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Notícias / Entrevista da Semana

14/11/2021 às 08:00

Faissal não deve apoiar reeleição de Mendes e critica 'política de arrecadar'

O parlamentar garantiu que não deve sair do PV e irá trabalhar para que a sigla mantenha dois deputados na Assembleia

Kamila Arruda

Faissal não deve apoiar reeleição de Mendes e critica 'política de arrecadar'

Foto: Leiagora

O deputado estadual Faissal Calil garante que irá disputar a reeleição no pleito de outubro de 2022 pelo Partido Verde (PV). Por outro lado, adianta que não gostaria de estar no mesmo arco de aliança do governador Mauro Mendes (DEM). Otimista, acredita ainda que o partido possa manter o quadro de 2018, elegendo dois parlamentares para a Assembleia Legislativa.

O parlamentar aproveita para fazer críticas à gestão de Mendes, pelo aumento de impostos e não ter atuado para a industrialização em Mato Grosso. 

O parlamentar também não desistiu da questão da energia solar e informou que o PV ingressou com uma Adin para a taxação que é cobrada na conta de energia. A ideia é evitar que cada consumidor tenha que abrir uma ação, como vem ocorrendo. 

Em entrevista ao Leiagora, o deputado revela que tem a pretenção de fazer, ao menos, 25 mil votos e ajudar a eleger dois parlamentares.

Leiagora - o senhor está prestes a concluir o seu primeiro mandato como deputado estadual. Qual avaliação que faz até aqui?
 
Faissal - A avaliação é muito boa. O verdadeiro papel do deputado é fazer o contraponto ao Executivo, e nós temos feito isso, inclusive, com sucesso e eficiência. Então, eu acho que estamos cumprindo o nossos papel. O Executivo que faz obras, leva investimentos para a população, mas ele não pode fazer o que quer, quando bem quer. Ele tem que cumprir leis, e para isso existe o Parlamento, para fazer esse contraponto. E então, nosso mandato é muito bem feito.
 
Leiagora - O senhor é tido como um dos principais nomes do PV para a disputa do próximo ano, mas há boatos que o senhor possa deixar o partido. O que tem de verdade nisso?

Faissal - Eu nunca conversei com ninguém do PL para ir para essa sigla. Com relação ao Partido Verde eu me identifico, principalmente por conta das questões ambientais que eu defendo bastante, desde animais, como também o Pantanal, a questão das coleta seletiva do lixo, reciclagem. Então, são questões que me atraem muito, e a principal delas é claro, é a energia solar. Então, eu estou muito bem no PV. Teve alguns desentendimentos em nível municipal, em Cuiabá, mas não em nível estadual, e eu sou deputado estadual. Acho que isso aí é muito pequeno para eu me desligar da sigla. E o PV vai precisar muito do deputado Faissal, seja nessas bandeiras que eu citei, seja na composição de chapa também.

A gente veio de uma crescente, igual na eleição passada. Por eu ter feito mais de 20 mil votos, a gente conseguiu puxar uma segunda vaga que é a do Drº Guimezes, e eu acho que a estratégia correta é repetir esse planejamento, eu conseguir extrapolar aí em 25 mil votos, que é a nossa meta, e atingir já a metade de uma cadeira.

Então, eu pretendo ficar no PV.
 
Leiagora - O senhor já aparou as arestas com o prefeito em exercício da capital José Roberto Stopa?

Faissal - Ele está muito novo como prefeito ainda, mas eu acredito que ele vai fazer um bom trabalho, seja agora ou seja na próxima eleição em 2024. Então, já conversei com o Stopa, tivemos as nossas diferenças no passado por conta das eleição aqui na Capital, mas ele também vai precisar do deputado Faissal, seja para agora, seja para 2024. Eu acho que a melhor saída é a gente caminhar junto.

Eu também me dou muito bem com o Aloízio Leite, que faz a política dentro do PV.
 
Leiagora - Com o afastamento do prefeito Emanuel Pinheiro, o Stopa assumiu a Prefeitura e tem se aproximado do governo do Estado. Como vê isso?
 
Faissal - Bom para Cuiabá, porque o Governo tem muito dinheiro. O Governo tem R$ 6 bilhões sobrando. Então, que esse dinheiro seja investido na nossa capital. Então, ele está fazendo o certo, é encostar no governador, encostar no Pivetta. Ele já se reuniu com Pivetta, eu também estive lá essa semana, cumprindo demandas de asfalto na Capital, na região do Jardim Fortaleza. Então, eu fico feliz com essa aproximação.
 
Leiagora - Com relação à eleição ao Governo do Estado. Qual será o seu posicionamento? O senhor deverá seguir o cominho de apoio à reeleição do governador Mauro Mendes (DEM), ou espera uma segunda via?
 
