As oitivas da CPI dos Medicamentos iniciam na próxima semana e devem ser intimados a atual secretária de Saúde de Cuiabá, Ozenira Felix, assim como o ex-secretário Antônio Possas de Carvallho, afastado por suspeita de superfaturamento na compra de remédios, e os proprietários da Norgepharm, empresa responsável pelo Centro de Distribuição de Medicamentos e Insumos da Capital (Cdmic).
A informação é do relator da CPI, vereador Maurcus Brito (PV), que esteve reunido com os demais membros da comissão para definir um cronograma de trabalho e as convocações.
“Ela [secretária], com certeza, é uma das pessoas que está em foco, é na Secretaria dela que aconteceu o problema, e com certeza ela será ouvida”, comentou.
De acordo com o parlamentar, as oitivas devem começar já na próxima semana, tendo em vista o prazo de 120 dias de trabalho estipulado pelo Regimento Interno da Casa de Leis.
“Estamos realizando o planejamento para o mais breve possível. Acredito que na semana que vem já vamos fazer as intimações e, como o prazo é curto, e a problemática é grande, queremos fazer o mais rápido possível”, garantiu.
O relator ainda afirma que a intenção é ouvir todos que estiverem envolvidos diretamente com o fato. “Como falei anteriormente, nós vamos convocar todos que participaram da assinatura do contrato, desde o processo licitatório até agora, estando atualmente na gestão ou não”, colocou.
Marcus Brito ainda afirma que a CPI irá solicitar toda a documentação referente ao contrato e conta com a ajuda tenente-coronel Marcos Paccola, que já tem experiência na área de investigação.
“Nós vamos fazer todo o levantamento documental e contamos com a colaboração da vida pública do coronel Paccola nessa parte de investigação e daremos o ponta-pé inicial com os documentos. Precisamos de todos os documentos de entrada e saída, tanto da Norgepharm quanto da secretaria de saúde”, disse.
O presidente da CPI, Lilo Pinheiro (PDT), destacou que a comissão tem um papel importante em dar uma resposta à sociedade, por se tratar de um fato constatado. “Dentro de um limite da ética parlamentar, os fatos serão apurados a partir de hoje com um planejamento bem elaborado”, garantiu.
Paccola, que é membro da CPI e estava presentena fiscalização realizada pela oposição que trouxe à tona o escândalo, acredita que ao final dos trabalhos será possível apontar os responsáveis pelo descaso público.
“O trabalho será sempre pautado em identificar as responsabilidades, individualizar as condutas, comprovar a materialidade, autoria circunstancial dos fatos para o ato político administrativo que é o objetivo da CPI”, finalizou.