Enfermeira Marina Pedroso Ardevino, mãe de Isadora
Foto: Denise Soares/Leiagora
A mãe da menina Isadora Praeiro Pedroso Ardevino, de 8 anos, a enfermeira Marina Pedroso Ardevino, alega que sofre violência psicológica e denuncia a omissão das autoridades em Mato Grosso e São Paulo. Ela afirma que a filha está ilegalmente com o pai, sem ir às aulas, sem falar com a mãe e sofrendo de alienação parental.
O processo sobre a situação da criança tramita na 5ª Vara da Família, em Cuiabá, e está em segredo de Justiça. Para a mãe, o processo está parado. “Estou há 100 dias sem ter notícia alguma da minha filha e sem falar com ela. O que estão fazendo comigo é desumano. O juiz simplesmente sentou no meu processo e não faz nada. Eu estou aqui pedindo socorro, que alguém faça algo por mim e pela minha família”, declarou Marina à imprensa nesta terça-feira (26).
Marina não vê a filha desde que a menina foi passar o recesso escolar de 14 a 18 de julho com o pai, o advogado João Vitor Almeida Praeiro Alves. Com guarda compartilhada, ele a levou para a cidade de Bauru (SP). Desde então, o acesso à criança é negado à mãe e não se sabe o paradeiro da menor.
A mãe alega ainda que a Polícia Civil de Bauru abriu um inquérito sobre o caso, ouviu o pai da criança e a avó paterna, mas não pediu para ver Isadora ou ouvi-la na delegacia.
“O juiz não faz nada nesse processo. Minha filha nunca sofreu abuso físico ou sexual. Entrei com medida protetiva contra ele antes. Que pai iria procurar a mãe para pedir um acordo se entrou com processo de maus-tratos? Não existe o que ele está falando. Não tem processo correndo por abuso ou maus-tratos”, alegou.
Marina diz que o advogado não paga pensão há um ano e que ele já foi notificado pela escola, onde a criança estuda em Cuiabá, sobre a ausência da aluna.
“A minha filha está com quem? Quero justiça e vou atrás para conseguir minha filha de volta. Por que eles não me deixam falar com minha filha? Eu não tenho notícia nenhuma”, lamenta a mãe.
Segundo Marina, a filha sempre passava as férias escolares com o pai e em todas as vezes o retorno da menina era problemático.
“Ele nunca a devolvia no dia certo. Se as férias eram de 15 dias, ele ficava 30 com ela. Eu nunca confrontava, pois não queria desgaste. É a quarta vez que ele some com a minha filha. As três vezes anteriores [ele devolveu] por ordem judicial.
Diversas medidas como busca e apreensão da menina, inclusive, já foram expedidas para recuperar a menor, mas não houve o cumprimento da medida até o momento. Por conta disso, a mãe acusa o pai de sequestro.
“A Justiça está esperando que ele suma com a minha filha. Em momento nenhum eles [autoridades] pediram para entregá-la. Não tenho dúvida que há uma influência. O sentimento é de impotência. Por ele ser advogado e conhecer as leis, se aproveita”, disse.
Já João Vitor, por sua vez, alega que está defendendo a filha de violências e maus-tratos sofridos desde 2016.
A advogada Ana Lucia Ricarte, responsável pela defesa da mãe, afirmou ao Leiagora que o pai da criança descumpriu todos os despachos concedidos pelo juiz para devolver a menina à mãe. O juiz afirma que não tem competência para determinar prisão por descumprimento.
Cadastro de crianças desaparecidas
No dia 28 de setembro, o juiz da 5ª Vara Especializada em Família e Sucessões de Cuiabá, Luís Fernando Voto Kirche determinou a inclusão da menina Isadora no Cadastro Nacional de Crianças e Adolescentes Desaparecidos. Além disso, as Polícias Federal e Rodoviária Federal (PRF) sejam comunicadas e auxiliem no cumprimento do mandado de busca e apreensão. A decisão também proíbe que a menor saia do país sem autorização judicial.
O que diz o pai
O pai da criança não quis comentar as declarações da mãe à imprensa. Veja a nota na íntegra:
Em virtude do segredo de justiça que tutela os processos que envolvem crianças e adolescentes, objetivando respeitar e resguardar integridade psicológica, moral e física, evitando expor sua intimidade, preferimos não nos manifestar neste momento.
Acreditamos, sobretudo, que o Poder Judiciário do Estado de Mato Grosso, tem competência legal para decidir o que for de melhor interesse para a menor.
Por todo o exposto agradecemos o trabalho da imprensa e a disponibilidade para o contraditório, no que pedimos sensibilidade neste momento processual, onde todas as partes terão oportunidade de produzir suas provas.
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