Crítica às alianças que a Federação Brasil da Esperança (PT, PV e PCdoB) fez com Carlos Fávaro (PSD), Neri Geller (PP) e o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), para as eleições deste ano, a vereadora da Capital e candidata a deputada estadual Edna Sampaio (PT) passou a adotar a filosofia de que “o inimigo do meu inimigo é meu amigo”.
Segundo a petista, o momento agora é de aceitar as alianças, colocar as divergências de lado e se unir para tirar do poder o atual governador Mauro Mendes (União) e o presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Eu sempre digo que o Neri, por exemplo, não me representa porque ele é um homem branco que representa o agronegócio e não pode representar uma mulher negra que é de esquerda. Eu não concordei com o PT renunciar seu protagonismo. Entretanto, isso já foi feito. E agora o que eu vou fazer? Eu estou aqui para fazer política”, declarou a petista na manhã desta quinta-feira (11).
A união com Neri e Fávaro causou muito alvoroço dentro do Partido dos Trabalhadores de Mato Grosso. A ala mais radical do partido recusava a união com a dupla que já foi da base do governador Mauro Mendes e já apoiou pautas do presidente Bolsonaro em Brasília. Já a ala liderada pelo presidente regional do PT, Valdir Barranco, e a deputada federal Rosa Neide, defendem a aliança sob a justificativa que ela é benéfica para estreitar os laços do ex-presidente Lula com o agronegócio no estado.
A situação ficou ainda mais complicada quando a primeira-dama de Cuiabá Márcia Pinheiro (PV) entrou na história. Tendo como base o esposo Emanuel Pinheiro, a Federação foi obrigada a engolir o prefeito de Cuiabá que irá coordenar a campanha de Márcia na disputa contra Mauro Mendes.
Edna admite que irá subir no palanque de Márcia e aceita ficar do lado do prefeito, do candidato ao Senado Federal Neri Geller e do senador Carlos Fávaro, que comanda a campanha da chapa Lula-Alckmin no estado. Para ela, o momento agora é unir a esquerda com as pessoas que se arrependeram de apoiar o presidente Bolsonaro e fazer uma união tática de adversários.
“Muita gente que estava com o Bolsonaro está vindo para o lado da defesa da democracia. Isso é ruim? Eu acho que não. Quem são os nossos aliados nesse momento? Os nossos adversários de antes são hoje nossos aliados táticos nesse instante. Não quer dizer que nos tornamos iguais. Quer dizer apenas que vamos fazer uma união tática neste momento eleitoral para derrotar o que para nós é o nosso inimigo maior”, finaliza Edna, deixando claro que as divergências políticas serão resolvidas em momento posterior.