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Notícias / Política

16/03/2023 às 15:54

Edna tenta encaixar marido na Câmara com salário de R$ 32 mil e se envolve em outra polêmica

Trata-se de um pedido de cessão de Willian Sampaio para trabalhar no Legislativo municipal, mas com o ônus do pagamento para a Câmara

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Edna tenta encaixar marido na Câmara com salário de R$ 32 mil e se envolve em outra polêmica

Foto: Carol Siqueira | Secom Câmara Municipal de Cuiabá

Após a repercussão da demissão da servidora grávida do gabinete da vereadora Edna Sampaio (PT), agora é o marido da parlamentar que está envolvido em outra movimentação que pode impactar nos cofres da Câmara de Cuiabá e que acabou gerando mais uma polêmica na Câmara. Trata-se de um pedido de cessão de Willian Cesar Sampaio para trabalhar no Legislativo municipal recebendo salário mensal de R$ 32 mil, com ônus para o Parlamento.

Ofício da Câmara encaminhado ao secretário de Estado de Planejamento e Gestão, Basílio Bezerra, em novembro de 2022, pede a cessão do servidor público estadual por um período inicial de dois anos, com ônus financeiro para o Parlamento Municipal.

O documento foi assinado pelo então presidente da Câmara, Juca do Guaraná, e por Chico 2000, que já havia sido eleito presidente do Parlamento cuiabano para o atual biênio. Em agosto de 2022, Edna votou em Chico para presidir a Casa de Leis.

O portal transparência do governo do Estado mostra que Willian Sampaio recebeu de salário bruto em janeiro deste ano o valor de R$ 32.540,05. Pela cessão de dois anos, a Câmara teria que reembolsar o governo do estado o valor de RS 846.041,30, fora outras despesas com encargos trabalhistas.

Willian Cesar Sampaio atualmente exerce o cargo de gestor governamental na Secretaria de Planejamento e Gestão do governo de Mato Grosso. Ele é ex-presidente estadual do PT, e foi nomeado em janeiro de 2009 superintendente regional do Instituto de Reforma e Colonização Agrária (Incra) em Mato Grosso, tendo sido exonerado em agosto de 2011.


 
Discussão na Câmara
 
O fato gerou um bate-boca no Parlamento Municipal na sessão ordinária desta quinta-feira (16). O primeiro a tocar no assunto foi o vereador Dilemário Alencar (Podemos), que pediu explicações a parlamentar petista.

O coro foi endossado pela vereadora Michelly Alencar (União). “É imoral que o marido de uma servidora esteja prestando serviço na câmara e recebendo um salário de R$ 30 mil, sendo que o salário de secretário da Casa, que é o maior cargo da casa é de R$ 12 mil. Não é ilegal a cedência de servidor, mas é imoral. [...] E como foi o caso da servidora gravida que foi mandada embora, ela mais uma vez não respondeu”, completou.
 
Posicionamento da Vereadora

Edna afirma que não houve ilegalidade nem imoralidade no pedido de cessão. “A vereadora Edna Sampaio deve ser uma vereadora que incomoda muita gente, que recebe tantos ataques. Não há nenhuma ilegalidade, nenhuma irregularidade, nenhuma imoralidade nisso. Meu marido é concurso e recebe R$ 32 mi, como eu também recebo da Unemat, pois sou concursada lá”, disse a parlamentar durante a sessão.

A parlamentar ainda vai mais além. “Eu tenho muito orgulho de não precisar fazer política para sobreviver, nós temos o compromisso com o povo. [...] Somos um casal de gente preta que conseguiu o sucesso que muita gente branca não consegue e precisa do mandato para poder sobreviver”, concluiu.

Por meio de nota, Willian, que é esposo da vereadora, informou que o pedido foi suspenso pelo fato de o PT ter feito sua indicação para assumir um cargo de direção no Ministério da Gestão e Inovação nos Serviços Públicos.  Ele também é ex-presidente estadual do Partido dos Trabalhadores.

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