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Notícias / Política

20/07/2022 às 10:40

Mauro declara não concordar com os ataques de Bolsonaro às urnas eletrônicas

Ao comentar a reunião do presidente na qual ele fez acusações contra o processo eleitoral brasileiro, o governador disse que o Capitão nunca reclamou das urnas quando foi eleito no passado

Paulo Henrique Fanaia

Mauro declara não concordar com os ataques de Bolsonaro às urnas eletrônicas

Foto: Christiano Antonucci / Secom-MT

Mesmo apoiando o presidente Jair Bolsonaro (PL) na pré-candidatura à reeleição, o governador Mauro Mendes (União) declarou não concordar com os ataques feitos pelo presidenciável às urnas eletrônicas e ao processo eleitoral deste ano. Segundo o governador, Bolsonaro foi eleito várias vezes em votações que utilizaram a urna eletrônica, mas nunca reclamou do sistema que o ajudou a se manter no cargo por muitos anos.
 
“Apoio ele [Bolsonaro], mas não sou obrigado a concordar com tudo que ele faz. Nesse ponto, eu discordo. Pega o passado dele. Quantas vezes ele criticou as urnas? Só agora que começou a dar problema nas urnas? Quando ele ganhou não deu”, disse Mauro Mendes durante entrevista concedida à Rádio CBN Cuiabá na manhã desta quarta-feira (20).
 
No começo da entrevista, o governador demonstrou um certo cuidado ao comentar as falas do presidente. Mauro chegou a usar uma metáfora sobre brigas durante o casamento para dizer que não é obrigado a concordar com tudo que o companheiro diz ou pensa, e que tudo bem.
 
Porém, ao ser questionado se ele não passava uma imagem de conivência com o posicionamento do presidente, considerando as diversas notas de repúdio emitidas por entidades oficiais brasileiras, bem como a recente nota do Ministério Público de Mato Grosso que afirma ser um desserviço à democracia os ataques realizados, Mauro demonstrou irritação e então carimbou a discordância com o Capitão.
 
Para o chefe do Executivo estadual, o momento agora é de foco e conquista ao leitor, demonstrando o que fez durante a gestão e o que pretende fazer se for reeleito. Para Mendes, o momento deve ser de respeito entre os adversários para, acima de tudo, fazer um bom debate com ideias e propostas.
 
“Foco! Vamos trabalhar, vamos conquistar o eleitor, vamos conquistar o cidadão, vamos mostrar o que fez. Eu não estou preocupado, vou procurar respeitar todos os meus adversários desde que eles me respeitem e aí vamos fazer um bom debate de ideias, porque quem vai para uma reeleição, acima de tudo você vai ser julgado pelo que fez, porque se achar que não fez, que não tá bom, game over, fim de jogo, volta pra casa. [...] Falar que vai fazer até papagaio fala, agora cadê capacidade, competência, experiência?”, pontuou o governador.
 
Nessa segunda (18), Bolsonaro fez uma reunião no Palácio da Alvorada com embaixadores estrangeiros. Durante o evento, o presidente fez uma apresentação com várias acusações contra as urnas eletrônicas, o sistema eleitoral e também com acusações contra os adversários que irão disputar as eleições para presidente neste ano.
 
Após a reunião, diversas entidades, até mesmo o próprio Tribunal Superior Eleitoral, emitiram nota de repúdio às falas do presidente. O Ministério Público de Mato Grosso se manifestou nessa terça (19) em nota assinado pelo procurador geral de justiça José Antônio Borges Pereira. O MP afirmou confiar Justiça Eleitoral e refutou qualquer tentativa de desqualificá-la.
 
De acordo com o MP, ao longo de décadas de utilização as urnas eletrônicas tem se mostrado eficientes e nenhum incidente ocorreu até o momento. A nota ainda afirma que o processo eleitoral brasileiro é referência em outros países do mundo, tanto pela sua agilidade quanto pela sua tecnologia, o que torna o processo eleitoral confiável e auditável.
 
“Colocar em dúvida a eficiência, segurança e seriedade do sistema eleitoral às vésperas das eleições para Presidente da República, para governador e cargos proporcionais é um desserviço à democracia, gerando um clima artificial de incerteza e desconfiança junto à população com propósitos nada republicanos, utilizando argumentos frágeis e destoantes da realidade que só provocam danos à imagem da democracia brasileira”, diz trecho da nota oficial do MP.
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