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Notícias / Turismo

26/09/2021 às 10:52

Bulixo: o alívio dos pequenos empreendedores e o passeio da cuiabania

O Entretê conversou com alguns expositores, que narraram os desafios durante a pandemia

Priscila Mendes

Bulixo: o alívio dos pequenos empreendedores e o passeio da cuiabania

Foto: Priscila Mendes / Entretê

O Bulixo já faz parte das programações do cuiabano, habituado com os sabores e as opções de artesanato às quintas-feiras. Entre pausas e retomadas desde o início da pandemia da covid-19, a iniciativa do Sesc Arsenal já está recebendo público novamente, de maneira ininterrupta desde o dia 10 de junho.

Mas a última quinta-feira (23) teve um plus: a primeira noite do 1º Festival Mato-grossense de Choro. O público da música aproveitando as delícias do projeto de pequenos empreendedores e o público do bulixo se esbaldando ao som tipicamente brasileiro.

Todos sabem - o Bulixo é uma iniciativa longeva de valorização do pequeno empreendedor, aquele da produção familiar, da atividade em pequena escala, seja na culinária, seja no artesanato. “O objetivo é fomentar os pequenos, para ganharem o mercado”, sintetiza a gerente adjunta do Sesc Arsenal, Jéssica de Jesus.

Para aumentar o distanciamento entre as mesas e reduzir a aglomeração, a feira reduziu de 160 expositores, de antes da pandemia, para 64, sendo 46 da área de alimentação e 18 das manualidades.

A pergunta, por outro lado, é: como esses empreendedores se viraram no período de suspensão de feiras?

Dona Neuly Padovani, a ‘Neuly do Pudim’ participa do Bulixo há pouco mais de dois anos - com uma pandemia no meio, infelizmente. Para garantir a renda durante as suspensões, buscou vender a sobremesa para amigos, familiares e conhecidos.

O pudim de Neuly é perfeito, domina a técnica de desenformar! E ela está aliviada com o retorno há pouco mais de três meses: “A minha renda é esta daqui: o Bulixo e algumas feirinhas”.

Izildinha Aparecida, por sua vez, é exímia com as artes manuais. Bebe de sua trajetória enquanto pedagoga para transformar tecido, feltro e EVA em capas de caderno, bonecas, fantoches, jogos de memória, chaveiro… E, sim, o artesanato é a principal renda dela.

A pedagoga ficou bastante recolhida durante a pandemia e teve de se reinventar. Vendeu pelas redes sociais, pela internet. E, de repente, usou da habilidade com a máquina de costura e passou a produzir uma dos produtos mais procurados na pandemia: as máscaras. E vendia para empresas, em grande quantidade. “Eu não precisava ir à rua”, explicou. “Não deixei de fazer os outros produtos, mas eu comecei a fazer o que estava no auge”.

A artesão voltou ao Bulixo há três semanas, quando se sentiu mais segura para atender o público, em função do avanço da vacinação. Já tomou a primeira dose e está na expectativa de tomar a segunda, agendada para esta segunda-feira. “A gente vê que as pessoas saem mais”, comenta, acerca do retorno gradual da “normalidade”.

Frango desossado

O casal Suzana Custódio da Rosa e Etevaldo Alves Guirra até faz peixe para vender (assado com recheio ou frito), mas é difícil competir com o carro chefe de vendas: frango desossado recheado com presunto, muçarela, queijo catupiry, bacon, calabresa, seleta de legumes, azeitona, acompanhado de feijão tropeiro, arroz e panqueca. “O cliente chega e fala: ‘cadê o frango?’, ‘eu quero o frango!’”, comenta a empreendedora.

Naquela noite, eles venderam todas as porções e estavam comemorando o resultado. Estão aliviados com a retomada e o retorno gradual dos visitantes. “Só podemos agradecer a Deus de que o movimento está ótimo”.

Porque os meses de suspensão das feiras foram muito difíceis. “Como nós temos só esta renda, foi muito complicado. Quebrou uma perna. Nós ficamos transtornados, porque ficaram dívidas, aluguéis atrasados. Na hora que voltou, aliviou”, lembra Suzana, que explica participar apenas do Bulixo e da feira da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag), às quartas.

Ariane Laura Maciel comprou as últimas duas porções do frango desossado, para partilhar com o marido e os dois filhos, no primeiro passeio no Bulixo desde o início da pandemia. A cliente sempre frequentou a feira cultural, mas estava evitando programações com grande fluxo de pessoas.

E o motivo de voltar ao passeio que sempre gostou em outros tempos foi justamente o avanço da imunização. “Viemos hoje por eu já ter tomado as duas doses, meu marido ter se vacinado e por buscar não vibrar no medo”, refletiu.

A expectativa com o cardápio era grande. “Eu já conhecia o frango, já comia antes [da pandemia], não sei se é o mesmo, mas lembro que era muito bom”.
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