do senador Carlos Fávaro, também ex-presidente da Aprosoja, Lúdio argumenta que há uma contradição do PT se aliar a esse grupo ligado ao agronegócio em Mato Grosso.
“Eu considero uma contradição sem tamanho, uma aliança do PT em Mato Grosso com a representação política dos gigantes do agronegócio. O maior problema que nós temos que enfrentar no Brasil hoje é a fome, a carestia, o preço da carne, o preço do óleo de soja. Isso está relacionado a uma política econômica que favorece, por exemplo, os gigantes do agronegócio que ganham bilhões e bilhões e bilhões de dólares. Graças ao preço da soja no mercado internacional, encarece o óleo de soja nas prateleiras aqui. Você tem óleo de soja a R$ 14 no estado que mais produz soja no mundo. Essas contradições precisam ser enfrentadas e eu não vejo sentido numa aliança com esse formato aqui no estado de Mato Grosso”.
