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Notícias / Entrevista da Semana

19/09/2021 às 08:00

Candidata à presidência da OAB-MT defende continuidade de projetos da atual gestão

Por outro lado, garante que irá trabalhar ainda mais para aumentar o espaço da mulher junto a entidade

Kamila Arruda

Candidata à presidência da OAB-MT defende continuidade de projetos da atual gestão

Foto: Arquivo Pessoal / arte Leiagora

Em nome do grupo de situação, a advogada Gisela Cardoso se apresentou como candidata à presidência da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Mato Grosso. Em entrevista ao Leiagora, a jurista afirma que, se eleita, pretende dar continuidade às ações e projetos que foram implementados pela atual gestão, sob o comando do advogado Leonardo Campos.

Por outro lado, garante que irá trabalhar ainda mais para aumentar o espaço da mulher junto à entidade. Ela cita que a representação do gênero cresceu nos últimos anos.

Confira abaixo a entrevista na íntegra:
 
Leiagora -  Por que ser presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Mato Grosso?

Gisela Cardoso - Primeiro porque eu sou advogada. Eu vivo da advocacia, eu amo a profissão que eu escolhi, acredito na instituição, e tenho certeza de que uma instituição cada vez mais forte representa, necessariamente, uma classe mais forte, mais independente e mais valorizada.

E porque entendo que minha história e minhas experiências, me autorizam a chegar hoje e colocar o meu nome à disposição da advocacia mato-grossense, para comandar a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), seccional Mato Grosso pelos próximos três anos.

Minha experiência enquanto advogada: sou advogada a 20 anos, exerço o dia a dia da advocacia, enfrento as dificuldades, as barreiras que nós advogados temos que ultrapassar para viver dignamente da nossa profissão. Então, essa experiência como advogada me habilita, e também a experiência que trago de serviços prestados para a Ordem.

Eu sempre prestei serviços para a OAB-MT, primeiramente como membro de comissão, atuei como relatora no Tribunal de Ética e Disciplina, até chegar à diretoria.

Nesses anos todos eu tive a oportunidade de conhecer, trabalhar e contribuir para a instituição, e hoje eu tenho a plena convicção que toda essa trajetória permitirá que eu, se assim desejar a advocacia mato-grossense, faça essa gestão ainda mais inclusiva, uma gestão ainda mais independente e sempre presente na advocacia. É isso que nós buscamos, uma instituição forte e, consequentemente, uma classe fortalecida e valorizada.
 
Leiagora - Em dezembro do ano passado, foi aprovado no Conselho federal da OAB a paridade de gêneros nas eleições. Isso determina que as chapas devem ser compostas 50% por homens e 50% por mulheres. O que isso representa para você?


Gisela Cardoso - O projeto de paridade representa para mim, sobretudo, democracia. Eu costumo dizer que não há democracia sem igualdade, e o projeto paridade trás isso, igualdade de oportunidade sobretudo. Isso representa um grande avanço, sem dúvida nenhuma, não só para a advocacia como para a sociedade de uma maneira geral.

Um país que ainda é marcado por fortes características do patriarcado, características machistas e nós lutamos diariamente para a busca dessa equidade, igualdade, que é tão necessária para a construção do estado democrático de direito.

Só para se ter uma ideia, até 2015, quando veio o plano de valorização da mulher advogada, impondo a colocação de cotas, naquela ocasião 30% no mínimo para um dos gêneros, a participação das mulheres na gestão da OAB. Isso a nível nacional, não chegava a 20%. Ficávamos em torno de 17% ou 18%. Após esse plano de valorização da mulher advogada, com os 30% das cotas, a participação das mulheres cresceu significativamente. Hoje já somos aproximadamente 36% a 37%, e a paridade vem definitivamente colocar as mulheres em situação de igualdade nas mesas de decisões. As mulheres que hoje ocupam a maioria do quadro de inscritos da OAB a nível nacional e também no nosso estado. Então, entendo como necessário, inclusive, a participação das mulheres de forma igualitária, e tenho certeza que isso representa uma significativa mudança na Ordem dos Advogados do Brasil, e eu quero participar disso junto com todas as advogadas. Isso é, sem dúvida nenhuma, uma virada de chave, um avanço importante, uma conquista importante.
  
Leiagora - Como vem trabalhando a fim de atrair mulheres para a chapa?


Gisela Cardoso - A participação das mulheres nos quadros da OAB, nos órgãos, nas comissões, nos conselhos, ela vem a cada dia aumentando. Isso, sem dúvida nenhuma, é fruto de um trabalho que vem há muitos anos, e que vem sendo reforçado. Nesse sentido, eu destaco as duas últimas gestões do presidente Leonardo Campos de, sobretudo, oferecer oportunidades.

Muito se fala de que mulheres não precisam de cotas, políticas afirmativas, porque são competentes. Eu não discuto essa questão no que tange à competência. Mas, a questão de cotas atrai uma discussão muito grande, mas o que eu tenho afirmado é que muitas vezes a competência não encontra a oportunidade.

