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23/06/2023 às 12:40

Na Semana do Cinema Brasileiro, confira uma lista com alguns filmes que marcaram a história

Com 125 anos, a indústria cinematográfica brasileira já criou obras que encantaram o mundo

Paulo Henrique Fanaia

Na Semana do Cinema Brasileiro, confira uma lista com alguns filmes que marcaram a história

Foto: Reprodução

Esta semana, mais precisamente no dia 19 de junho, é comemorada uma das datas mais importantes para a cultural nacional, o Dia do Cinema Brasileiro. A data foi escolhida em homenagem ao dia em que foram feitas as primeiras imagens a partir do cinematógrafo [uma máquina à manivela que permite captar, revelar e projetar imagens] no país.

A história começa em 1898 quando o empresário do ramo do entretenimento Paschoal Segreto convenceu o irmão Afonso Segreto a viajar pelo mundo para estudar as técnicas do cinematógrafo. Afonso então viaja até a França e lá faz um curso e aproveita os equipamentos para o Brasil. A bordo do navio Brésil, Afonso captura imagens do cenário da Baía de Guanabara no Rio de Janeiro. Com toda a tecnologia em mãos, os irmãos Segreto criaram a primeira companhia produtora de filmes do país e a primeira revista especializada em cinema do Brasil.

Com muita criatividade, os irmãos gravaram dezenas de imagens no país, construindo a base para uma indústria que sobrevive há 125 anos. Desde então, o cinema brasileiro se consolidou no mundo inteiro, com filmes premiados em diversos festivais e até mesmo com obras reconhecidas como importantes para a cultura mundial.

É muito difícil fazer uma lista com os filmes mais importantes da história do cinema brasileiro, afinal, em 125 anos o público foi presenteado com histórias contadas por Glauber Rocha no cinema novo, Fernando Meirelles, José Padilha e outros grandes nomes do cinema nacional.

Para criar uma lista digna da importância do cinema brasileiro teríamos que adicionar os aclamados “Cidade de Deus”, “Central do Brasil”, “O Pagador de Promessas”, “Tropa de Elite”, “Bacurau”, “Eles não usam Black Tie”, entre outros, ou seja, teríamos que escrever centenas de matérias só para citar os mais conhecidos.

Desta forma, o Entretê preparou uma lista de alguns filmes que marcaram as narrativas brazucas para você assistir no fim de semana.

Deus e o Diabo na Terra do Sol (1964 – 120 min - Dirigido por Glauber Rocha)

O sertanejo Manoel e a mulher Rosa levam uma vida sofrida no interior do país, uma terra desolada e marcada pelaseca. No entanto, Manoel tem um plano: usar o lucro obtido na partilha dogadocom o coronel para comprar um pedaço de terra. Quando leva o gado para a cidade, alguns animais morrem no percurso. Chegado o momento da partilha, o coronel diz que não vai dar nada a Manoel, porque o gado que morreu era dele, ao passo que o que chegou vivo era seu. Manoel se enfurece, mata o coronel e foge para casa. Ele e sua esposa resolvem ir embora, deixando tudo para trás. Manoel decide juntar-se a um grupo religioso liderado por um santo (Sebastião) que lutava contra os grandes latifundiários e em busca do paraíso após a morte. Os latifundiários decidem contratar Antônio das Mortes para perseguir e matar o grupo.

Glauber Rocha faz um trabalho brilhante contando uma história de fé, violência, luta social e amargura. O filme é marcado por diálogos certeiros e tem um dos discursos mais famosos da história.

Disponível na Globoplay e YouTube.



À Meia-Noite Levarei sua Alma (1964 – 84 min - Dirigido por José Mojica Marins)

O cruel e sádico coveiroZé do Caixão, temido e odiado pelos moradores de uma cidadezinha do interior, está obcecado em conseguir gerar o filho perfeito, aquele que possa dar continuidade ao seu sangue. A sua mulher não consegue engravidar e ele acredita que a namorada do seu melhor amigo é a mulher ideal que procura. Violada por Zé do Caixão, a moça quer cometer suicídio para regressar do mundo dos mortos e levar a alma daquele que a violou.

