As discussões sobre Senado no grupo do governador e pré-candidato à reeleição Mauro Mendes (União) ultrapassaram as articulações para ter Neri Geller (PP) no arco e agora se concentram em como acomodar o pré-candidato à reeleição Wellington Fagundes (PL) e a pré-candidata do PSB, a médica Natasha Slhessarenko.
Essa foi a temática da reunião realizada na sede do União Brasil, na manhã desta terça-feira (27), com a presença presidente do União Fábio Garcia, o presidente do PL Wellington Fagundes, e outros líderes das duas siglas, como o ex-senador Cidinho Santos (União) e o ex-secretário chefe da Casa Civil Mauro Carvalho (União).
Neri fora
Deixar como ultrapassada a aliança com o pré-candidato ao Senado do PP, o deputado federal Neri, ocorreu porque ele não abriu mão da aliança com a Federação Brasil da Esperança (PT, PV e PCdoB), que fará campanha presidencial a Luiz Inácio Lula da Silva (PT), enquanto Mauro Mendes tem um acordo de apoio mútuo e exclusivo com o presidente Jair Bolsonaro (PL).
Ou seja, a aliança do União Brasil do governador com o PP de Neri Geller fica inviabilizada por veto em nível nacional a qualquer aliança entre o PL do presidente Bolsonaro e a Federação Brasil da Esperança de Lula. Consequentemente, um apoio entre Neri e Mauro não tem embasamento legal, visto que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) proibiu coligações cruzadas.
“Foi assunto dessa reunião. Na verdade, juridicamente, essa questão não existe. Palanque aberto não existe, né?! Ou você tem uma coligação ou você tem candidaturas independentes, a legislação não permite palanque aberto. Permite ou candidaturas independentes, ou uma única coligação”, disse Fábio Garcia.
“Essa discussão [sobre palanque aberto] nem existe. Já tínhamos um compromisso com o PL e depois surgiu outras candidaturas. Em função das impossibilidades que a lei eleitoral coloca fica difícil você ter na mesma composição dois ou três candidatos ao senado”, complementou Cidinho Santos.
Wellington e Natasha
O desafio agora posto pelos líderes do União Brasil é conseguir acomodar o maior número de partidos possíveis na coligação de Mauro Mendes. Já estão confirmados PL e Republicanos e discute-se como incluir partidos como Podemos, Pros, PSDB-Cidadania e também o PSB, que possui a pré-candidata ao Senado Natasha Slhessarenko.
Apesar de a tendência ser fechar a coligação em torno da candidatura à reeleição do senador Wellington Fagundes, optar pelo lançamento de candidaturas individuais das siglas da coligação seria uma das formas de manter no grupo o partido liderado pelo deputado estadual Max Russi (PSB), que possui o 8º maior tempo de rádio e TV, além de 14 prefeitos, nove vice-prefeitos, 149 vereadores em Mato Grosso.
"Não tem indicação [se fecha só com Wellington ou vai de candidaturas avulsas] porque isso é uma construção com todos do grupo com todos os partidos. Portanto, a gente vai só dar continuidade às conversas, não tem definição ainda", explicou Fábio Garcia.
Contudo, Cidinho afirma que a tendencia natural é fechar com Fagundes. "Estamos aqui montando uma coligação. Até a convenção pode acontecer alguma coisa, mas a tendência natural é essa", disse.
