A vereadora Maysa Leão (Republicanos) garante que a Câmara de Cuiabá ficará "em cima" da questão relativa à falta de repasses milionários ao Hospital de Câncer de Mato Grosso e outros hospitais filantrópicos, até que a situação seja resolvida.
“Nós estamos ouvindo ambas as partes. Se não chegarmos a uma conclusão, nós, como vereadores, temos o instrumento de usar os Ministérios Público de Contas, Estadual e Federal, visto que é uma verba carimbada que vem do governo federal que deveria ser só repassada. Estaremos bem próximos, tanto do Hospital de Câncer como de outros hospitais filantrópicos que estão na mesma situação, porque a prefeitura alega, mas não comprova”, garantiu a vereadora em entrevista ao Leiagora, na terça-feira (18).
A dívida já está sendo judicializada e o valor anunciado pelo Hospital de Câncer de Mato Grosso é de que a Prefeitura de Cuiabá deve ao HCan um total de R$ 37.260.554,95. Em contrapartida, a Secretaria Municipal de Saúde não reconhece o montante e afirma que os valores reconhecidos constam na proposta de quitação dos débitos formalizada pelo Município em documento oficial e autos do processo que corre perante à justiça, mas não informou qual seria esse valor.
Na última sexta-feira (14), a Secretária de Saúde Suelen Alliend apresentou prestação de contas referentes à produção, despesas e oferta de serviços na saúde pública de Cuiabá e na oportunidade falou sobre essa situação com o Hcan e outros hospitais filantrópicos, mas não comprovou o valor correto da dívida.
Segundo a vereadora a visita não esclareceu as dúvidas. Maysa acredita que o valor correto é aquele que os hospitais estão cobrando e garante que ela e alguns vereadores vão ficar ficar em cima para que sejam repassados.
"A gente vai fazer os requerimentos necessários e a gente vai encaminhar toda a documentação passada para o Ministério Público e para o Ministério Público de Contas, para que isso seja resolvido”, assegurou.
Produção contestada
Nessa quinta (20), o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), contestou o valor cobrado, mas não informou o que a administração entende como certo. “Primeiro, eu quero que produza! Prove e será auditado e fiscalizado. Se produziu, vai receber o recurso, se não produziu, não vai receber o recurso. Isso será justificado, o Hospital de Câncer mesmo, nós já fizemos o encontro de contas, onde [foi dita] aquela mentira desqualificada, na porta das eleições, na quinta-feira que antecede o [primeiro turno do] pleito eleitoral”, disse em entrevista coletiva.
