O presidente do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso (TRE-MT), desembargador Gilberto Giraldelli, está confiante de que a pandemia da covid-19 não deverá atrapalhar as eleições municipais de 2020, que foram adiadas para o mês de novembro. Em sua projeção, a taxa de eleitores faltantes deve se manter na mesma média que em anos anteriores, o que seria em torno de 20%.
"Eu sei que estamos vivendo um tempo de pandemia, que é um fenômeno que não podemos ignorar. A pandemia pode, sim, afastar, notadamente, aqueles eleitores do chamado grupo de risco, e que possam, por uma questão de saúde pública, deixar de comparecer. Mas estamos trabalhando com uma preocupação muito grande sobre a questão da segurança da saúde daqueles envolvidos nesse processo de votação, eleitores e mesários, e colaboradores em geral”, disse o magistrado, em coletiva de imprensa no dia 28 de agosto.
Conforme as estatísticas do TRE-MT, atualmente Mato Grosso conta com 2.317.402 eleitores, o que seria cerca de 2% a mais do que havia em 2016: na época 2.269.001 pessoas podiam votar.
Nas últimas eleições, as gerais, de 2018, pouco mais de 572 mil pessoas não compareceram às urnas em Mato Grosso. O número representou 24,5% do eleitorado da época, e ficou pouco acima do que havia sido registrado nas eleições gerais de 2014, quando a porcentagem de faltosos foi de 22%.
Já em relação às eleições municipais, como é o caso dessa realizada em 2020, a margem de abstenções costuma não passar de 20% do eleitorado, considerando que é nesse dia que se escolhem os prefeitos e vereadores dos municípios.
Nas eleições de 2016, a capital do Estado, Cuiabá, registrou, por exemplo, a marca de 19,9% de faltosos. Foram pouco mais de 82,6 mil pessoas, das 415 mil aptas a votar, que não compareceram às urnas. Já na eleição anterior, em 2012, apenas 16,4% dos moradores não votaram, cerca de 65,5 mil pessoas.
Seguindo essa projeção, no próximo 15 de novembro mais de 1,8 milhão de pessoas devem passar pelos 1.478 locais de votação. Na coletiva de imprensa, o presidente do TRE-MT fez um apelo para que o número seja melhor. Giraldelli falou sobre o exercício da democracia e a importância do voto para que menos reclamações posteriores sejam feitas contra os governantes.
“É fundamental que o eleitor possa confiar nessa segurança que nós pretendemos proporcionar a todos, e que essa abstenção se dê dentro daqueles números razoáveis, até mesmo próximo dos pleitos anteriores, uma vez que nós precisamos, sim, de uma legitimidade para os eleitos, e é fundamental a participação do eleitor na escolha do seu candidato”, comentou o desembargador.
