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Notícias / Entrevista da Semana

17/10/2021 às 08:00

Recuperado da covid-19, deputado Valdir Barranco fala sobre retorno à AL e projetos políticos

O parlamentar, que também é presidente da Executiva Estadual do Partido dos Trabalhadores, ficou 81 dias internado em razão da doença

Angélica Callejas

Recuperado da covid-19, deputado Valdir Barranco fala sobre retorno à AL e projetos políticos

Foto: JL Siqueira/ALMT Arte/Leiagora

Após um longo tempo afastado da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), o deputado estadual Valdir Barranco (PT) retornou à Casa depois de 81 dias internado na UTI para tratamento da covid-19, dos quais 52 ficou entubado. Ao todo, o parlamentar esteve distante da AL por 231 dias, e declarou estar ansioso para retomar sua rotina no Legislativo. 

Ao falar do cenário político estadual, o deputado não escondeu seu desagrado sobre o governo de Mauro Mendes (DEM), e teceu duras críticas ao chefe do Executivo Estadual. O petista alega que Mendes cultua ódio pelos servidores públicos, principalmente à classe da educação, e nega qualquer possibilidade de aliança em apoio a Mauro em 2022.

Barranco, que também é presidente do Partido dos Trabalhadores em Mato Grosso, se pronunciou a respeito dos projetos políticos da legenda para as eleições de 2022. Segundo ele, todos os holofotes e esforços estão sendo direcionados à pré-candidatura de Luís Inácio Lula da Silva à presidência da República.

Leiagora - O senhor esteve na Assembleia esses dias, como é a sensação de retornar depois de tanto tempo afastado?

Valdir Barranco - Depois que voltei de São Paulo, eu fiquei somente vinte dias sem frequentar as atividades parlamentares, aí passei a frequentá-las remotamente. E depois de 15 dias, eu tive a minha primeira participação, eu havia presidido duas audiências públicas de minha autoria, remotamente, mas não estava gostando, né? E aí, há 15 dias, eu já presidi uma audiência pública que foi para discutir a inserção dos psicólogos de assistentes sociais na educação.

E agora voltei a presidir novamente uma nova audiência muito importante, que discutiu a portaria 723 de 2020, que a Seduc, portaria não, um decreto, aliás, que a Seduc publicou, que é o decreto do fechamento de escolas. Poeticamente, que o Governo... Ele usa outro nome. Não me lembro ao certo. Durante a entrevista eu vou lembrar. [nota da redação: o parlamentar se referia ao redimensionamento das escolas].

Mas enfim, foi uma sensação muito boa, principalmente na outra audiência que foi a primeira vez que estive lá, muitos servidores da casa vindo me abraçar, muitos chorando. Eu passei por uma situação muito difícil mesmo. Eu tenho consciência de que eu morri e voltei, consegui voltar de novo, e isso sozinho eu não teria condições de fazê-lo. Só consegui em função das muitas orações, rezas das diferentes crenças e religiões que ocorreram e criou-se um campo de energia muito positivo, e Deus me deu essa nova oportunidade de viver.

Então, foi muita emoção, é muito bom. Gente, eu estou cada dia melhor, estou me sentindo mais forte. Para o pulmão, ainda estou tomando corticoide, o tratamento vai até novembro ainda, mas acho que o pulmão, vou alcançar aí uns 60% de recuperação. Vou perder uns 40%, mas vai dar para tocar bem.

Leiagora - O senhor tem uma previsão de quando que vai voltar para Assembleia 100%?

Valdir Barranco - Olha, os médicos, eles não querem me autorizar... Eles não autorizaram nem essa... Eu fiz contra a recomendação deles essas audiências. Eles querem primeiro que eu termine o tratamento com os corticoides, agora no começo de novembro, para eles fazerem uma avaliação do quadro, tanto pulmonar, cardiológico e físico. Com fisioterapia, com o fisioterapeuta, e a partir daí, eles fazerem essa avaliação.

Eu estou com vontade de furar esse bloqueio e voltar semana que vem. Estou com muita vontade. Aliás, tenho tido vontade já há uma semana e tenho me segurado. Porque fico com medo depois de acontecer alguma coisa e eles falarem para mim, “olha, nós avisamos, nós avisamos”. Mas eu estou com muita vontade de partir da semana que vem já começar a participar presencialmente mesmo sem autorização médica.

