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Notícias / Judiciário

14/11/2023 às 19:57

MORTE DE JAPÃO

Em memoriais finais, MP pede que Paccola seja levado a júri popular

Promotor diz que o fato tomou um rumo tão trágico porque Paccola desceu do seu veículo “ávido por vivenciar uma situação em que pudesse projetar a sua imagem como sendo a de um herói, sobretudo porque passava por um período de campanha eleitoral"

Eduarda Fernandes

Em memoriais finais, MP pede que Paccola seja levado a júri popular

Foto: Reprodução

O Ministério Público de Mato Grosso, por meio do promotor de Justiça Samuel Frungilo, pediu que o vereador cassado Marcos Paccola seja levado a júri popular pelo crime de homicídio qualificado do agente socioeducativo Alexandre Miyagawa, de 41 anos, ocorrido em 1º julho de 2022, próximo a uma distribuidora de bebidas no Bairro Quilombo, em Cuiabá. O representante ministerial apresentou nessa segunda-feira (13) os memoriais finais na ação penal do caso. 

Paccola foi indiciado por homicídio qualificado, por impossibilitar a defesa da vítima. Em denúncia oferecida à Justiça em 29 de julho do ano passado, o Ministério Público solicitou a suspensão do porte de arma do policial da reserva, e julgamento perante Tribunal do Júri. A denúncia foi acolhida pelo juiz Wladimir Perri e ação passou a tramitar.

Conforme a denúncia, no dia do crime, “por torpe motivação, mediante disparos de arma de fogo e utilizando-se de recurso que impossibilitou a defesa da vítima, matou Alexandre Miyagawa de Barros”. 

Nos memoriais finais, o promotor de Justiça afirma que é fato que, ao chegar no local dos fatos, Paccola não buscou informações sobre o que estava fazendo. “Caso tivesse buscado se orientar sobre os fatos, teria sido informado que a vítima, minutos antes, tentava acalmar a sua companheira Janaína e que o estado de ânimo de Alexandre Miyagawa era calmo”.

Frungilo pondera que o fato de a vítima estar portando uma arma sem apontá-la para quaisquer pessoas não é motivo suficiente para se presumir que ele estivesse oferecendo perigo atual ou iminente a quem quer que fosse a ponto de autorizar fosse o mesmo executado com diversos tiros pelas costas.

O promotor acrescenta que o fato tomou um rumo tão trágico porque Paccola desceu do seu veículo “ávido por vivenciar uma situação em que pudesse projetar a sua imagem como sendo a de um herói, sobretudo porque passava por um período de campanha eleitoral, e eliminar a vida de supostos malfeitores lhe concederia notoriedade e lhe traria a fama de alguém destemido”.

O crime

Miyagawa, conhecido como Japão, foi morto com três tiros nas e pelas costas disparados pelo Paccola. 

No dia do crime, câmeras de segurança da região flagraram o veículo Nissan Kicks, conduzido por Janaína Sá, namorada de Alexandre, cometendo uma série de infrações de trânsito, sendo aberto um inquérito policial na Deletran para apurar os atos da condutora. A morte de Japão ocorreu depois que a namorada dele se envolveu em uma confusão em uma distribuidora após cometer essas infrações de trânsito. 

Pelo menos duas testemunhas do homicídio de Miyagawa afirmam que a vítima tentou acalmar a namorada antes de ser morto com três tiros nas e pelas costas, disparados por Paccola. De acordo com as testemunhas, Alexandre, conhecido como “Japão”, tentou acalmar a namorada, que estava discutindo com as pessoas da conveniência, quando ela então o desafiou a sacar a arma. “Você não é o machão? Então mostra que está armado e atira neles”, teria dito a namorada, segundo uma das testemunhas.

Nesse momento, Japão sacou a arma e a apontou para cima, para depois a abaixar e seguir andando em direção ao carro, atrás da namorada, sem mirar na direção de nenhuma pessoa.

Um vídeo do momento do tiro foi divulgado e as imagens mostram que a mulher estava discutindo com algumas pessoas na conveniência, quando Alexandre se aproxima e ela o empurra. Depois de algum tempo, ele vai novamente atrás da mulher, que segue discutindo com algumas pessoas já dentro da conveniência.

A namorada volta a empurrá-lo, momento em que Alexandre levanta as mãos. Ela sai andando e ele a segue com as mãos para baixo e é baleado ainda de costas para o parlamentar, que atira cerca de 3 segundos após virar a esquina.

O vereador alega ter agido para assegurar uma suposta proteção da mulher do agente, oportunidade em que alega ter verbalizado por quatro vezes, para que o Alexandre largasse a arma.

Perda do mandato

Após o crime, Paccola teve o seu mandato de vereador por Cuiabá cassado pelos seus colegas de Parlamento, em outubro do ano passado, por 13 votos. A perda do mandato se deu em decorrência de uma representação apresentada pela então vereadora Edna Sampaio (PT). Desde então, o ex-vereador tenta rever a decisão do plenário do Parlamento Municipal junto ao poder judiciário, mas tem acumulado sucessivas derrotas.
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1 comentário

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  • Justiça 15/11/2023 às 00:00

    Sua hora vai chegar Assassino. O xadrez te espera até o último dia da sua vida, e lá do outro lado, vc vai acertar suas contas com o capeta. Seu excluído

 
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