Após avocar a relatoria do processo de cassação da vereador Edna Sampaio (PT), investigada por um esquema de rachadinha na Câmara de Cuiabá, o presidente da Comissão de Ética, vereador Rodrigo Arruda e Sá (Cidadania), informou que não deverá permanecer à frente da elaboração do relatório e quem deverá assumir a responsabilidade será o vereador Kássio Coelho (Patriota). Além disso, a Comissão de Ética deve apresentar ainda esta semana um cronograma das oitivas que devem iniciar já na próxima semana. E o prazo para a conclusão dos trabalhos é de 90 dias.
O que ocorreu, segundo Rodrigo, é que ele recebeu o processo contra Edna na sexta (12) e já convocou a reunião para essa segunda, sendo assim, os demais membros da comissão, os vereadores Kero Kero e Kássio, não tiveram tempo de ter conhecimento dos fatos e acabaram não assumindo a missão, tendo então avocado para si a relatoria.
“O presidente não pode ser o relator do processo. Eu avoquei, porque recebemos os documentos na sexta, às 8h, no fim de semana eu estudei esses processos, na segunda convoquei a reunião com os vereadores Kero Kero e Kassio, por não terem conhecimento ainda sobre os processos eles não aceitaram de pronto a missão de ser o relator do processo, então avoquei essa responsabilidade até que faça a próxima reunião na semana que vem, para designar essa relatoria, que provavelmente será para Kássio”, afirmou Rodrigo em entrevista na manhã desta terça-feira (16).
O processo de cassação apura se houve quebra de decoro parlamentar por parte da vereadora Edna ao cobrar a devolução da verba indenizatória paga à chefe de gabinete da petista, Laura Abreu, demitida ainda grávida. Vale destacar ainda que as cobranças eram feitas pelo marido da vereador, Willian Sampaio.
Dentre os que devem ser convocados estão a própria parlamentar, o marido dela, Willian Sampaio, o empresário e jornalista Romilson Dourado, responsável pela publicação da matéria com prints e áudios referentes ao esquema de rachadinha e ainda a própria ex-chefe de gabinete.
Sobre as alegações de Edna de que estaria sendo vítima de uma perseguição, além de considerar também uma descriminação por ser uma mulher preta, Rodrigo apenas declara que o processo será transparente e analisará os fatos e as provas apresentadas, além dos testemunhos.
“Vamos analisar a aquisição de prova ilegal, avocar a todos os envolvidos, confrontar e questionar bastante para ter mais documentos para colocar no processo, para não prejudicar nem a vereadora e também não prejudicar a transparência do processo”, afirmou.
Vale lembrar, que caso Kássio seja confirmado como relator, esta é a segunda vez que o vereador assume a missão de elaborar um relatório que poderá resultar na cassação de um colega. A primeira foi quando Marcos Paccola foi cassado por quebra de decoro por atirar e matar o agente socioeducativo, Alexandre Miyagawa.