Leiagora - O senhor falou um pouco a respeito das sequelas. O que o senhor acha que pode ser feito para melhorar as condições de atendimento aos pacientes pós-covid?

Valdir Barranco - Tem muita a ser feita, principalmente na rede pública. A rede pública não se ocupou disso. E para a gente, pessoas como eu, que são pessoas públicas, que tiveram essa experiência tão ruim, que eu não desejo a ninguém, no período de recuperação a gente já sabe o que é necessário. E aí, eu fico me perguntando. Eu, por exemplo, sou deputado, tive um suporte na Assembleia que tem o Qualivida, muito bem dirigido. O Qualivida, que tem profissionais para atender os servidores da casa, e que me atenderam. Eu fui atendido pela fonoaudióloga, a Michele, doutora Michele. Eu fui traqueostomizado. Então, deixou algumas sequelas, eu tive que fazer muitas sessões de fonoaudiologia. [Fui atendido] Também pela fisioterapeuta, a doutora Greice, que é excepcional também. As duas tem mestrado. A Grace é concursada federal do hospital Júlio Muller.

Então, a gente vê a necessidade e a importância disso. E aí, eu fico pensando nas pessoas que passaram pelo tratamento na rede pública, e depois, ao serem liberadas, e muitas delas foram entubadas muitos dias e tiveram sequelas de perder os movimentos inclusive. E também pulmão... Como é que elas fazem para fazer a recuperação se não tem esse acompanhamento?

Porque eu, finalizando, se eu não tivesse tido esse suporte... Eu fiquei 52 dias entubado, 81 dias internado. Mesmo depois de ter ficado esse tempo todo, eu voltei para casa ainda em cadeiras de rodas. Eu não teria conseguido voltar a andar no tempo que eu voltei, que é um tempo hábil, voltar a aprender a escovar dente, tomar banho sozinho. Enfim, é tudo coisa que a gente tem que reaprender. Como a falar, né?! A falar, a corrigir algumas imperfeições que haviam ficado como sequelas da voz também.

Então, eu creio que o poder público pode fazer muito, inclusive com a disponibilidade, que não foi feito nesse período ainda, de equipes multidisciplinares para atendimento dessas pessoas, não todas, mas principalmente as que tiverem ficado com mais sequelas. Nós temos muitos estados que fizeram isso e que está dando bastante resultado.

Leiagora - Imagino que vai ser uma coisa a se tratar mais para frente, né? Na Assembleia.

Valdir Barranco - Isso. É. Vou apresentar um projeto de lei para isso.

Leiagora – Agora falando de política, qual é o foco do senhor nessa reta final aí do mandato?

Valdir Barranco - Ah, o foco meu é continuar o nosso trabalho. Eu costumo dizer que eu ganhei uma nova oportunidade e não foi à toa. Deus não me concedeu essa nova oportunidade de graça, ele quer algo em troca de mim, ele quer que eu me dedique ainda mais do que eu já me dedicava, principalmente aos menos favorecidos, aos que mais precisam do poder público, aos que têm dificuldade de encontrar leis, encontrar voz, de encontrar quem os defenda, quem faça propostas na Assembleia Legislativa que possa abraçá-los, acolher as suas demandas.

Então, eu vou trabalhar com muito mais afinco do que eu já fazia, a partir de novembro, se houver a liberação, já vou voltar a rodar o estado com muita determinação, e quero continuar focado, principalmente nas três bandeiras que eu tenho como principais, que é a educação, a agricultura familiar e justiça social, não perdendo o foco também das demais áreas.

Leiagora - O ex-presidente Lula deu uma entrevista para a Rádio Capital recentemente, e ele disse que o PT daqui de Mato Grosso vai discutir com a Nacional sobre as candidaturas para Governo e Senado. As conversas já avançaram, como que está sendo isso?

Valdir Barranco - Não, nacional ainda não iniciou essas tratativas. Eu conversei bastante com o presidente Lula, na véspera da entrevista, porque era uma entrevista que a gente já vinha tratando dos detalhes há um mês mais ou menos. Aí, na véspera, ele me ligou, falou bastante comigo para tirar ainda algumas dúvidas e depois no outro dia, após a entrevista, ele ligou novamente para gente fazer uma avaliação da entrevista. Falamos bastante. E assim, nós estamos aguardando, ainda tem um ofício circular da nossa Secretaria de Organização Nacional, que era para guardar a tramitação da nova legislação eleitoral que está já nos seus finalmentes, e após essa definição, vamos tratar sim.

