A hipótese do pré-candidato ao Senado Neri Geller (PP) apoiar a reeleição do governador Mauro Mendes (União) e ao mesmo tempo o ex-presidente Lula (PT) é como ter os pés em duas canoas, ou seja, logo irá cair. A análise é da professora Maria Lúcia Cavalli Neder (PCdoB), ex-reitora da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e um dos nomes da Federação Brasil da Esperança (PT, PV e PCdoB) inicialmente cotados para disputar ao Governo do Estado e encabeçar a campanha do presidenciável do PT.
“Com os pés em duas canoas você vai cair dela já, já, né? E a nossa definição aqui é Lula. Nós temos certeza que o Lula será nosso presidente, possivelmente no primeiro turno uma boa votação no Mato Grosso. E a gente está na perspectiva inclusive dele ganhar aqui”, afirmou Maria Lúcia, na noite dessa terça-feira (26), no Palácio Alencastro, após reunião onde foi feito convite para a primeira-dama de Cuiabá, Márcia Pinheiro (PV), assumir a candidatura ao Governo em oposição a Mauro Mendes.
Essa análise foi feita diante da movimentação para que o deputado federal Neri Geller (PP) seja candidato ao Senado pelo grupo pró-Lula, mas apoie Mauro Mendes, que vai à reeleição fazendo campanha para o presidente Jair Bolsonaro (PL). O senador Carlos Fávaro (PSD), apoiador de Neri e coordenador da campanha de Lula junto ao setor do agronegócio, já declarou em entrevista que vai apoiar o atual governador ao invés de uma candidatura da Federação Brasil da Esperança.
Palanque Monstro
De acordo com Maria Lúcia, a Federação, no entanto, não vai aceitar a ideia do palanque aberto ao Senado de Mauro Mendes, ao qual ela teceu críticas. “É muito esquisito, né?! Um monstro de várias cabeças, né?”, disse.
A ideia do grupo de Mauro Mendes seria articular uma forma de ter o apoio do senador Wellington Fagundes (PL), Natasha Slhessarenko (PSB) e Neri Geller, todos candidatos à senatória.
O problema está no fato de Fagundes representar a campanha de Bolsonaro em MT, enquanto Neri a de Lula. Além disso, o próprio governador já anunciou que fará campanha para Jair Bolsonaro e ser inimigo do PT.
