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Notícias / Polícia

07/12/2022 às 15:01

Organização que subtraía e substituía drogas de delegacia atua desde 2015 e já movimentou 1 tonelada

De acordo com o delegado, os trabalhos da organização criminosa podem até mesmo serem anteriores ao ano de 2015

Paulo Henrique Fanaia

Organização que subtraía e substituía drogas de delegacia atua desde 2015 e já movimentou 1 tonelada

Foto: PJC / MT

A organização criminosa que subtraía e substituía drogas por areia, gesso e isopor, atua na cidade de Cáceres desde o ano de 2015 e já movimentou cerca de 1 tonelada de entorpocentes. A informação foi confirmada pelo delegado corregedor da Polícia Civil, Rodrigo Azem, um dos responsáveis por comandar a “Operação Elfiates”, deflagrada pela Corregedoria Geral da Polícia Civil na manhã desta quarta-feira (7).
 
De acordo com o delegado, os trabalhos da organização criminosa podem até mesmo serem anteriores ao ano de 2015, fato este que somente poderá ser apurado com os desdovramentois da operação que segue em curso.
 
“Eles atuam desde 2015, aproximadamente, mas pode ser que o ano seja mais antigo. A quantidade de drogas que foi subtraída e substituída é de aproximadamente 1 tonelada,” disse Rodrigo Azem.
 
Além dos cinco policiais civis envolvidos na organização criminosa, dos quais quatro já foram presos e um está foragido, a quadrilha contava também com a ajuda de funcionários terceirizados de dentro da delegacia que auxiliavam na subtração das drogas e também com transportadores e traficantes de outros estados.

“Alguns envolvidos já estão cumprindo pena em presídios de Cuiabá e de fora do estado como Piauí e Maranhão”, confirmou o delegado corregedor Guilherme Fachinelli. Segundo ele, os policiais presos ficarão detidos em Mirassol D’Oeste, Cáceres e Cuiabá.
 
Investigações

As investigações iniciaram há aproximadamente oito meses, após o órgão corregedor receber a notificação de que durante a incineração de drogas realizada pela Delegacia Especializada da Fronteira (Defron), no dia 19 de abril deste ano, em Cáceres, foi constatada a violação de lacres das embalagens de perícia dos entorpecentes apreendidos. Em alguns envelopes houve a substituição de parte do material apreendido por outro diferente como, por exemplo, areia e gesso.

Na ocasião, foi determinada pela Corregedoria a correição extraordinária na sala da Defron, onde eram armazenadas as drogas apreendidas. Foi identificado um invólucro plástico violado com diversos tabletes que, ao serem manuseados e devido ao peso muito leve, constatou-se ser semelhante a isopor.

A equipe da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) foi acionada e fez a análise de todos os lacres e embalagens armazenadas no local, assim como as embalagens violadas que foram constatadas durante a incineração. Com os laudos periciais concluídos, foi confirmada que a droga apreendida, lacrada e armazenada na Defron havia sido substituída pelos tabletes de isopor, gesso e areia.
  
Envolvidos

Nas investigações foram identificados três grupos envolvidos no esquema: o primeiro dos policiais civis e de auxiliares, para a substituição e subtração das drogas apreendidas; segundo dos traficantes compradores e responsáveis pelos transportes e o terceiro o dos responsáveis pela lavagem de dinheiro, seja pelas empresas ou por laranjas.

As investigações apontaram o envolvimento de cinco policiais civis lotados na 1º Delegacia de Polícia de Cáceres e na Defron. Um dos envolvidos foi preso no mês de agosto, em outra operação realizada pela Corregedoria.
 
Após a identificação dos envolvidos, foi apurado o caminho da droga e do dinheiro. Os entorpecentes foram enviados para Uberlândia (MG), na conhecida ‘rota caipira’ e para o Nordeste (Maranhão e Piauí), sendo utilizadas empresas para lavar o dinheiro nos estados de Tocantins (Palmas/Nova Rosalândia) e de Mato Grosso (Mirassol d’Oeste e Cáceres).
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