Faissal - Por esse excesso de exação na cobrança de tributos, eu não gostaria de caminhar com Mauro Mendes. Eu acho que um bom governador tem que ter em mente o bem-estar da população, e o jeito que ele está fazendo política somente de arrecadar, arrecadar e arrecadar, no meu ponto de vista, ele não está cumprindo o seu papel de governador. Nós temos hoje um estado rico e a população pobre. O que adianta você pisar em quem você mais precisa, e depois entregar a sacolão pra eles?

Isso chega a beirar o comunismo. Então, tinha que criar um programa para aliviar a classe mais pobre, pois energia todo mundo usa, gás de cozinha todo mundo usa, gasolina todo mundo usa. Soa três pontos essenciais que o Governo tem que pensar seu modo de agir.

Por isso, estamos esperando uma terceira via que defenda, principalmente, o comercio, que é a principal fonte de arrecadação e o setor que mais sofre. Eu pretendo analisar, caminhar com alguém que tenha uma boa noção de administração, pois o que mais precisamos em Mato Grosso é industrialização, é verticalizar a produção.

Nós somos os maiores produtores do Brasil, e para gente chegar ao desenvolvimentos nós precisamos verticalizar. Precisamos trazer indústrias para cá. Então, eu vou atrás de um governador que tenha essa visão. Todo mundo esperava que Mauro iria fazer isso e não fez.
 
Leiagora - Uma de suas principais bandeiras na Assembleia Legislativa foi a questão da energia solar. Como está essa questão? Judicializou o tema?
 
Faissal - As pessoas que tem entrado com mandado de segurança estão tendo êxito. Falam do Blairo Maggi, mas ele entrou com mandado de segurança e teve êxito. Isso eu venho falando há algum tempo. Lá em casa eu também entrei e consegui, mas precisamos de uma ação que envolve toda a comunidade para parar com essa lenga-lenga. Mas é bom frisar que ainda tem uma pequena porcentagem do judiciário que é contra. Respeito, mas a mesma decisão que tem para o Blairo nós queremos para todos os consumidores.

Mas por enquanto, o benefício só tem sido dado a aqueles que recorrem ao Poder Judiciário. Mas agora, tem uns 20 dias, que o Partido Verde, ingressou com uma Adin no Tribunal de Justiça e nós estamos aguardando uma decisão liminar.
 
Leiagora - A Assembleia votou uma PEC que propõe alterações na forma de apresentação e execução das emendas impositivas. O senhor acredita que isso irá melhorar o trâmite de fato?
 
Faissal - Tem que ser colocado em prática, porque o parlamentar precisa de independência. É muito ruim um parlamentar que fique atrelado ao Executivo. Ele acaba, muitas vezes, não fazendo o seu legítimo papel que é dar o contraponto, porque ele está ali para se beneficiar de algo para poder mandar para a população que ele representa.

Então, a questão das emendas, os parlamentares têm direito as emendas justamente para não precisar ser base do governo e fazer o que o governo mandar, pois aí o deputado perde a sua razão de ser. Eu acho muito valida qualquer medida que venha desburocratizar a questão das emendas.

As emendas parlamentares devem ser pagas de forma igual, independente de base ou oposição.
 
Leiagora - Também está em discussão na Assembleia Legislativa o projeto que prevê a criação do Conselho Estadual LDBTQI+. O senhor é membro da Comissão de Direitos Humanos, qual a sua avaliação?

Faissal - Eu acho que a comunidade sofre um pouco, então eu acho válida a criação do Conselho para estar discutindo políticas voltadas para essa comunidade que sofre tanto preconceito. O que eu só não concordo com o fato de interesses de minorias sobrepor interesses de maioria. Por exemplo, porque é LGBT tem prioridade na busca pelo emprego, ou porque é LGTB no concurso tem que ter uma porcentagem especifica destinada, porque daí você está descriminando quem é heterossexual.

Agora, a criação de Conselho para discutir essa questão e acabar com o preconceito, tudo bem. Agora, você dar direito e essa minoria sobrepor a vontade da maioria eu vou discordar.
 
Leiagora - A gestão do prefeito Emanuel Pinheiro está marcada por escândalos e operações policiais. Como o senhor vê isso?
 
Faissal - Todo escândalo é ruim, a corrupção é muito ruim. Os escândalos também atrapalham o dia a dia do trabalho e é muito ruim para Cuiabá esses tipos de situação. Eu fico muito triste. Eu vejo com tristeza esses escândalos que tem acontecido. Eu posso falar, eu tenho legitimidade para falar porque eu não apoiei o prefeito, mas não gostaria que acontecesse esses tipos de escândalos, quem perde é a população. Eu não apoiei, mas não é porque eu não apoiei que eu quero ver o mal, porque isso reflete na população.
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