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Notícias / Política

05/07/2022 às 12:02

Presidente de sindicato insinua 'tática eleitoral' e cobra punição a Paccola

"Se ele fez isso pra ganhar nome, pra poder ser eleito como deputado estadual, eu acho que é muito caro", disse Paulo

Da Redação - Jardel P. Arruda/Da Reportagem Local - Paulo Henrique Fanaia

Presidente de sindicato insinua 'tática eleitoral' e cobra punição a Paccola

Foto: Paulo Henrique Fanaia

O presidente do Sindicato da Carreira dos Profissionais do Sistema Socioeducativo (SINDPSS), Paulo Cesar de Souza, disse torcer para que a morte do agente socioeducativo Alexandre Miyagawa, 41, mais conhecido como “Japão”, não seja uma tática eleitoral do vereador tenente coronel Marcos Paccola (Republicanos) para ser eleito deputado estadual. 

A declaração foi dada na manhã desta terça-feira (5), durante manifestação de servidores do sistema socioeducativo estadual e da família de Japão, realizada em frente à Câmara de Vereadores de Cuiabá, para pedir Justiça. Alexandre foi morto a tiros, pelas costas, pelo vereador Paccola, após supostamente ter sacado uma arma de fogo e apontado para cima em uma conveniência, localizada no Bairro Quilombo, na Capital.

 “Eu não sei se ele quis usar isso, se infelizmente, se ele tentou fazer isso, usar isso como ganho político…Oh, eu não quero acreditar nisso, eu não quero acreditar nisso. Se ele fez isso pra ganhar nome, pra poder ser eleito como deputado estadual, porque ele é um pré-candidato a deputado estadual, eu acho que é muito caro o que ele previu. Tomara Deus, tomara Deus que eu esteja falando uma coisa totalmente errada”, disse Paulo.

De acordo com o presidente do sindicato dos agentes socioeducativos, os vídeos divulgados até o momento mostram que Paccola acompanhou toda a situação por cerca de dez minutos e, portanto, teve tempo para acionar a Polícia Militar e obter reforço para então intervir na situação com muito mais “tranquilidade”.

“Chama PM! Ele é oficial! Ele sabe disso! Ele como oficial, quando ele é oficial de uma tropa, ele não vai no combate. Ele tem as dele, ele só determina! Ele é formado assim, assim que ele é formado! Para comandar, não pra ele agir! Ele tem que comandar! Ele tinha que chamar reforço”, asseverou o sindicalista.

Em vários momentos do protesto, Paulo afirma que Paccola é um vereador e da reserva da Polícia Militar, não um policial da ativa da segurança pública, portanto não pode dizer estar no cumprimento do dever ao ter realizado a intervenção e, consequentemente, atirado e matado Alexandre. 

Mancha na PM

O presidente do SINDPSS ainda levantou o fato de que Paccola já foi alvo de investigações e processos, mas nunca foi punido com rigor. O vereador ainda é réu em uma ação na qual é acusado de ter fraudado registro de uma arma no sistema da Polícia Militar para camuflar a identificação de armamento utilizado em assassinatos investigados no âmbito da operação Coverage, que investiga um grupo de extermínio conhecido como “Mercenários”.

Paccola chegou a ser preso em 2019 e Ministério Público já pediu a condenação dele por falsidade ideológica e a exclusão dele da Polícia Militar. 

“Todos conhecem a vida do vereador e nada acontece com esse vereador. Fica aí vergonhoso pro estado ter uma situação dessa. O cara apronta e nada acontece. Vergonhoso para o Judiciário, Ministério Público, pro estado, para todos nós da segurança pública. Isso mancha a Polícia Militar, que é uma instituição muito linda, maravilhosa, centenária”, lamentou Paulo.

Outro lado

A assessoria de imprensa do vereador Marcos Paccola afirma que o parlamentar já respondeu as insinuações ao explicar a diferença da reação na vida real das vistas em filmes. O policial da reserva disse que inicialmente achou se tratar apenas de uma situação de desinteligência, quando envolve pessoas bêbadas, e quando Alexandre sacou a arma e uma pessoa gritou "ele vai matar todo mundo" o tempo hábil de reação é muito curto.

"Foi uma decisão que precisei tomar em poucos segundos", disse Paccola. Ele também ressalta não ter reconhecido Alexandre, a quem alegou conhecer "apenas de vista". 
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