A vereadora Michelly Alencar (União) afirma que 1,2 mil jovens em Cuiabá aguardam por tratamento psiquiátrico na saúde pública municipal. Em declaração após audiência pública sobre o Setembro Amarelo, ela explica que a transferência do Centro de Atenção Psicossocial (Caps) Planalto para o Centro de Especialidades Médicos (CEM) tem prejudicado os atendimentos na área.
“Precisamos que as sedes dos CAPS sejam sedes estruturadas, sejam sedes próprias. A sede do Planalto até agora não foi reaberta. Ela foi transferida para o CEM, que passa por um momento muito delicado. Essa estrutura está sendo desativada, o prédio está caindo aos pedaços. E existe, só de jovens, 1,2 mil jovens esperando atendimento”, disse Michelly, na Câmara, nessa terça-feira (13).
De acordo com a vereadora, a falta de profissionais e estrutura física para o atendimento dos pacientes é a principal reclamação em relação à saúde mental em Cuiabá. Segundo ela, o Poder Público precisa dispensar à saúde mental o mesmo tratamento dado a atenção básica em saúde, pois trata-se de investir em prevenção.
“A situação é grave, precisamos lutar pelo avanço da saúde mental. Precisamos entender que é uma rede de apoio que precisa ser dada. Noventa por cento dos casos de suicidas dão sinais, tiveram depressão, alguma síndrome, algum transtorno psiquiátrico”, afirmou.
A parlamentar ainda destaca que esse tipo de discussão não deveria estar acontecendo somente no mês de setembro, mas sim durante o ano inteiro. Tanto para pode quebrar o tabu existente a respeito do tratamento à saúde mental, quanto pelo momento singular de pandemia de covid-19.
“Estamos vivendo um momento absurdo de de pós pandemia, principalmente com nossos jovens que voltaram as escolas, voltaram às salas de aula, estão tendo muitas dificuldades psicológicas emocionais, deu um boom nos casos de depressão, ansiedade, pânico, automutilação, e o pensamento suicida, isso dentro do âmbito dos jovens e adolescentes”, explicou Michelly.