A interventora Danielle Carmona afirmou que os 90 dias à frente da gestão da Secretaria Municipal de Saúde de Cuiabá não serão suficientes para quitar todas despesas da pasta, como o déficit de R$ 350 milhões. Em coletiva de imprensa nesta sexta-feira (28), ela disse que o tempo é suficiente apenas para suprir medidas emergenciais e não reorganizar de um modo geral a saúde de Cuiabá.
“Conforme nós tínhamos noticiado, um déficit de R$ 350 milhões até 2022. Iniciamos até março ainda com déficit, porque o município não repassou 100% do recurso conforme consta na Loa. Nós temos os serviços para garantir, os serviços executados durante o mês que assumimos e conforme o fluxo de caixa nós vamos acertando do passivo. Mas não tem como hoje, com o recurso que nós temos pagar os 350 milhões e arcar com as despesas futuras”, reconheceu a interventora.
Somado ao déficit, há também conforme a interventora outras despesas quanto ao pagamento de fornecedores e dos próprios servidores referente ao mês de julho.
“Há um saldo devedor para muitas empresas, fornecedores, prestadores de serviço, os profissionais, os próprios servidores estavam com atrasos desse julho. Nós conseguimos quitar 80% desse débito com os servidores, então essa é nossa maior dificuldade, com isso nós temos servidores desmotivados, porque estão sem receber”,
Carmona destacou ainda que o tempo é insuficiente no aspecto que vai além das finanças, engloba também o sistema operacional da pasta. Ela afirma que só foi possível ajustar questões emergenciais até o momento.
“90 dias para poder mudar políticas públicas de saúde é insuficiente. 90 dias a gente pode tomar algumas ações e sanear alguns problemas de forma emergencial, ou seja, pontuando do que consta na decisão judicial, fizemos aquisição de medicamentos, retomamos as cirurgias eletivas, começamos a cumprir as medidas judiciais. Mas para reorganizar a rede, instituir fluxos, protocolos para que funcione e possamos ter um resultado a médio e longo prazo são necessários mais”, finaliza.
A intervenção na saúde de Cuiabá, supervisionada pelo Tribunal de Contas de Mato Grosso, que teve sua segunda fase no início de março, deve terminar em junho. A decisão pode ser prorrogada por mais 90 dias.