A propagação de mensagens de massacres, além do detalhamento de casos e até mesmo a superexposição dos autores, acaba gerando um efeito de contágio que pode acabar estimulando aquela pessoa que é vítima de bullying a se sentir inspirada na busca por vingança. Além disso, tem a questão do ego de quem pratica estes atos e também o fato de que quem cria essas ameaças querer, justamente, causar pânico. Portanto, é importante frear a divulgação massiva de atentados.
O delegado titular da Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Informáticos (DRCI), Ruy Guilherme Peral, alerta para a divulgação em massa desses casos e também sobre a responsabilização dos pais no controle ao que os filhos acessam.
“Pode acontecer o efeito contágio, e àquela pessoa que está sendo vítima de bullying pode se sentir inspirada a fazer o mesmo. [...] Como eu analiso este cenário? Existem pessoas com acesso à internet, pessoas que enfrentam algum problema de saúde mental, e ela acaba envolvendo ou aglutinando pessoas que sofrem bullying e desta forma pode levar a atos que foram praticados. Não é porque em Santa Catarina ocorreu o massacre que todas as mensagens em nosso estado significa que vai ocorrer”, alertou durante bate-papo ao podcast Conecta Jovem, realizado pela equipe da Secretaria de Estado de Comunicação.
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Outro ponto apontado pelo delegado é o de que as pessoas que cometeram esse tipo de crime querem publicidade, holofotes e ficar famosos com as atrocidades que praticaram. “Não podemos alimentar esse tipo de ego”, ressaltou o delegado.
“Essas pessoas que fizeram os massacres ou pretendem fazer, elas querem aparecer, querem que o nome seja divulgado, querem ficar famosos, não podemos alimentar esse tipo de ego. E aí tem o papel da imprensa, dos pais, de nós todos de frear a divulgação deste conteúdo e divulgamos os canais de denúncias”, avisou o delegado.
A orientação para as mães, pais e comunidade escolar é de que ao receberem vídeos, fotos e mensagens de ameaças ou supostos ataques, que enviem por mensagem para os perfis oficiais da Polícia Civil em Mato Grosso nas redes sociais ou pelo WhatsApp para denúncias 65 99973-4429, além do 197.
E o delegado também reforça a importância dos pais monitorarem os conteúdos e jogos consumidos pela criança ou adolescente. É preciso acompanhar o uso da rede, porque neste mundo digital os jovens ficam expostos a criminosos, psicopatas, pedófilos e traficantes. Mesmo que seja um jogo infantil, alguns criminosos utilizam-se justamente deste tipo de conteúdo para ter acesso às crianças.
Ele dá dicas para uso de alguns aplicativos de monitoramento que impõem controle, geram relatórios, e também restringem o tempo de uso. Ainda sobre a questão dos jogos, é preciso acompanhar para ver o que os filhos jogam, para evitar que eles fiquem expostos à violências.
“Acompanhe de perto o que seu filho está fazendo no celular, os grupos que ele participa, verifique também se não está passando por bullying, ansiedade, depressão, esses quadros faz com que essa crianças e adolescente fiquem mais vulneráveis e tenha a vontade de revidar essa exclusão social que sofre. Pais, professores acompanhem de perto essas crianças”, alerta, aproveitando para também pedir calma neste momento de histeria social, lembrando que todas as ameaças, até o momento, investigadas, eram fake news.