Considerado o primeiro filme de terror nacional, “À Meia-Noite Levarei sua Alma” também marca a apresentação do personagem Zé do Caixão, criado pelo ator José Mojica Marins. O filme é incrível e acima de tudo serve como uma aula prática de como fazer cinema com poucos recursos e com muita criatividade.

José Mojica nunca tinha estudado cinema, mas era apaixonado por filmes. Ele usou toda a sua paixão e obsessão para escrever, atuar, filmar, produzir, editar e lançar esta obra que é estudada até mesmo por universidades de cinema mundo afora. Assistir ao filme é um deleite para os olhos e dá até mesmo orgulho em saber que José Mojica foi um artista 100% brasileiro.

P.S... existem rumores de que uma produtora americana estaria produzindo um filme contando a história de José Mojica. Mas quem deseja conhecer um pouco mais sobre o diretor, basta assistir a série “Zé do Caixão” de 2015. Produzida pelo canal Space, a obra conta a vida de José Mojica, interpretado pelo inigualável Matheus Nachtergaele.

Disponível na GloboPlay, Prime Vídeo e YouTube.



Os Trapalhões na Guerra dos Planetas (1978 – 98 min - Dirigido por Adriano Staurt)

Vindo do espaço, o príncipe Flick pede ajuda dos Trapalhões para libertar o planeta onde vive do domínio do malvado Zuco. O príncipe oferece uma recompensa, que é aceita pelos quatro amigos, que embarcam em uma nave espacial.

O quarteto mais amado do Brasil também ajudou a revolucionar o cinema nacional com filmes que eram sucesso de bilheteria. Ao todo foram 43 filmes produzidos pela trupe entre os anos de 1967 até 2017. “Os Trapalhões na Guerra dos Planetas” é uma paródia hilária de Star Wars e chamou a atenção dos críticos pelos cenários e pelos efeitos especiais adotados na época.

Disponível no YouTube.

Pixote, a Lei do Mais Fraco (1980 – 128 min - Dirigido por Hector Babenco)

Menor de 11 anos abandonado vive na rua após a fuga de um reformatório, onde aprendeu bastante sobre o crime ao conviver com todos os tipos de delinquentes. Ele sobrevive no Rio de Janeiro atuando como traficante, assassino e cafetão.

Pela forma hiperealista que aborda temas delicados, Pixote é um filme difícil de assistir. Para produzir o filme, o diretor Hector Babenco decidiu escalar crianças sem nenhuma experiência em atuação e que realmente moravam em favelas brasileiras (algo feito por Fernando Meirelles em Cidade de Deus de 2002).

Disponível na GloboPlay, Prime Vídeo e YouTube.



O Que é Isso, Companheiro? (1997 – 110 min - Dirigido por Bruno Barreto)

O jornalista Fernando e seu amigo César abraçam a luta armada contra a ditadura militar no final da década de 60, após a publicação do AI-5. Os dois se alistam em um grupo guerrilheiro de esquerda e, em uma das ações do grupo militante, César é ferido e capturado pelos militares. Fernando então planeja o sequestro do embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Charles Burke Elbrick, para negociar a liberdade de César e de outros companheiros presos.

Premiado em diversos festivais ao redor do mundo, o filme traz um elenco que até então era famosos por obras de comédia.

Disponível na GloboPlay, Prime Vídeo e YouTube.



O Menino e o Mundo (2013 – 85 min - Dirigido por Alê Abreu)

Cuca é um menino que vive em um mundo distante, numa pequenaaldeiano interior de seu mítico país. Sofrendo com a falta do pai, que parte em busca de trabalho na desconhecida capital, Cuca deixa sua aldeia e sai mundo afora à procura dele. Durante sua jornada, Cuca descobre uma sociedade marcada pela pobreza, exploração de trabalhadores e falta de perspectivas.

O filme marcou a história do cinema nacional por ser a primeira animação brasileira a ser indicada ao Oscar. Embora a história de Cuca se passe em um mundo fictício, o filme retrata as mazelas do Brasil sem dizer uma palavra.

Disponível na GloboPlay.
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