O presidente Lula está com muita disposição, ele vai conceder novas entrevistas aqui no estado, e está se reunindo, né? Já fez agora uma reunião com mais de cinco mil presidentes municipais, estaduais. Agora vamos fazer uma rodada com os vereadores e depois vamos falar com os parlamentares estaduais. E, ao final, nós vamos definir a estratégia que obviamente vai passar pelo nosso projeto principal, que é a eleição do presidente Lula, para que ele retorne ao palácio do Planalto, e possa consertar esses desmandos todos aí, que está levando a população à fome, à miséria e ao desemprego, ao desespero, né? E o nosso país à bancarrota aí, a passar vergonha internacionalmente.

Leiagora - Entendi. O senhor ainda não pode adiantar se o PT vai ter candidatura própria aqui em Mato Grosso?

Valdir Barranco - Não, nós estamos trabalhando para isso. Vai depender muito das alianças que se fizer se firmarem para eleição do presidente Lula. Nós temos essa clareza de que nada pode ser superior ao projeto nacional. Agora o PT estadual também está preparado para ter um palanque para o presidente Lula e um palanque de uma candidatura ao Governo do Estado que dialogue com uma nova proposta para o estado de Mato Grosso.

Nós não podemos ter só uma proposta para os ricos, milionários do agronegócio. Mato Grosso não é só isso, Mato Grosso tem mais de 90% do restante da população que não gozam desses privilégios... Que são pobres, são trabalhadores, que precisam do poder público. Então, nós queremos uma proposta para eles. O Governo do Mauro Mendes não nos representa, não representa essa população mais humilde, mais pobre, mais sofrida.

Nós também termos toda a disponibilidade de ter uma candidatura ao Senado, inclusive para fortalecer não só o palanque do Lula aqui, mas para buscar a eleição e dar e ele uma contribuição de Mato Grosso também no Senado, para garantir sua governabilidade.

Leiagora – Sobre o Senado, a vereadora Edna tem colocado o nome dela. Vocês vão trabalhar com essa possibilidade?

Valdir Barranco - Ela tem colocado ela em ritmo, né? Da parte dela do grupo que ela representa. O PT é muito dinâmico nessa questão de escolha de candidatos, principalmente majoritárias. Ela é consciente disso. Ontem, inclusive, estive com ela, fiz uma visita lá na Câmara Municipal. Ela e o grupo dela são conscientes de que ela está fazendo esse trabalho, mas que nós dependemos muito do cenário nacional, e de outras, outros que quiserem colocar os seus nomes à disposição.

O PT sempre foi muito aberto para decidir dentro do encontro de tática, e vamos no encontro de tática, que ocorrerá ano que vem, decidir tanto para Governo quanto para Senado, quem será nosso representante. Mas ela é um bom quadro, é uma mulher preparadíssima, né? Tem feito um bom trabalho aqui na Câmara Municipal e certamente tem grandes chances.

Leiagora – Você disputou a eleição para Senado e teve uma votação bem expressiva.  Você planeja disputar novamente nessas eleições de 2022?

Valdir Barranco – Então, eu sou soldado do partido, né? Eu fui candidato ao Senado no momento que o PT compreendia que era importante ter uma candidatura para ter uma proposta diferente. Nós não tínhamos uma candidatura a Presidente da República naquele momento, que foi uma eleição suplementar. Foi uma campanha sem recursos, porque também não teve fundo eleitoral o TSE não autorizou, então foi muito difícil.

Mas nós tivemos uma votação que demonstrou a força da esquerda, a força dos progressistas, a força do PT, a força do povo. Foram 118 mil votos, e a minha primeira candidatura majoritária dessa envergadura. Se o PT e o presidente Lula precisar de mim, eu estarei pronto. Agora nós teremos uma candidatura ao Senado que vai ter a força da candidatura do Lula, que lidera as pesquisas para Presidente da República e que vai entrar firme nessa para buscar elegê-la. Muito importante para ele eleger esses federais, esses senadores.

O meu projeto pessoal nesse momento não é esse, até porque eu estou me reabilitando ainda de uma covid que foi muito dura comigo e eu ainda não tenho condições saúde para isso. Meu projeto aí é a reeleição enquanto deputado estadual. Mas finalizo reafirmando que foi soldado do partido e um soldado não escolhe a batalha que ele vai enfrentar.

