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Notícias / Polícia

06/10/2023 às 10:30

SITUAÇÃO TRAUMÁTICA

'Minha filha poderia ter morrido', diz pai de menina de 1 ano que foi espancada e mordida 17 vezes em creche

Ao Leiagora, o homem contou sobre histórico de torturas psicológicas e imprudência por parte da unidade escolar

Eloany Nascimento

'Minha filha poderia ter morrido', diz pai de menina de 1 ano que foi espancada e mordida 17 vezes em creche

Foto: reprodução/Arquivo Pessoal

O coordenador de relacionamento com mercado, Bellini Sales, 43 anos, pai da menina de 1 ano e 4 meses que foi mordida 17 vezes e espancada na cabeça em uma creche, relatou o pesadelo vivido pela filha e pela família na última segunda-feira (2), em Cuiabá. Ao Leiagora, o homem contou sobre histórico de torturas psicológicas e imprudência por parte da unidade escolar. Além disso, enfatizou que as agressões poderiam ter levado à morte da criança “poderia ter acontecido algo pior, minha filha poderia ter morrido”. 

Além da vítima das agressões, Belini e sua esposa possuem outra filha de 3 anos, que também ficava sob os cuidados da creche localizada no bairro CPA 3. Ele contou que no dia do ocorrido estava viajando, e a rotina de deixar as crianças na escolinha foi realizada apenas pela mulher.

Como de costume, a esposa de Belini deixou as meninas na creche pela manhã, por volta das 10h e foi trabalhar. Depois do almoço, cerca de 13h a coordenação da unidade entrou em contato com a mãe da bebê relatando que houve um incidente com mordida, omitindo a gravidade da situação.

Por achar que teria sido apenas uma mordida e como estava trabalhando, a mãe da vítima não foi buscá-lá, e pediu para a avó pegar as filhas ao fim do dia. 
No momento em que pegou a menina, foi possível ver que ela estava com mordidas no rosto, mas somente quando chegaram em casa e tiraram a roupa dela viram diversos hematomas no corpo da bebê. 

Leia também - Mãe denuncia creche após filha de 1 ano e 4 meses aparecer com mordidas pelo corpo

“Minha esposa me ligou e contou que minha filha estava com vários hematomas na cabeça causados por pancadas, mordidas na bochecha, sobrancelha, braço e várias nas costas. Na hora orientei ela ir à delegacia, e lá foi registrado o boletim de ocorrência e posteriormente feito o corpo de delito”, relatou Belini.

Conforme o coordenador de relacionamento, diante de toda situação traumática a creche não se posicionou, não procurou para dar assistência e apenas alegou que foi um incidente entre a menina e outra criança da creche. 

Indignado, Belini decidiu denunciar o caso à imprensa, e somente após a repercussão dos fatos, a diretora da creche decidiu entrar em contato e chamou eles para irem até a unidade onde iriam mostrar imagens do circuito interno de segurança. 

Como ele já havia chegado de viagem, foi com a esposa até a unidade para ver as imagens e ouvir o posicionamento da creche, mas quando chegou foi surpreendido com a proprietária do local, o esposo dela e um advogado. Só foi mostrado aos pais da vítima um trecho rápido de aproximadamente 25 segundos do vídeo.

Na gravação, foi possível ver que cerca de 20 crianças estavam em um quarto fechado, sem a presença de funcionários. A menina estava brincando com uma bola, quando um colega de 2 anos e meio se aproxima e tenta pegar o brinquedo, mas ela nega, então o menino sobe em cima e morde o rosto dela, e na sequência o vídeo é interrompido. 

A sequência dos fatos, outras mordidas não foram mostradas aos pais. Segundo Belini, a diretora alegou que as pancadas foram ocasionadas por uma criança que bateu carrinho de brinquedo na cabeça da menina. 

Outra questão levantada por eles, é sobre relatos de um castigo em que a filha mais velha temia, o chamado “cadeirão”, em que as crianças que fizessem ‘birra’ seriam colocadas de castigo em uma cadeira alta, onde não conseguiriam descer. 

“Tenho outros conhecidos que colocaram o filho nessa creche também e eles reclamaram de uma cadeirão em que quando as crianças  fazem birra colocam ela de castigo nele. Para mim isso é tortura psicologica, mas a diretora falou que é normal e que serve para acalmar os alunos. Minha filha quando entrava no carro para ir pra creche repetia várias vezes que não ia chorar para não ser colocada no cadeirão”, contou.

Questionado sobre como se sente sobre o ocorrido, ele diz que não tem rancor, nem raiva, mas um sentimento de impotência. “Achei que era um local seguro, confiável. Pago para as duas filhas o valor de R$ 1.100 porque queria que elas fossem bem cuidadas. Meu sentimento é de impotência, quero que a justiça seja feita”, afirmou.

Nas redes sociais, Belini ainda fez uma publicação contou sobre o ocorrido alertando pais que deixaram os filhos na mesma creche.

"Só estou emitindo um alerta para outros pais e conhecidos que possam estar confiando seus filhos na mesma creche. É apenas um aviso para que ninguém mais sinta o que eu e minha esposa estamos passando. Este é um lembrete poderoso de que a segurança e o bem-estar de nossos filhos devem estar sempre em primeiro lugar ao escolher uma creche", escreveu.


Outro lado

O Leiagora tentou contato com a creche, mas o número disponível não atendeu às ligações. O espaço segue aberto para manifestação.
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