A deputada federal em exercício Gisela Simona (União) defende a cassação do mandato de seu colega de bancada Chiquinho Brazão (União), acusado de mandar matar a vereadora Marielle Franco e seu motorista, Anderson Gomes, em 2018.
Brazão, que era vereador do Rio de Janeiro na época, foi preso no último domingo (24) com outras duas pessoas. Horas depois da prisão, a Executiva Nacional do União Brasil expulsou o deputado da legenda.
“Eu acredito que o União Brasil tem se manifestado muito forte na questão da conduta ética e disciplinar dos seus membros, e ontem mesmo foi realizada uma reunião por vídeo e foi deliberada a sua expulsão. Na Câmara, eu sou a favor da cassação”, disse a congressista.
O titular de sua vaga, atual secretário-chefe da Casa Civil Fabio Garcia, também comunga da mesma opinião. “A cassação ela não é uma questão partidária, é uma questão da Câmara. Eu defendo a cassação. Agora, a Câmara que tem que fazer, tem que abrir um processo na comissão de ética e cassá-lo”, completou.
Na manhã desta segunda-feira (25), o Supremo Tribunal Federal (STF) manteve a prisão do parlamentar, e a decisão deverá ser enviada à Câmara dos Deputados, tendo em vista que prisão de Brazão precisa ser chancelada pela Casa de Leis.
Isso, porque conforme a Constituição, um deputado só pode ser preso em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, a Câmara precisa referendar a prisão por maioria absoluta, em votação aberta.
A principal motivação do assassinato de Marielle e Anderson, revelada no relatório de investigação da PF, envolve a disputa por regularização de territórios no Rio de Janeiro.
Marielle e Anderson foram assassinados a tiros, em um cruzamento na região central do Rio de Janeiro, em março de 2018, enquanto se deslocavam de carro após uma agenda de trabalho.