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Notícias / Política

23/08/2023 às 19:01

ALERTA VERMELHO

Próximo do colapso, clínicas podem fechar e deixar mato-grossenses sem ​hemodiálise

Dr. João busca alternativas para evitar que pessoas que dependem do serviço percam a vida

Leiagora

O deputado estadual Dr. João (MDB) voltou a encabeçar a luta para melhorar o acesso ao tratamento de hemodiálise em Mato Grosso. Os custos para a realização dos procedimentos aumentaram após a pandemia e a situação das clínicas no estado está bastante crítica, inclusive, correndo o risco de haver um colapso e diversos mato-grossenses ficarem desassistidos e morrerem.

Representantes de diversos municípios, principalmente da região do Médio-Norte, procuraram o deputado para suplicar por uma ajuda. "Já vieram vereadores e prefeitos de Diamantino, Sapezal, Juína, entre várias outras cidades. O pedido principal é para que possamos resolver esta questão da hemodiálise", destacou o deputado.

Segundo o deputado, após a pandemia de Covid-19, os preços de insumos dispararam. "Uma bolsa de soro custava algo em torno de R$ 4,50 e agora está custando R$ 12. A heparina subiu de R$ 7 para R$ 25. A tabela do SUS não ajuda a cobrir os custos. O que é complementado pelo estado, já não é mais suficiente. As clínicas estão dando prejuízo e estão na iminência de fechar. Por conta disto, também não aparecem empresas interessadas em abrir em outras cidades, já que - da forma como está - o negócio é fadado a quebrar".

Atualmente, conforme a Associação Brasileira dos Centros de Diálise e Transplante (ABCDT), o repasse do Ministério da Saúde está defasado em 39% e faz do Brasil o país com o menor valor para diálise em toda América Latina.

O valor repassado para as clínicas de diálise pelo governo federal é de R$ 218,47 por paciente. Porém, de acordo com estudos da ABCDT e da Sociedade Brasileira de Nefrologia, o custo real de cada sessão é de R$ 302,84. 

"Se isto acontecer [fechamento de clínicas] teremos um colapso. O tratamento de hemodiálise, em si, já é muito frustrante. As pessoas precisam ir três, as vezes quatro vezes, para realizar o procedimento. Isso em uma cidade grande, como Cuiabá, já é desgastante. Agora, imagine uma pessoa que precisa andar 200 km, 300 km ou mais todas as vezes, ida e volta", completou o parlamentar, que ainda ressaltou que o tratamento de diálise é essencial para 155 mil de brasileiros.

Dr. João, que faz parte da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), articula com o governo do estado uma complementação maior da tabela do SUS para manter os tratamentos e as clínicas abertas. As prefeituras também terão de dar alguma contrapartida.

"Caso contrário, teremos pessoas morrendo. Eu, quando atuava ainda como médico, tive um paciente que não suportou ter que se deslocar de uma cidade para outra três vezes por semana. Ele me agradeceu, mas disse que não continuaria o tratamento. Eu falei que ele ia morrer. Ele disse que sabia disso, mas que não suportava mais todo a peregrinação e o martírio pelo qual precisava passar. Infelizmente, ele não resistiu", revelou o deputado.

Conforme a ABCDT, 85% dos pacientes renais do SUS são tratados em clínicas privadas conveniadas.

No dia 05 de setembro, a Comissão de Saúde também irá discutir o tema e tentar intermediar uma solução para que não haja o colapso da hemodiálise em Mato Grosso. 

A hemodiálise é o tratamento que limpa o sangue, por meio de uma máquina, como se fosse um rim artificial. É realizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), por meio de verba federal, em unidades públicas ou na rede particular conveniada. Apesar do repasse chegar a ponta, está defasado.
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