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Notícias / Política

10/08/2023 às 17:01

VAI RENDER

Demissão de ex-chefe de gabinete grávida pode gerar novo processo contra Edna na Câmara

Vereadoras da Comissão de Direitos da Mulher defendem análise do caso, se Edna Sampaio não for cassada

Renan Marcel

Demissão de ex-chefe de gabinete grávida pode gerar novo processo contra Edna na Câmara

Foto: Câmara de Cuiabá

Ao que tudo indica, mesmo que a vereadora Edna Sampaio (PT) escape da cassação no processo disciplinar da Comissão de Ética da Câmara de Cuiabá, o caso em que ela está envolvida não deve sair do radar dos colegas de parlamento tão cedo. A menos que a defesa da petista, patrocinada pelo ex-juiz federal Julier Sebastião, consiga enterrar junto com a cassação qualquer ''mobilização por justiça" à ex-chefe de gabinete da vereadora, Laura Natasha, que foi demitida quando estava grávida.

Na manhã desta quinta-feira (10), as vereadoras Michelly Alencar (União Brasil) e Maysa Leão (Republicanos) defenderam uma nova comissão processante, no âmbito da Comissão dos Direitos da Mulher, do qual Edna fazia parte e foi obrigada a se afastar após a denúncia da demissão, motivada pela cobrança da ex-chefe de gabinete pela verba indenizatória. A parlamentar atualmente é alvo da Comissão de Ética por suposta prática de rachadinha, ficando com essa verba. Ela teria embolsado R$ 20 mil de Laura. 

"Pautada em tudo aquilo que eu acompanhei, já tenho um posicionamento sobre o processo na Comissão de Ética, mas vamos aguardar o relatório. Não tenho como me omitir diante de irregularidades e ilegalidades graves cometidas, que a vereadora quer normalizar. O clima [sobre a cassação] é dividido ainda. Nós sabemos quanto é difícil estar aqui e não é um momento confortável para a casa cassar um vereador. Está bem equilibrado", disse Michelly. 

"Nós ouvimos a Edna na Comissão da Mulher para saber sobre a demissão da grávida sem justa causa. Ela trouxe alegações em depoimentos que foram desconstruídas pela própria Laura. Então pode sim haver a representação por esse motivo. Não é o objeto, mas caso a vereadora permaneça a gente vai apresentar sim. Eu acho que é tão grave quanto [a demissão], não é moral você usar a condição de gestante para mandar embora", avalia. 

Maysa, por sua vez, disse que tem conversado com os eleitores sobre o caso. Segundo ela, a população está cansada e cobra punição. "A população está cansada de ver nenhuma consequência. Então estou esperando o relatório para ser uma pessoa responsável. Se o relatório vier com anuência total ou aceite total, a gente viu a vereadora falar e admitir a apropriação da verba indenizatória. Eu prevejo um cenário não muito favorável. Não pode ficar em nada", defendeu. 

"Caso não aconteça nada, esse segundo pedido vai ter meu voto favorável para fazer uma nova comissão processante, com amplo direito de defesa, para ouvir a Laura, que, pelo que sei, tinha uma gravidez de risco", explica. 

Terminou nesta quinta-feira o prazo para a vereadora apresentar a defesa formal à Comissão de Ética. Na sessão plenária, em que era esperada a manifestação oral da parlamentar, a petista não esteve presente, alegando problemas de saúde com o pai, o qual acompanha em tratamento médico, justificando a falta.

A tramitação do processo de agora em diante é a seguinte: primeiro o relator, vereador Kássio Coelho (Patriota), conclui o relatório, que vai para análise da Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR). Depois, o presidente da Casa, vereador Chico 2000 (PL), convoca sessão e coloca o documento em pauta de votação. Regimentalmente, o prazo para que o relatório da comissão seja votado em plenário é até o dia 28 de agosto.  
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1 comentário

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  • Josi 14/08/2023 às 00:00

    Não pode! O empregador é a câmara. A casa responde. Sendo todos os direitos garantidos, não houve irregularidades na exoneração. Além do cargo ser de livre nomeação e exoneração. Os vereadores deveriam estudar um pouquinho, o básico.

 
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