Em visita a Cuiabá nesta semana, o ex-coordenador da força-tarefa da Lava Jato e deputado federal cassado Deltan Dallagnol (Novo) não poupou críticas ao ministro da Justiça Flávio Dino, que foi indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para ocupar uma cadeira de ministro no Supremo Tribunal Federal (STF).
“Se Dino for ao STF, ele será a mistura dos ministros Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes. Uma politização do ministro Gilmar Mendes, quando já temos uma Corte de caráter muito político, misturado com um caráter mais autoritário com o ministro Alexandre de Moraes”, disse.
O ex-parlamentar ainda cita a ficha pregressa de Dino, e acredita que ele não seria o melhor nome para somar aos quadros da Corte Suprema.
“Na verdade, houve uma série de escândalos envolvendo o Flavio Dino, como a compra de respiradores no maranhão de milhões e milhões de reais, com superfaturamento apontado de 150%, uma delação da Odebrecht que ele, inclusive, tinha apelido de ‘Cuba’, além disso uma é pessoa comunista. Se formos olhar os países comunistas ao redor do mundo foram responsáveis pelo extermínio de milhões e milhões de pessoas, e como alguém que se alto declara comunista pode entrar na suprema corte?”, elencou.
Por fim, Dallangnol ainda lembra a atuação do ministro da Justiça frente à pasta. O ex-deputado afirma que Dino usou o cargo para perseguir inimigos políticos.
“Nós vimos, durante a gestão Flávio Dino, a perseguição a adversários políticos com a instauração de inquéritos inclusive [...] contra procuradores e juízes da Lava Jata sem indicar sequer o crime que seria praticado. Então, nós temos uma série de desmandos e práticas que não coadunam com a de um ministro do STF”, finalizou.
Lula indicou Dino para ocupar a vaga que será deixada pela ministra Rosa Weber. No próximo dia 13, ele passará por uma sabatina na Comissão de Constituição e Justiça no Senado Federal.