A privatização não é totalmente descartada, mas o presidente do Departamento de Água e Esgoto de Várzea Grande, Carlos Alberto Simões de Arruda, faz questão de se posicionar contrário. Para ele, com seriedade e determinação é possível manter o serviço público e oferecer um fornecimento de água com qualidade e constância.
Ele pondera que até pelo padrão da população várzea-grandense, a privatização não seria viável. Apesar de a cidade crescer na faixa de 8% a 12% ao ano, a renda per capita dos moradores é bem menor do que a de Cuiabá, o que revela que é a massa trabalhadora quem reside no município vizinho da capital.
“Sou contrário à privatização, até porque minha formação me leva para isso. A alternativa é fazer com que o DAE se torne viável. Para isso, primeiro temos que produzir água para resolver o problema que assola o consumidor. Temos que ter um olhar diferenciado, com seriedade e determinação. O prefeito Kalil Baracat já investiu 100 milhões e precisamos também que o cidadão faça a parte dele”, afirmou durante entrevista ao programa Agora na Conti, na noite desta terça-feira (26).
O presidente pontuou ainda que em mais de 30 municípios do Rio de Janeiro nos quais ocorreu a privatização o serviço acabou sendo devolvido ao município. E pondera que em Várzea Grande muito provavelmente teriam empresas interessadas, afinal é uma cidade de mais de 300 mil habitantes, porém, a tarifa saltaria de R$ 30 para R$ 50 e isto teria impacto no bolso do cidadão, por isso é preciso avaliar muito bem qualquer ideia de privatização.
Como um exemplo de sucesso, Carlos cita a Sanasa, empresa municipal responsável pelo abastecimento de água, coleta e tratamento de esgoto de Campinas. Ela, atualmente, exporta água atendendo mais quatro municípios vizinhos. Para o presidente do DAE, isto mostra como é possível manter o serviço público e também oferecer eficiência.