Então, é preciso que haja oportunidade, para que todas as mulheres possam mostrar o seu trabalho e o quão estão preparadas para ocupar qualquer espaço na sociedade, especialmente falando da OAB, qualquer espaço dentro do nosso sistema.

Quando você me pergunta como atrair as mulheres para a chapa, eu vou além, porque a chapa agora é a construção de todo um trabalho que vem sendo feito de fazer com que as mulheres participem do dia a dia da ordem. E isso está sendo feito de forma muito espontânea, o que nos deixa muito feliz.
 
Leiagora - A gestão do Leonardo Campos foi bastante voltada para a defesa das prerrogativas. Se eleita, quais serão as suas diretrizes?


Gisela Cardoso - A defesa de prerrogativas será sempre a primeira bandeira da OAB na nossa gestão. Nós precisamos diariamente fazer com que as prerrogativas da advocacia sejam observadas e respeitadas. As prerrogativas dos advogados representam, sobretudo, uma garantia ao jurisdicionado, ao cidadão, que ao contratar um advogado, ele terá certeza que aquele profissional atuará em sua causa, livre de qualquer subordinação, livre de qualquer pressão ou amarras. Então a garantia de prerrogativas garante ao advogado o exercício livre de sua profissão e reflete ao cidadão jurisdicionado essa segurança. Por isso, essa é a primeira bandeira que nós continuaremos defendendo.
 
Leiagora - A atual gestão esteve presente em muitas ações policias, como por exemplo a grampolândia, e se posicionou com relação a pautas políticos sociais. O que esperar da Gisela como presidente neste aspecto?


Gisela Cardoso - Quanto à atuação nas políticas sociais, a OAB é sem dúvida nenhuma, a voz da sociedade civil organizada. A sociedade precisa dessa voz para que o estado democrático de direito seja mantido, para que as garantias pessoais, inclusive, sejam observadas, para que a constituição seja cumprida.

Então, a OAB tem esse papel de voz da sociedade civil organizada, e a OAB Mato Grosso nos últimos anos foi destaque nesse papel. Eu digo que a OAB-MT resgatou, nessas duas últimas gestão, esse papel, enquanto representante, enquanto voz da sociedade civil organizada. E com toda certeza pretendemos manter esse papel atuante, atento, sempre trabalhando para que seja observadas toda as garantias constitucionais, para que o estado democrático de direito seja sempre respeitado.

E a OAB atuará de forma independente, como tem que ser, na defesa desses princípios, dessas garantias da sociedade como um todo.
 
Leiagora - Uma das cobranças da classe é o esquecimento da advocacia no interior. Como mudar essa realidade?


Gisela Cardoso - A advocacia do interior, ela tem um papel fundamental para a instituição, para a advocacia de forma geral. Eu destaco que essas últimas gestões a advocacia do interior nunca esteve tão presente nas decisões, nas tomadas de decisões, nas ações da OAB Mato Grosso. Eu, pessoalmente, estive por diversas vezes em cada uma das 29 sub-seções do Estado. Todo o estado participa efetivamente das decisões da Ordem através do Colégio de Presidentes, através de seus conselheiros, e assim precisa continuar, inclusive, fortalecendo cada vez mais essa presença nas decisões. O interior estará presente na nossa gestão, participando, contribuindo e decidindo junto. A OAB é a Ordem dos Advogados do Brasil de Mato Grosso, não representando apenas a Capital
 
Leiagora - O último ano foi atípico para a advocacia por conta da pandemia do coronavírus. Quais foram as lições e conquistas tirada deste período?


Gisela Cardoso - A pandemia continua nos desafiando. Todo dia é um novo aprendizado, é uma nova barreira a ser ultrapassada, e a população de uma forma geral, de um dia para noite se viu surpreendida com essa pandemia, que ceifou milhares de vidas no Brasil inteiro, e a advocacia também sofreu as suas consequências. Nos vimos de um dia para noite em uma situação totalmente adversa, impensada, não tínhamos mais acesso ao Fóruns, aos nossos processos que muitos ainda eram físicos, não tínhamos mais acesso ao Poder Judiciário de forma direta, e isso nos trouxe muitos transtornos e prejuízos. Fomos obrigados a aprender a trabalhar com o mundo virtual de uma hora para outra, não estávamos preparados, nem a advocacia nem o Poder Judiciário.

Acho que nós caminhamos para um pós-pandemia, para um retorno na normalidade e na advocacia nos temos que aproveitar sim, tudo de bom que foi implementado a partir dessa situação adversa, e garantir que as prerrogativas sejam sempre observadas.

O retorno das atividades presenciais 100% é medida que se impõe o acesso direto e irrestrito aos magistrados, aos servidores, ao poder judiciário de uma forma geral, e nós estaremos a frente desta luta, a frente da busca da garantir integral das nossas prerrogativas.
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