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03/09/2021 às 15:30

Rumo é a única interessada em construir ferrovia estadual e ordem de serviço sai em 15 dias

O projeto tem um investimento estimado em R$ 12 bilhões, que partirão exclusivamente da iniciativa privada, tendo um prazo de cinco anos para completar a obra

Angélica Callejas

Rumo é a única interessada em construir ferrovia estadual e ordem de serviço sai em 15 dias

Foto: Angélica Callejas

A primeira ferrovia estadual de Mato Grosso recebeu somente uma proposta de construção, por parte da empresa Rumo Logística, do grupo Cosan. A sessão de abertura das propostas ocorreu nesta sexta-feira (3), no auditório da Secretaria de Educação (Seduc). O governo inicia ainda hoje a análise dos documentos e tem o prazo de 15 dias para dar a ordem de serviço.

O projeto tem um investimento estimado em R$ 12 bilhões, que partirão exclusivamente da iniciativa privada, tendo um prazo de cinco anos para completar a obra. O projeto da ferrovia prevê a implantação de 730 quilômetros de linha férrea, que vão interligar Rondonópolis a Cuiabá, além de Rondonópolis com Nova Mutum e Lucas do Rio Verde, além de se conectar com a malha ferroviária nacional, em direção ao Porto de Santos (SP). 

A ida da ferrovia até Lucas do Rio Verde é estratégica, uma vez que está nos planos do governo Federal a construção da Ferrovia de Integração do Centro-Oeste, que passará pelos estados de Goiás, Mato Grosso e vai até Rondônia, sendo mais uma opção para o escoamento da safra.

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A companhia Rumo já tinha demonstado interesse na obra e contou, inclusive, com a presença do presidente da empresa, João Alberto Fernandez de Abreu, no chamamento do edital para a construção da obra, no dia 19 de julho, no Palácio Paiaguás.

Vale destacar que a Rumo já é a responsável pela malha ferroviária em Mato Grosso com terminais ferroviários de Alto Taquari, Alto Araguaia, Itiquira e Rondonópolis. 

A chegada da ferrovia até a capital é um sonho antigo, mas que até então nunca foi concretizado, por falta de viabilidade econômica. No entanto, a expectativa é de que os trilhos possam servir para escoamento de produtos já industrializados, bareteando o custo e frete. 

O fato de uma só empresa ter apresentado proposta foi motivo de questionamento e o secretário de Infraestrutura e Logística do Estado de Mato Grosso, Marcelo Oliveira, acredita que o valor da obra acabou reduzindo o interesse por parte de outras empresas. A Rumo leva vantagem por já ter a concessão dos demais terminais em Mato Grosso. 

“Eu gostaria que 30 empresas apresentassem propostas. Agora, foi o chamamento feito. Uma empresa apresentou. Deus queira que venha e que faça o melhor para o estado. As outras devem ter feito conta”.

O diretor da Rumo Logística, Guilherme Penin, participou do evento na manhã desta sexta-feira (3) e disse que o interesse da empresa se deve ao empenho do governo do Estado, por meio dos investimentos realizados na melhoria da infraestrutura viária, o que vai possibilitar a ampliação da atuação da empresa em Mato Grosso. Hoje a Rumo já opera um terminal em Rondonópolis.

“Há muitas obras em andamento e você precisa colocar o terminal em um local que esteja bem alimentado com rodovias locais, para escoar a produção. Não vamos colocar a ferrovia em um ponto que não esteja muito bem comunicado com rodovias estaduais – e muitas obras estão sendo feitas pelo Governo do Estado. Por isso, ainda estamos estudando muito bem para alocar os terminais nos melhores locais possíveis, para não ter custo maior ao usuário. Estamos estudando uns quatro ou cinco terminais”, afirmou.
 
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