O senador Jayme Campos acredita que ainda é possível evitar a saída do deputado estadual Eduardo Botelho do União Brasil. Uma reunião entre as principais lideranças da legenda está sendo arquitetada para aparar as arestas, nos próximos dias.
Na terça-feira (9), Botelho esteve no gabinete de Jayme, em Brasília, e se queixou dos recentes encaminhamentos do partido. Segundo o senador, o deputado "está se sentindo meio escanteado".
De fato, o parlamentar anunciou sua saída dizendo que já não trabalhava mais com a ideia de permanecer filiado porque teriam "fechado as portas" para ele. Contudo, pondera Jayme, "o governador [Mauro Mendes] está aberto para conversar".
"Até agora não fechou nada [saída de Botelho]. Ele exige que tenha e quer que tenha critérios", contou Jayme sobre as possíveis condições do deputado para desistir de sair da sigla. "Eu acho que muitos desses critérios são exequíveis, factíveis", avaliou, sem contudo dar detalhes das exigências. Uma delas seria a realização de pesquisas internas.
Botelho está de saída do União Brasil por não conseguir viabilizar seu projeto eleitoral para prefeito de Cuiabá dentro da legenda, sobretudo por conta do favoritismo do governador Mauro Mendes, que preside o União em Mato Grosso, pelo projeto do deputado federal e agora secretário-chefe da Casa Civil, Fábio Garcia, aliado de primeira hora de Mauro. Neste cenário, crescem os rumores de que ele deve mesmo ir para o PSD, presidido pelo ministro da Agricultura, Carlos Fávaro.
O senador defende a articulação contrária à desfiliação de Botelho e se coloca como mediador da nova rodada de negociações. Para Jayme, abrir as portas dessa forma poderia prejudicar o partido. "Estamos marcando uma conversa para o fim de semana, porque é aquela história: perde um aqui, outro acolá e daqui a pouco estamos fadados ao insucesso. Botelho é um grande cidadão e ninguém pode decrescer um político de escola, terceira vez deputado estadual. Hoje ele tem o povo dele", argumenta, lembrando a quantidade de votos do deputado nas eleições do ano pasado. Foram 51.998 votos em Botelho. "Eu, particularmente, defendo a tese de que nós temos que continuar unidos. Faço política de somar para dentro".
