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Notícias / Polícia

20/03/2022 às 11:11

Ouça e leia conversa entre cacique e coordenador da Funai envolvidos em esquema

Intercepção telefônica da PF mostra negociação de arrendamento da Terra Indígena Marãiwatsédé

Denise Soares

Ouça e leia conversa entre cacique e coordenador da Funai envolvidos em esquema

Foto: Divulgação

Interceptações telefônicas mostram a conversa e negociação entre o cacique Damião Paridzané, líder da comunidade xavante, e o coordenador regional da Fundação Nacional do Índio (Funai), Jussielson Gonçalves Silva. Eles foram alvos da operação Res Capta, da Polícia Federal, por arrendarem a Terra Indígena Marãiwatsédé para pecuaristas.
 
O coordenador foi preso e o cacique teve os bens bloqueados pela Justiça Federal. As investigações apontam que Damião ‘lucrava’ até R$ 900 mil por mês para arrendar 15 partes da terra indígena para fazendeiros criarem gado.
 
O diálogo tem 9 minutos de duração e mostra certa desconfiança do cacique sobre o coordenador.



Damião pergunta sobre supostas reuniões na Funai com interessados pelas terras, mas o coordenador nega que tenha agido sem o aval do xavante.

Ouça aqui o áudio.
 
Em outra parte da ligação, Jussielson garante que Damião estaria ganhando cerca de R$ 1,5 milhão com o arrendamento das terras indígenas.


 
O coordenador também foi filmado conversando sobre o ‘lucro’ diante da locação da Terra Indígena Marãiwatsédé para pecuaristas. Para a PF, o coordenador da Funai ‘profissionalizou’ locação da terra indígena.

Jussielson é suboficial aposentado da Marinha e recebia R$ 16,4 mil por mês do serviço militar e do cargo na Funai.

 
Alvos da operação
 
O cacique Damião Paridzané, líder da comunidade xavante, lucrava até R$ 900 mil por mês com o arrendamento ilegal da Terra Indígena Marãiwatsédé.
 
Todo o esquema tinha aval do coordenador da Funai da região, Jussielson Gonçalves Silva, que foi preso na operação.
 
A PF apreendeu o veículo do cacique: uma caminhonete SW4, ano 2021 e que custa R$ 382 mil. O automóvel foi um presente de um dos fazendeiros que arrendava a terra indígena com autorização da liderança xavante.  
 
O esquema foi descoberto no final de 2021 com uma denúncia anônima de que servidores da Funai estariam cobrando propina de grandes fazendeiros para permitir arrendamento na terra indígena.
 
O dinheiro dos pecuaristas ia para as mãos do cacique, do coordenador e outros servidores.
 
A Justiça Federal de Barra do Garças determinou que os fazendeiros devem desocupar a área e retirar de lá todo o gado, estimado em aproximadamente 70 mil, no prazo de 45 dias.

O gado está avaliado em R$ 210 milhões. Caso os fazendeiros não cumpram a determinação judicial, a Justiça poderá decretar a prisão deles, além de apreender os animais que estão na Terra Indígena.
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