Em um pronunciamento no Palácio da Alvorada, realizado na tarde desta terça-feira (1º), o presidente Jair Bolsonaro (PL) quebrou o silêncio que durava dois dias e agradeceu aos 58 milhões de brasileiros que votaram nele no segundo turno das eleições.
Ao lado de ministros, entre eles, Ciro Nogueira, chefe da Casa-Civil, Bolsonaro afirmou que mesmo enfrentando todo o sistema, sempre foi rotulado como antidemocrático, mas que sempre atuou nas 4 linhas da Constituição. Disse ainda que sempre vai cumprir os mandamentos da Carta Magna, ou seja, que vai respeitar o resultado do pleito.
O chefe do Executivo nacional também fez um apelo aos manifestantes que estão fechando rodovias federais e estaduais, e disse que os atuais movimentos populares são fruto de indignação e sentimento de injustiça pelo modo como se deu o processo eleitoral. “As manifestações pacíficas sempre serão bem-vindas, mas os nossos métodos não podem ser os da esquerda, que sempre prejudicaram a população, como invasão de propriedade, destruição de patrimônio e cerceamento do direito de ir e vir", afirmou o presidente.
Logo depois, Ciro Nogueira disse que foi autorizado pelo presidente da República em fazer o processo de transição, na quinta-feira (3), conforme estabelece a lei. Ele também destacou que Geraldo Alckmin, vice-presidente eleito, vai coordenar equipe de transição pelo lado de Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente eleito.
De acordo com assessores do Palácio do Planalto, Bolsonaro estava desde essa segunda buscando um melhor tom para o pronunciamento. Além disso, apontam que a tendência é de que, no fim do ano, o chefe do Executivo nacional viaje para exterior e não participe da posse presidencial. A expectativa é que a faixa presidencial seja passada a Lula pelo vice-presidente, Hamilton Mourão, que foi eleito ao Senado Federal pelo Rio Grande do Sul.