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22/08/2023 às 11:28

AGOSTO DOURADO

Especialistas e mães debatem sobre os desafios da amamentação

Hospital e Maternidade Femina reuniu especialistas, mães e colaboradoras que compartilharam experiências e discutiram questões sobre a amamentação

Leiagora

Os desafios enfrentados pelas mães que estão na fase da amamentação foram abordados por profissionais da área da saúde durante a celebração da campanha ‘Agosto Dourado’, realizada no Hospital e Maternidade Femina, em Cuiabá, no dia 17 de agosto.
 
O mês do Aleitamento Materno no Brasil foi oficializado pela Lei nº 13.435/2017, que determina a intensificação das ações de conscientização e esclarecimento sobre a importância do aleitamento materno ao longo de agosto. A campanha simboliza a luta pelo incentivo à amamentação, sendo a cor dourada associada ao padrão ouro de qualidade do leite materno.

Enfermeira e consultora em amamentação, Isadora Ribeiro destacou que o leite materno é o alimento crucial para o bebê desde o nascimento até os seis meses de vida, sendo, inclusive, uma recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS).

“Além de suprir todas as necessidades nutricionais do bebê, o leite materno tem benefícios adicionais, pois ajuda a mãe na perda de peso, oferece proteção contra o câncer de mama e outras doenças raras, ou seja, o leite materno é notável”, relatou a enfermeira durante a palestra, citando também que as crianças que são amamentadas têm uma probabilidade significativa menor de sofrer com diversas enfermidades.

Atuante na rede pública de saúde há vários anos, a enfermeira também ressaltou que o grande êxito da amamentação começa antes do período pré-natal, nas consultas e no pós-parto.

“A mãe precisa saber que se o bebê pegar o seio de forma inadequada pode causar machucados, fissuras e dores, até mesmo sangramento. O sono da mãe também será interrompido, já que o bebê acorda durante a noite. O recém-nascido ainda está se adaptando ao mundo”, refletiu a enfermeira.

Outro fator importante da amamentação é o vínculo criado entre a mãe e o bebê nesse período da vida. A especialista em psicologia perinatal e obstétrica, Fabiane Espíndola de Assis, esclareceu que a saúde mental da mulher desempenha um papel fundamental ao enfrentar esse processo, e nesse sentido, é essencial contar com o apoio do companheiro e da família.

“Um ponto inicial de relevância é o período pós-parto, o puerpério. A primeira mudança ocorre na identidade da mulher. Assim que ela recebe o teste positivo de gravidez, sente que tudo mudou. Por vezes, o parceiro pode parecer distante, como se sua vida continuasse normalmente, enquanto a mulher embarca em um processo intenso. Isso já aponta para o impacto emocional que se estende até o processo de amamentação”, conta a psicóloga.

Ela aponta ainda que nesse turbilhão de emoções, a mulher passa por vários questionamentos, passando de filha, para mãe, assumindo um novo papel. “É vital valorizar esse período com afeto e respeito, pois ele contribuirá para a reconstrução de todos esses papéis. É uma jornada importante e transformadora para a mulher”, pontuou Fabiane.

Segundo a doula Keline Paula, é fundamental que a mulher compreenda as várias etapas do processo que irá vivenciar, a fim de ter um parto tranquilo e, consequentemente, estabelecer um processo de amamentação saudável. “Quando a mãe está em um estado de tranquilidade, seus hormônios, como a ocitocina, que influencia nas contrações e a liberação do leite, podem fluir com mais eficiência”, discorreu.

Tema importante

A pediatra e neonatologista Fernannda Pigatto Vilela, que também é a diretora clínica do Hospital e Maternidade Femina e mãe de filhos gêmeos, considera o tema de suma importância. É por essa razão que o evento foi organizado, visando reunir as profissionais com o objetivo de desmistificar questões e esclarecer dúvidas.

“Um dos nossos maiores desafios, especialmente para mim, como médica intensivista, é garantir que bebês que nasceram antes do tempo esperado possam receber o leite materno antes de deixar a unidade. Saber que algumas mães, em situações diversas, buscam nosso apoio, demonstram confiança e entregam seu bem mais precioso, seus filhos, aos nossos cuidados, é algo muito significativo”, salientou a médica.

A unidade de saúde também funciona como banco de leite materno em parceria com o Hospital Universitário Júlio Müller (HUJM), possuindo uma equipe multidisciplinar especializada que oferece acompanhamento integral às mães em todas as suas necessidades.

Segundo ela, a Femina tem uma sala de coleta de leite materno e o leite captado na unidade é pasteurizado pelo Hospital Universitário Júlio Müller (HUJM). "O Júlio Müller possui um banco de leite e tem parceria conosco. Contamos com a colaboração das mães, pois sem doadoras, nada disso seria possível”, concluiu Fernannda.

Mães

Participaram do evento elucidativo, várias mães de bebês recém-nascidos internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da Femina, colaboradoras e visitantes interessadas no tema.

Eliane Almeida Mendes, que está aguardando a chegada do seu segundo filho, buscava informações mais abrangentes, especialmente de profissionais da área.

“A palestra trouxe muita clareza para mim, foi realmente esclarecedora, e eu me senti acolhida, especialmente em relação à questão da amamentação. É um desafio que muitas vezes as pessoas que não são mães não entendem”, contou.

Para Adriana Galdiano, que está com a filha recém-nascida internada na UTI Neonatal do hospital, compartilhar vivências e receber informações ajudam no processo de amamentação.

“Acredito que através desses eventos, outras mães podem compartilhar suas próprias vivências e histórias, promovendo um debate construtivo sobre o assunto. Isso também prepara as mães para o caso de passarem por situações semelhantes, fornecendo um direcionamento claro para a trajetória que devem seguir”, concluiu.

Sobre a Femina
O Hospital e Maternidade Femina atua há 43 anos em Cuiabá, nas áreas de Pediatria, Obstetrícia, Ginecologia, Clínica-Geral e pronto atendimento com plantão 24 horas. Também conta com estrutura laboratorial de análises clínicas, no caso de exames solicitados durante os pronto-atendimentos. Ainda fazem parte de sua estrutura UTI adulta, UTI Neonatal e UTI pediátrica.
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