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Notícias / Política

17/03/2020 às 16:15

Candidatos ao Senado são favoráveis a adiamento de eleição; Medeiros diverge

Políticos dizem que saúde da população é mais importante e aguardam nova definição

Camilla Zeni e Alline Marques

Candidatos ao Senado são favoráveis a adiamento de eleição; Medeiros diverge

Foto: Ascom

O adiamento da eleição suplementar para o Senado, que estava marcada para o dia 26 de abril, recebeu apoio de diversos candidatos que se colocaram na disputa. Apenas um deles, o deputado federal José Medeiros (Podemos), demonstrou irritação com a decisão. 

A suspensão da data foi determinada pela presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Rosa Weber, no início da tarde desta terça-feira (17). Ela considerou os avanços do novo coronavírus no país (Covid-19), que já registrou mais de 300 casos confirmados, segundo o Ministério da Saúde.

O Leiagora procurou os candidatos ou suas assessorias de imprensa para repercutir o assunto. Confira o que eles disseram:

Candidato pelo DC, o deputado estadual Elizeu Nascimento considerou natural a decisão da Justiça Eleitoral. “Nesse momento temos que pensar o que é melhor para população”, disse o parlamentar, por meio de nota.

Quem também ressaltou a importância da decisão para a saúde da população foi o deputado estadual Valdir Barranco (PT). Candidato ao Senado, ele observou que o vírus é grave e já circula na população, ainda que muita gente não tenha apresentado os sintomas. “Portanto, o que for necessário para preservar a saúde da população… Nada é mais importante que a vida”, comentou.

Vice-governador do Estado, Otaviano Pivetta (PDT) já tinha se manifestado sobre o assunto na segunda-feira, antes da decisão. Questionado sobre uma reunião do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, com ministros do Supremo Tribunal Federal para tratar do assunto, Pivetta respondeu, de forma direta: “ninguém vai morrer pelo fato de adiar a eleição. Mas, pode haver óbitos pelos inconvenientes da campanha, neste momento. Portanto, sou favorável ao adiamento”.

Candidato do PSDB, o ex-deputado federal Nilson Leitão diz que vai aguardar mais infomações da Justiça Eleitoral sobre uma nova data para a eleição. Contudo, garantiu que "se solidariza com todos os mato-grossenses, a nação brasileira e a humanidade diante dessa ameaça à saúde pública". O candidato ainda afirmou, por meio de nota, que "entende que o momento é de união de todos para vencer esse vírus".

Já para o Procurador Mauro Lara (Psol), essa é “a decisão mais sensata nesse momento”. “A crise do coronavírus tem crescido em uma proporção enorme. O TSE acerta ao suspender a eleição e preservar a saúde da população”, avaliou.

Terceiro mais votado na eleição ao Senado em 2018, Carlos Fávaro (PSD) também se colocou na disputa à suplementar. Para ele, a saúde da população é o mais importante a ser considerado e, já que a recomendação de prevenção à pandemia é evitar aglomeração, a decisão foi acertada.

“A decisão é acertada neste momento em que todos devem se preservar no sentido de conter a disseminação do vírus. O TSE foi ao encontro do sentimento da população”, comentou o candidato.

Do Pros, Gisela Simona também informou que respeita a decisão do Judiciário. “A gente acredita que o interesse público deve prevalecer, então, nesse sentido, vamos aguardar as definições da Justiça Eleitoral quanto a nova data do pleito”, respondeu. 


O empresário Reinaldo Morais, candidato do PSC, também aprova a decisão de Rosa Weber. “Em primeiro lugar precisamos pensar na saúde da família mato-grossense. Tão logo possa se passar esse epicentro do coronavírus, creio que as eleições deverão ser remarcadas imediatamente”, ponderou.

Decisão política

O deputado federal José Medeiros (Podemos), que disputa a eleição suplementar, foi o único a criticar a decisão. 

Ao Leiagora, Medeiros atribuiu a culpa do adiamento ao governador Mauro Mendes (DEM), a quem criticou por não ter tomado outras medidas de prevenção, "caso fosse essa a preocupação.

"Se Mato Grosso estivesse que nem São Paulo, não tenha dúvida disso, a saúde em primeiro lugar, primeiro a vida. Mas antes desse vírus atravessar o atlântico o governador já tinha pedido isso. A gente vê que a decisão que levou à suspensão da eleição é totalmente política, é uma fixação, uma obsessão", avaliou.

Para Medeiros, se a preocupação de Mauro Mendes fosse realmente o avanço do vírus, o chefe do Executivo deveria ter adotado as medidas de prevenção antecipadamente.

"Se o governador estivesse tão preocupado realmente, o governador teria, naquele primeiro momento, suspendido aula, proibido ajuntamento em academias, aglomerações urbanas. Teria colocado equipe sanitária para pessoas que descem do avião, que vem de fora, teria feito barreira na fronteira. Mas o governador não fez nada", completou.

O comentário do parlamentar se refere a um pedido feito por Mauro Mendes para que a eleição fosse unificada com as municipais, em outubro. Além de economia, Mauro alegou os avanços do coronavírus.

Mauro também já tinha acionado o Supremo Tribunal Federal (STF), em janeiro, para pedir que o terceiro candidato mais votado nas eleições assumisse a vaga interinamente, para garantir o equilíbrio dos estados no Congresso Nacional. No entanto, o pedido feito ao TSE foi negado por Rosa Weber, enquanto o que foi endereçado ao STF foi acatado.

Apesar da decisão, Fávaro não chegou a assumir o cargo até o momento.

Outros candidatos
O candidato do Democratas, Júlio Campos, não respondeu ao contato da reportagem. O Leiagora também não conseguiu contato com o candidato Feliciano Azuaga (Novo). A assessoria da candidata Coronel Fernanda informou que vai se manifestar em breve.
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