Leiagora - E no que diz respeito à AL qual é a expectativa do PT para lá, em números?

Valdir Barranco - Olha, o PT vai trabalhar com uma meta de nós mantermos as duas cadeiras ou ampliarmos essas cadeiras. Nós, na eleição de 2018, nós tínhamos uma meta que era de fazer entre um e dois. Nós fizemos dois, na coligação fizemos um terceiro, que foi o Almir Moretto, e quase fizemos o terceiro do PT, né? O quarto da coligação, que é o Henrique, bateu na trave. Então, nós vamos trabalhar agora para compor uma chapa do Partido dos Trabalhadores para que nós possamos manter as duas vagas e buscando uma terceira cadeira.

Leiagora - O senhor já falou sobre essa mudança, né? Na reforma eleitoral, como o senhor acha que isso vai afetar a construção das chapas proporcionais?

Valdir Barranco - Olha, primeiro assim, não tem nada muito claro ainda porque a gente vê a todo momento essas contextualizações que estão sendo confabuladas na Câmara e no Senado, principalmente no Senado, né? Lideradas pelo Pacheco. Que podem alterar mesmo a legislação, que já foi modificada. Por exemplo, essa questão de que era 150% do número de cadeiras, passou a ser 100% e mais uma. E agora eles novamente querendo alterar para que permaneça 150%, né? Isso pode significar que vão deixar esfriar para que não seja efetivado e volte tudo como era antes, ou pode ocorrer de essa nova regra valer.

Então, até o último dia para que seja homologada essa decisão, nós temos que aguardar. O PT, independente se for 100% e mais uma, nós vamos trabalhar, não vai ser fácil para que nós possamos ter um número maior e mais próximo possível do número máximo. Se for 100% e mais uma, que aí seriam 25 cadeiras aqui na Assembleia, 9 para federal, nós vamos trabalhar também para chegarmos aos 100% e mais uma ou mais próximo possível disso.

Leiagora - No cenário nacional o senhor já deixou claro que o Lula é candidato. E como que está a articulação para a eleição dele? O senhor acredita na possibilidade de uma aliança da esquerda ou o PT caminha para uma chapa pura?

Valdir Barranco - Olha, o presidente Lula, ele também é muito democrático, né? Nós trabalhamos e queremos muito que ele seja o candidato. Ele está em condições, tanto legais, os 20 processos que abriram contra ele para tirá-lo em 2018 foram arquivados. Tem só um que está em fase de arquivamento também, que é o mais frágil de todos, da acusação da aquisição dos caças suecos. E ele está em condições físicas também. Está muito preparado, em condições psicológicas. Ele leu muito nesse período que ele ficou na prisão, se preparou muito também, do ponto de vista cognitivo, intelectual, está preparadíssimo. Com muita vontade de fazer essa disputa, e nós queremos que seja ele.

Ele é mestre nessa questão de fazer articulação. Ele é muito preparado para isso, e tem feito com o PCdoB, com o PSOL, com o PSB, tem dialogado muito com o PSD. Então, assim, ele não vai sozinho, não. Nós vamos ter uma aliança para elegê-lo. O PSOL, inclusive, que sempre teve candidatura, já decidiu que vai abrir mão da candidatura já no primeiro turno pAra apoiar o Lula. Então vamos trabalhar para que isso ocorra com outros partidos também.

Leiagora – Sobre a terceira via, como o senhor avalia isso?

Valdir Barranco – Olha, desde o processo de redemocratização do Brasil, desde as eleições de 1989, nunca teve só duas candidaturas. Sempre nós tivemos outras candidaturas. Em 1989 foram 15 candidaturas, senão me engano, em 2004 foram muitas, em 2008... Mas sempre foi polarizado, né? Sempre foi PT e mais alguém. PT e PSDB, PT e Collor na época, né? Depois PT e PSDB, depois, durante muito tempo, foi Fernando Henrique, depois foi Serra, foi Alckmin e depois veio PT e Jair Bolsonaro.

Eu acredito que nessa eleição nós teremos outras candidaturas, mas vai ser polarizado entre o PT novamente e Bolsonaro. Eu não vejo outra possibilidade. Até agora, eles não conseguiram formar uma liderança que se destacasse ao ponto de ser o candidato dessa terceira via. Agora, em cima da hora, na marca do pênalti, aos 49 do segundo tempo, eles vão ter tempo hábil para isso? Eu acho muito difícil. Pode ter uma candidatura, mas não que seja com essa musculatura, para que chegue ao segundo turno.

Então, eu aposto muito assim que nós vamos ter uma disputa no primeiro e segundo turno muito antagônica e polarizada, entre Lula e Bolsonaro. Entre a extrema direita, que o Bolsonaro representa, da misoginia, da perseguição aos povos indígenas, da perseguição aos pobres, da antivacina, de ser contra a ciência e do [outro lado o] progressismo que o PT representa, que é de valorizar a vida, valorizar a ciência, de valorizar a educação, as políticas públicas, os servidores públicos, enfim.

Leiagora – Voltando aqui para Mato Grosso, o senhor já falou que o PT é oposição ao Mauro. Para 2022, o partido continua como oposição ou tem alguma possibilidade de aliança com a atual gestão?

Valdir Barranco – Não tem possibilidade nenhuma. Porque o Mauro é um Bolsonaro dissimulado. Ele é um governante que não cuida dos pobres, que não se preocupou com a vacinação. Nós não tivemos nenhum envolvimento dele no sentido de se reunir com os prefeitos, com os secretários municipais da educação, para tratar especificamente do tema vacinação. Não é à toa que Mato Grosso está sempre na rabeira dos que menos vacinam, nós estamos no ranking o tempo todo entre 20º, 21º, 22º, chegamos a 23º, depois demos uma avançadinha, os outros recuaram. Mas nos somos uma vergonha no processo de vacinação.

Ele tem um ódio muito grande dos servidores públicos, ele cultua esse ódio, um ódio dos profissionais da educação, de modo especial. Ele tem um problema, dele, que ele tinha que fazer algumas sessões de psiquiatria para que ele pudesse descobrir onde é que ele teve este problema com a educação. Se foi ainda no útero da mãe dele, se foi depois quando ele foi criança, se foi nas séries iniciais da alfabetização. Ele tem um problema com a educação, que ele odeia a educação e é preciso que ele corrija isso, que ele procure ajuda. Porque ele descarrega isso no ódio dele na educação, fazendo da educação tão ruim, tão péssima em Mato Grosso, a gestão da educação.

Também na agricultura familiar, que para nós é muito cara, nós nos preocupamos muito com ela. Não tem uma política voltada para agriculta familiar, esse negócio de pegar emendas parlamentares e distribuir máquinas não resolve. Nós temos que ter uma proposta, um programa para a agricultura familiar regionalizado. O que serve para a Baixada Cuiabana, não serve para o Araguaia, não serve para o Nortão, não serve para o Noroeste, não serve para o Médio-Norte, não serve para a região Sul.

Nós temos que ter programas voltados para aptidão de cada uma das regiões, que possa compreender toda a cadeia da agricultura familiar. Então ele não tem isso, não tem essa proposta, assim como nas demais áreas. Você tem três aqui, saúde, educação, agricultura familiar. Não vou nem falar da questão social, né? Porque é um governo que não tem proposta, não tem programa. Mato Grosso arrecada, ele vive falando está com o caixa abarrotado de dinheiro e não tem um programa para socorrer as famílias que passam fome, passam necessidade.
E aí, eu finalizo aqui dizendo, o estado a cada ano supera sua produção no agronegócio, por exemplo, só que na outra ponta nós temos uma agricultura ainda arcaica, sem nenhum investimento. Enquanto uns se fartam de recursos, que são verdadeiros sheiks do agronegócio, nós temos na outra ponta pessoas na fila do ossinho passando fome.

Leiagora – É isso, então, deputado. Se o senhor tiver algo mais a acrescentar...

Valdir Barranco - Só queria dizer que o presidente Lula vai participar ativamente dessa construção do palanque [em Mato Grosso]. Ele, o diretório nacional, da construção de candidaturas para o governo, para o Senado. Inclusive da possiblidade de estar fazendo a mediação com outros partidos, outras lideranças, outros nomes que possam de repente vir para o Partido dos Trabalhadores, também, para disputar eleições. Então, ele tem interesse nisso e vai estar participando. E nós vamos construir sim candidatura para o governo e para o senado.
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